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(Pov' Ohana)

Confesso que o lanche na rua não encheu minha barriga e eu estava sim com fome, mas quando Larissa me convidou para comer com ela e seus amigos eu fiquei tão nervosa, mas tão nervosa que mal consegui engolir a comida com
o estômago embrulhado. Eu odiava quando isso acontecia, era um desperdício!
As mãos suavam e estavam trêmulas, tanto que ao pegar o copo de suco quase derramei a bebida no balcão da cozinha.

Mas as coisas ficaram piores quando,ao terminar minha refeição, escutei os passos pesados da minha chefe seguidos por um baque estrondoso no andar de cima. Pensei sentir o meu coração parar com o susto que levei pelo barulho alto e inesperado da porta batendo.

Sussurros no jardim chamaram minha atenção e espiando pela janela de vidro encontrei o casal de amigos abraçados, a mulher parecia estar chorando com seus ombros sacudindo de leve e o rosto enterrado no peito do moreno.
Eu não sabia o que havia acontecido, mas tinha uma certeza, iria sobrar para mim.

Esse era o meu trabalho afinal, limpar as sujeiras dos outros...

Esperei até que o Samantha e Mike fossem embora, saindo para o jardim somente quando não conseguia mais ouvir o som do motor do carro.
Seguindo até a churrasqueira eu recolhi as louças usadas, jogando fora restos de comida e preservando os que estavam nas vasilhas.

Já tinha terminado o trabalho quando observei admirada os tons dourado e violeta pincelarem o céu em um lindo por do sol.

— Um brinde para aqueles que apreciam a vida... — sussurrei,levantando o último copo recém lavado em direção ao horizonte visto da
janela, antes de guardá-lo em seu devido lugar.

Saindo do quarto de banho tomado e com minha mochila nas costas, verifiquei novamente as horas no meu relógio de pulso. Bruce já devia estar lá fora me aguardando por isso andava com certa urgência e estabanada como eu era, quase tropecei nos meus próprios pés ao sair do corredor em direção a sala.

Foi só então que eu escutei, ao parar por um segundo tentando ganhar equilíbrio com uma mão na parede, os sons estrangulados vindos do segundo andar. Os pelos da minha nuca se arrepiaram e uma sensação de peso surgiu no peito, engolindo em seco eu levantei os olhos até o topo da escada por alguns segundos antes de conseguir mover as pernas novamente. Respirei fundo e saí dali com o coração batendo feito as asas de um beija flor. Eu deveria me sentir finalmente livre por estar indo para casa, mas os meus pensamentos, teimosos como eram, ficaram presos naquela mansão.

[...]

— Ohana! — Lexi gritou risonha ao me ver entrando pela porta.

Mal tive tempo de me agachar quando ela se jogou em meus braços circundando seus bracinhos em meu pescoço. Ela estava mais pesado e maior do que eu me lembrava, fazendo-me cair de cócoras no chão. Minha bunda doía com o impacto, e provavelmente eu teria um hematoma, mas o sorriso no meu rosto não poderia ser melhor!

— Garota, vai machucar sua irmã assim! Sai de cima dela — Mamãe disse do sofá, se levantando com dificuldade para vir até mim.

— Está tudo bem, mãe! — Esfreguei meu nariz no do Lexi em um beijo de esquimó antes de afastar a cabeça para vê-la melhor.
— Cadê? Deixa eu ver a banguela.
lexi hesitou por um momento, sorrindo apenas com os lábios fechados enquanto eu inspecionava seu rosto levado. Soltando os braços ao meu redor ela deu um passo para trás e olhou para baixo envergonhada.

— Que isso, Lexi? Sorri para mim de verdade!

— Afundei meus dedos nas suas costelas fazendo cócegas nela, seu corpinho estremeceu e se remexeu antes dela explodir em risos.
Se ela soubesse como fica lindinha com a janelinha nos dentes não deixaria de rir nunca, mas eu me lembro bem que na idade dela também tive vergonha. Soltei minha irmã que já arfava com falta de ar e me levantei, dando um beijo estalado naquela carinha de sapeca dela.

THE BEAST  -  OHANITTAOnde histórias criam vida. Descubra agora