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(Pov' Ohana)

— Obrigada, Oh Bruce Acenei um tchau ele sorriu para mim balançando a cabeça e tocando na aba do boné em despedida.

Achei estranho quando outro carro chegou tão logo depois que Bruce saiu, vi caminhando em direção ao carro três pessoas, duas mulheres e um homem. Pareciam acabados, elas com a maquiagem borrada e ele com os cabelos espetados para todos os lados e olheiras.
Estreitei os olhos para a mansão no horizonte e quase tive uma síncope com a visão. Pelos Deuses...

Eu disse que sobraria para mim!

Passei direto por eles sem me preocupar em dizer um bom dia sequer, estavam claramente alterados pela bebida e mal me notaram mesmo. Precisei inspirar fundo para controlar o tremor querendo tomar conta do meu corpo e náuseas só de imaginar o que me aguardava mais a frente. A piscina estava suja, com copos de plástico e até biquínis e uma sunga descartados ali dentro!
Garrafas de cerveja estavam por toda a parte! Eu parecia a louca seguindo os rastros até chegar na casa da bruxa, no caso era na mansão da fera libertina mesmo.

Ao atravessar a porta de vidro contive um grito de desespero, o lugar estava destruído! Aquilo deveria ser um pesadelo, eu estava dormindo.
Estarrecida, levei uma mão até o outro braço e me belisquei.

A dor pungente da unha penetrando a pele me disse o contrário, eu estava acordada. Vi movimentação por trás de um dos sofás da sala e notei se tratar de outras duas pessoas. Sem querer presenciar aquela cena eu corri até a cozinha, encontrando Marta agitada com suas mãos se movimentando por todos os lados.

— Marta... o que aconteceu? — perguntei num sussurro ao que ela levou um susto largando a colher no ar.
— Meu Jesus amado! Quer me enfartar, Ohana? — Passeou os olhos castanhos pelo recinto, como se estivesse confirmando se ninguém nos ouvia.

Andando até o outro lado do balcão eu me agachei para pegar a colher voadora. A mochila que ainda estava nas minhas costas deslizou até a cabeça quando me inclinei e quase perdi o equilíbrio.

— Não é óbvio, menina? — disse baixinho, endireitando o avental

—Senhorita Larissa deu uma festa... Ela não avisou com antecedência como de costume, porém. Não sei do que eles se alimentaram.

— De bebida, é claro. — Levantei as sobrancelhas ao notar que Marta parecia ter perdido uns dois tons do costumeiro cappuccino que era a sua pele.

— Ai meu senhor... — Pousou uma mão na altura do peito — Os pais dela me pediram para avisar, o que eu faço?
O que ela dizia? No entanto, não respondi a sua pergunta, pois, falava consigo mesma. De qualquer forma fiquei curiosa.

— Os pais de quem?
Marta me fitou apreensiva, a testa enrugada e lábios comprimidos.

— Esqueça sobre isso, vá para o seu quarto e espere um pouco para começar sua rotina, até que todas as visitas tenham ido embora.

Meneei lentamente a cabeça e segui até o corredor roubando uma fatia de bolo no caminho. Essa área continuava intacta já que fazia parte das dependências dos empregados. Cujo corredor levava até a lavanderia,dispensa, um banheiro e o pequeno quarto onde eu habitava. Aproveitei o tempo para tomar outro banho e ler um pouco, já usava o uniforme quando Marta apareceu na batente da porta segurando um pano de prato o qual ela torcia inquieta.

— Já se foram todos, eu acho. Não verifiquei os quartos de hóspede, então tenha cuidado.

— Tranquilo, não se preocupe comigo.— Impulsionei-me para fora da cama e prendi novamente o cabelo em um rabo de cavalo apertado sem deixar um fio sequer para fora.

THE BEAST  -  OHANITTAOnde histórias criam vida. Descubra agora