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( Pov' Larissa )

Droga! Eu estava morrendo, ao menos era como eu me sentia e poderia estar certa.
Tremia e suava muito, a pressão era dolorosa demais e sentia o meu coração querendo sair pela boca, a dor martelando no crânio, o mal estar era tanto que eu me contorcia, tentei me sentar, mas a fraqueza me fez cair de encontro ao colchão novamente.
A garganta arranhava e minha boca estava completamente seca, eu precisava de um maldito copo de água, no entanto, só de pensar em colocar algo para dentro piorava o enjôo.

Não aguentando conter a náusea por mais tempo eu me debrucei na beirada da cama eu lutava contra os espasmos o suficiente para preencher os pulmões de ar antes dos músculos se contraírem outra vez.
Meus ouvidos zumbiam com a pressão pungente na cabeça, portanto, não ouvi quando a porta se abriu. Só percebi a presença de Ohana ao sentir sua mão delicada e fria tocando minha pele febril, trazendo conforto imediato e aliviando aos poucos a minha aflição.

Ela não deveria me ver nesse estado lamentável, não deveria saber desse meu lado sombrio.
Queria ficar sozinha, mas permiti seus cuidados de forma egoísta. Eu já havia me esquecido de como era bom ser tratada com afeto. Estava prestes a me virar para ela sem saber ao certo como agradecer quando uma pontada de dor perfurou minhas entranhas. Forte o suficiente para me fazer gritar por dentro e perder a cor. Caralho!

Eu precisava correr para o banheiro para despejar tudo que bebi, e Ohana precisava sair dali naquele instante!
Ergui-me da melhor maneira possível e sequei a boca antes de me virar para ela ao passo que outra pontada me acometeu, eu não sabia se conseguiria me segurar por mais tempo.

— Saia daqui — disse fracamente, torcendo para que ela me escutasse e fosse embora

Eu já podia sentir o vômito querendo sair de mim,e puta que me pariu, Ohana ainda estava ali segurando meus cabelos e acariciando minhas costas!

— Você está melhor agora? Posso trazer algum remédio e....

— Sai daqui!

Da mesma forma que Ohana entrou ela correu porta afora, eu corri banheiro eliminando dolorosamente toda a bebida consumida durante as últimas 24horas. Eu odiava essa sensação de afogamento enquanto meu corpo expelia incessantemente todo o líquido do estômago sem me dar uma pausa para respirar, arrancando a última gota de energia que ainda existia em mim. Eu estava morrendo!
Nunca mais abuso dessa maneira... Nunca mais...
Repeti essas palavras tentando acreditar nelas, mas no fundo eu sabia bem. Estava perdida. Comecei a chorar me perguntando que droga eu estava fazendo da minha vida.

Arrastei-me até o chuveiro e deixei a água fria limpar os rastros da minha vergonha. Não sei por quanto tempo fiquei ali encolhida no chão do Box, mas não haviam mais lágrimas e os meus dedos já estavam enrugados.
Finalmente senti como se pudesse me levantar e caminhar de volta para a cama sem desmoronar.
Não me preocupei em me secar e deitei ainda molhada, eu só precisava fechar os olhos um pouco e esperar a dor passar...

— LARISSA!
Uma voz estrondou dentro dos meus tímpanos, reverberando até minha caixa craniana. Levar um tiro doeria menos!

— Cala a boca Samantha! — a voz soou áspera e minha garganta seca arranhava malditamente.

Tentei enxergar, mas as pálpebras estavam inchadas e a pouca luz que passava pela fresta da cortina era o bastante para eu cobrir o rosto com o lençol. Lençol este que foi arrancado de mim com brusquidão.

— Deixe de ser idiota, Machado! — Segurou meus ombros com força e os puxou até me colocar sentada. — E você precisa parar com essa merda, agora!

Olhei para a figura em pé ao meu lado e vi a seriedade da situação, a proporção épica com que eu vinha ferrando tudo e todos ao meu redor.
Durante todos esses anos, eu me afundava cada vez mais, não havia nada o que eles pudessem fazer por mim. Eu era um caso perdido e queria que todos finalmente percebessem isso e me deixassem em paz!

THE BEAST  -  OHANITTAOnde histórias criam vida. Descubra agora