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(Larissa)

Satisfeita com os testes dos novos dispositivos eu parabenizei a equipe antes de sair do laboratório. Rumei para o corredor, o sorriso estampado no meu rosto, porém, nada tinha a ver com o fato da empresa ter excedido as expectativas nos últimos meses, mas sim, por Ohana estar de volta na mansão. Ela comentou por mensagem sobre uma consulta no médico e de ter começado a tomar anticoncepcional, e eu não via a hora de chegar em casa para saber se já podia senti-la por completo. Sem barreiras...
Só de pensar eu já estava ficando exitada! Qualquer um que olhasse para baixo perceberia o volume crescente em minhas calças, por isso coloquei as mãos nos bolsos para disfarçar a minha ereção e caminhei a passos largos e precisos até o meu escritório. Evitando contato visual com as pessoas que passavam por mim, eu consegui chegar até meu refúgio sem ser interrompida, Bati a porta ao entrar e segui até o frigobar localizado do lado da estante.
Me servi de uma dose de whisky e dei o primeiro gole, deixando a bebida gelada me refrescar por dentro e extinguir um pouco do
calor pulsante entre as minhas pernas.

Eu precisava de mais. A bebida não era o suficiente para aplacar minha ansiedade, mas eu tinha minhas regras e não trazia a droga para o trabalho. Aliás, eu estava diminuindo o consumo desde que Ohana apareceu em minha vida. Eu só precisava do bastante para seguir com o dia. O suficiente para não me sentir tão mal. O razoável para aplacar minha fissura sem que eu deixasse transparecer o vício.

Sentei-me na cadeira ainda segurando a bebida e fechei os olhos, ela nunca precisaria saber. Certo? Se eu pudesse me controlar o suficiente... Soltando um suspiro eu apoiei a cabeça para trás, inclinando o corpo de forma relaxada enquanto terminava de beber o conteúdo do copo, no entanto, as minhas pernas balançando e os saltos batucando o chão manifestavam a confusão que se alojava em mim. Ohana me fazia querer ser uma mulher melhor, mas era tão difícil quebrar velhos hábitos, Eu já não sabia se tinha forças o suficiente, nem mesmo por ela, para voltar a ser quem eu era antes. Mas eu estava tentando na medida do possível. Na medida do meu possível.

— Larissa? — A voz de Sam me fez abrir os olhos e me ajeitar no assento, a encontrei parada no batente. Ainda segurava a maçaneta como se não tivesse certeza se entrava ou não na sala. Suas sobrancelhas estavam unidas enquanto os seus olhos escuros varriam o meu rosto meticulosamente.

— Entra logo, Sam Vai ficar parada aí sem falar nada? — Repousei o copo ainda cheio na mesa e voltei a atenção para a minha amiga.
Achei aquilo estranho, Sam nunca pedia permissão para entrar no escritório. A forma como ela me olhava incerta e um pouco ansiosa me fez pensar se algo de ruim tinha acontecido e ela precisava me contar.

— Sam, o que aconteceu? — perguntei assim que ela encostou a porta

— É a empresa? Alguma coisa deu errado?

De repente a pressão em meus ouvidos ficou tão alta que eu mal ouvia as minhas próprias palavras, somente as batidas desenfreadas do meu coração. Ela balançou a cabeça e veio até mim, apertando os meus ombros de modo reconfortante.

— Você sempre pensa no pior, Larissa. — Soltou-me e se afastou rindo, a babaca estava rindo às minhas custas!

— Mas que porra?! — Levantei da cadeira e cruzei os braços

— Foi você quem apareceu aqui com cara de cu. E cara de cu me remete à merda. Ou alguma merda aconteceu, ou está prestes a acontecer.

— Não aconteceu e nem vai acontecer merda nenhuma, Machado! — Esfregou o rosto, tapando aquele sorriso idiota

— E cara de cu estava a sua quando entrei aqui. Fiquei preocupada, só isso.

— Ah... — suspirei ao lembrar no que eu estava pensando antes dela aparecer

THE BEAST  -  OHANITTAOnde histórias criam vida. Descubra agora