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(Ohana)

Havia algo de diferente em Larissa. Ultimamente parecia mais inquieta, sôfrega, e isso refletia no sexo. Ela me possuía com uma urgência abrasadora. Como se cada momento fosse raro. Como se ela tivesse medo de que nosso tempo acabasse. De início eu amava a sua avidez e correspondia com a mesma intensidade, expressando o desejo arrebatador que sentia por ela. No entanto, com o passar dos dias, percebi certa angústia em seus gestos. E não pude deixar de me sentir aflita, eu precisava saber o que se passava em sua cabeça. E, principalmente, eu precisava saber sobre seus pesadelos que voltaram a atormentá-la na madrugada.

— Lari — disse ofegante, acariciando suas costas com as pontas dos meus dedos.
Nossos corpos suados ainda estavam unidos. Larissa se apoiava nos cotovelos, afundando o rosto em meu pescoço e me sorvendo a cada inspiração. Embalava-me em seu calor enquanto me mantinha segura em seus braços, deslizando os dedos em meus cabelos e os puxando de leve a cada espasmo de prazer.

Eu sabia o quanto ela ainda precisava de mim. Sentia o seu membro pulsando e crescendo entre as minhas pernas, arrancando-me um suspiro de deleite. A sensação de tê-la sem barreiras era indescritível! Tudo era mais intenso. Mais prazeroso. Extasiante. Por isso, quando Larissa respondeu com um murmúrio ao pé do ouvido, fiquei um pouco atordoada. Eu estava tão embriagada nas sensações que quase
me esqueci do motivo de ter chamado por seu nome. Resvalei as mãos do início das suas costas até a nuca e, segurando-a com cuidado, eu a puxei até prender meu olhar ao seu. Sua respiração morna afagava meu rosto, e precisei de bastante concentração para não me render à vontade de tê-la novamente.

— Calma — sussurrei ao senti-la se empurrando contra mim, buscando por meus lábios vorazmente.

— Eu não vou a lugar algum...

— Promete? — perguntou com a voz rouca, colando novamente sua boca na minha antes de se afastar procurando por meus olhos

— Eu preciso saber, Honey...
Uni as sobrancelhas, surpresa ao notar desespero em suas palavras.

— Lari... — a empurrei de leve, fazendo-a se sentar relutante. Aninhei-me em seu colo e abriguei o seu rosto em minhas mãos, encostando a minha testa na dela

— Prometo que ficarei até quando você me permitir. Seus lábios se curvaram em um leve sorriso, e suspirou de encontro aos seus.

— Então, se depende de mim, ficará comigo para sempre. — Enroscou os braços em minha cintura, reivindicando minha boca em um beijo ardente. Sua língua cálida valsava com a minha em uma melodia apaixonante. E eu me deixava ser conduzida, acompanhando cada compasso de sua coreografia. Desatamo-nos em busca de ar, meus seios se pressionavam arfantes de encontro aos, e quando enfim tomei fôlego,lembrei-me do que eu tinha de falar com ela antes.

— Precisamos nos arrumar — Assoprei baixinho

— Já estamos atrasadas.
Ela grunhiu, apertando o abraço e me aprisionando nela quando tentei me desvencilhar.

— Só mais alguns minutos... — suplicou, esfregando o nariz no contorno do meu pescoço. Um riso brotou em minha garganta e precisei agarrar seus cabelos com um pouco mais de força, a fim de fazê-la se afastar.

— Já disse isso faz uma hora, Larissa! Precisamos correr se quisermos chegar lá a tempo. Larissa se levantou em um rompante e me carregou nos braços, batendo em meu bumbum e me arrancando um gritinho.

— Então venha.

— Se a gente tomar banho juntas economiza tempo e eu consigo esses minutos a mais dentro de você...

[...]

O relógio no painel do carro marcava oito e quarenta da noite, estávamos quarenta minutos atrasadas para o chá de revelação. Não bastava eu estar nervosa por encontrar oficialmente os amigos de Larissa, meu corpo tremia de ansiedade por saber que seríamos os últimos a chegar. Chamaríamos mais atenção do que eu gostaria. Larissa manobrou, saindo da estrada principal e adentrando a rua de em um lindo condomínio de casas, meus olhos varreram o local, admirando os imóveis quando enfim chegamos. Não havia mais espaço na garagem privativa da casa, por isso, tivemos de estacionar na estreita rua a alguns metros da entrada. Senti a mão morna de Larissa apertar minha coxa e, ao fitá-la, encontrei seu olhar fixo ao volante. O motor já estava desligado, mas Larissa não demonstrava sinais de que sairia do carro.

THE BEAST  -  OHANITTAOnde histórias criam vida. Descubra agora