Paris

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— Vocês já devem estar cientes de que, com a chegada do final do ano o evento de exposição dos formandos está cada vez mais próximo. As preparações se darão início a partir de sexta-feira, lembrando que o tema é livre, mas será necessário que critiquem algo. Mostrem como se expressam, lembrando que para aqueles que não desejam fazer o trabalho de conclusão de curso para expor, não há necessidade, nossa instituição assim como o próprio ministro, não cobra esse tipo de projeto. Mas é uma oportunidade única para aqueles que desejam expandir suas oportunidades, e como de costume, o vencedor terá uma ala no Louvre por um dia, e uma exposição no Maison Européenne por uma semana.

A orientadora explicava o que estava por vir enquanto andava lentamente de um lado a outro pelo slide. Gun mordia a caneta que usava para escrever em seu iPad, e batia freneticamente seus pés contra o chão. Off que por sua vez estava ao seu lado, pôde observar a ansiedade de seu parceiro, e colocou a mão sobre a coxa do menor, afim de fazer com que ele parasse de balança-la sem parar.
Atthaphan virou o rosto para encarar Jumpol e sorriu para ele esfregando o rosto, desviando o olhar para as suas anotações.

A aula passou com um ar de tensão, os alunos presentes por sua vez não paravam de dialogar. Todos sobre o mesmo tema: a exposição. No entanto, Gun não tocou no assunto, e seguiu dessa forma até o momento em que entrou na casa de Jumpol para fotografar o presente antigo.

— Em qual lugar quer que eu coloque?

Gun olhou em volta afim de procurar uma boa resposta.

— Eu acho que é melhor irmos para o quintal, eu quero pegar o pôr do sol.

— Tudo bem, vamos lá.

— Comprei giz, quero fazer uma coisa.

— O que planeja?

— Desenhar um campo improvisado. Eu dou um jeito de limpar depois.

— Não se preocupe, eu faço isso.

— Tá bom, não vou recusar ajuda. - Phunsawat o encarou com doçura e caminhou para fora. Off seguiu, e enquanto o assistia posicionar o objeto em cima do pequeno campo que ele mesmo desenhou percebeu que Atthaphan estava aéreo. E curioso sobre o motivo, Off parou de postergar a pergunta.

— O que você planeja para a exposição, nong?

— Eu não vou participar.

— O quê? - O homem franziu o cenho e cruzou os braços, aquela era a coisa mais sem sentido que ouviu naquele ano.

Gun por sua vez sorriu fechado, expondo suas covinhas enquanto encarava Off por cima dos próprios ombros.

— Se eu participar e ganhar, vou ir para Paris e terei que fazer a minha vida lá, é por esse motivo que esse evento existe. Mas e quanto a você, Papi? Seus planos de vida estão todos em Bangkok, você teria que parar na metade do caminho para me acompanhar, e eu sei que iria. Porém, entende o quanto isso é injusto? Você deixou de fazer a faculdade dos seus sonhos por minha causa, sacrificou muitas oportunidades incríveis por mim. Eu acho que está tudo bem eu fazer o mesmo por você, pelo menos uma vez. Não quero ir para Paris, não quero ser um fotógrafo reconhecido por isso, e quero muito menos que pessoas de todas as partes do mundo tenham acesso ao que eu faço... se você não estiver comigo.

— Você está maluco? - Jumpol se apressou para ajoelhar-se no chão junto ao seu parceiro, e tocar seu ombro enquanto negava freneticamente com a cabeça: - Gun essa é a chance da sua vida, você passou quatro anos falando sobre o quanto queria vencer esse concurso, e você sabe que se tentar é isso que vai acontecer, foi o destaque das suas turmas o ano inteiro. Eu não posso ser o motivo da sua desistência, se o problema é esse eu vou com você, foda-se, eu não me importo em ficar aqui.

Admiração | OffGunOnde histórias criam vida. Descubra agora