Exposição

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Os dois homens caminharam entre os corredores buscando a foto de Krit emoldurada na parede. E após procurar um pouco ali estava ela.

A imagem era monocromática em vários tons de vermelho, o sol quente ardia em cima de um homem crucificado, que sangrava em cima de alguns manuscritos, usando um manto com as sete cores do arco-íris, a única coisa ali que não era vermelha. - Triste e cruel. Seu título era simples e curto: 'Ira'

— Uau. - Foi a primeira coisa que saiu dos lábios de Gun quando encarou a grande imagem pregada na parede.

— Esse é o Billkin? - Jumpol perguntou enquanto analisava cada pedacinho daquela bela crítica social a igreja e a política.

— É sim, sou grato por ele ter me ajudado nesse trabalho. Também devo ao P'Gun, sem ele ela não seria revelada a tempo. - O fotógrafo invadiu a conversa, ele segurava as mãos atrás de duas costas. Sua veste era branca, e ele usava apenas uma gargantilha vermelha para quebrar a cor única.

— É linda, PP'. - Atthaphan chamou-o pelo nome artístico.

— O que significa? - Off perguntou, e o artista apenas sorriu.

— Fale pra mim o que acha que significa.

— Vermelho é a cor da raiva, raiva remete a ira. Os manuscritos sob o chão são folhas que citam os 10 mandamentos, o manto é colorido lincando a homossexualidade. Tudo está em um tom vibrante de vermelho, todos estão com raiva, menos o homem crucificado. Todos pecam, menos ele.

— Na verdade, P'Off. O homem também peca. Está vendo? - Krit apontou para o rosto emburrado, o cenho franzido, os olhos fechados em meio a lágrimas de dor e ódio. - Ele peca assim como todos os outros, mas apenas ele é punido. Quem está em volta diz que ele está sendo condenado por conta do mandamento que não respeitou, mas o manto mostra que é apenas um preconceito velado.

— É incrível, você fez um ótimo trabalho.

— Obrigado. Quis fazer algo que me representasse de alguma forma.

— É o meu sonho fazer isso. - Gun comentou, enquanto continuava admirando o feito belíssimo.

— O quê?

— Trabalhar com causas sociais através da fotografia. Não dá dinheiro, mas eu queria, queria fazer isso bem aqui na Tailândia. Para um povo que precisa ouvir o que eu tenho a dizer.

Amnuaydechkorn sorriu e abraçou seu amigo por trás, encarando sua própria fotografia.

— Um dia você vai. E eu e P'Off estaremos lá para apoiar você.

— Com certeza. - O mais velho concordou, e foi a vez de Gun expressar felicidade.

— Billkin não veio com você? - Perguntou Atthaphan.

— Ele vai chegar mais tarde. Está na faculdade agora.

— Oh, certo. Tay e Arm já apareceram?

— Sim, eles estão lá atrás no buffet. - Respondeu, apontando para o outro salão.

— Vou ir ver eles. Você vem, Papi?

— Vou sim.

Ele então o seguiu. Tawan e Chansook conversavam um com o outro enquanto comiam os bolinhos gratuitos.

— Meninos. - Gun os chamou, e ambos se viraram para encarar os dois amigos que andavam até eles.

— Vocês demoraram. - Weerayut comentou, mas não parecia repreende-los por isso.

— Nos atrasamos quando fomos nos arrumar. - Jumpol respondeu, cumprimentando os colegas.

— Nong Gun atrasou pelo mesmo motivo?

Admiração | OffGunOnde histórias criam vida. Descubra agora