Extra; Elefante na sala

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Haviam muitas pessoas naquele lugar, Gun sentia-se além de maravilhado, extremamente perdido.
As paredes brancas eram preenchidas por diversas fotografias cujo a assinatura pertencia a Atthaphan Phunsawat, aquele evento era seu e todos estavam ali para vê-lo, o homem estava brilhando como um sol.

- E qual foi a sua inspiração para essa imagem? - O homem alto e esbelto questionou-o curioso, enquanto bebia com gosto uma taça de champanhe.

- A falta de inclusão em esportes consolidados dentro da Tailândia, como os profissionais da área são subestimados ou invalidados dentro de uma equipe apenas por serem quem são. Nada tão profundo quanto parece.

- Tudo que envolve o seu nome é profundo, Khun Phunsawat. Eu sou um grande fã.

- Oh, eu agradeço. - Gun fez uma sutil reverência: - São pessoas como o senhor que me fazem ter certeza de que escolhi o caminho certo.

- Você merece. Vou fechar a compra de um dos seus quadros.

- O meu assessor está na ala contemporânea, muito obrigado. - O homem observou seu admirador se afastar e ousou dar um passo para trás, no entanto ouviu um grunhido e virou para buscar a origem do som, que vinha dos seus pés.

Uma menininha com uma chupeta na boca, segurando firmemente um paninho rosa estava o encarando. Ela tinha o cabelo extremamente liso e franjinha, suas bochechas e olhos eram enormes e ela se vestia como uma boneca.

- Me desculpe, eu tropecei em você? É tão pequenininha que eu nem te vi.

A menina não respondeu, apenas continuou o encarando com timidez, abraçando mais seu lencinho.

- Onde estão seus pais?

- ...

"Ela não entende o que eu digo? Ou apenas foi bem instruída a não falar com estranhos?" - Gun questionou-se seriamente. A menina por sua vez esticou os braços, e o homem arqueou a sobrancelha:

- Você quer colo?

Ela não respondeu, apenas continuou com os braços esticados. Com medo de que alguém estranho a levasse, ele segurou-a e ele sorriu, deixando a chupeta cair. Enquanto ele a balançava, notou que suas feições não eram totalmente tailandesas, e julgou que a menina tinha vindo de longe. Dado a esse fator, Phunsawat apostou em outro método:

- Do you know where mama or papa are?

- Estou aqui. - A voz masculina chamou a atenção de Phunsawat, que virou o rosto para encontra-la.

Era como sentir uma bigorna atingir seu peito, sua respiração trancou e seu coração acelerou. Sua pele já pálida tornou-se ainda mais branca e suas pernas amoleceram, quase ao ponto de não sustentarem seu corpo. E ele tinha a certeza absoluta de que, caso não houvesse uma criança dengosa em seu colo, o mesmo definitivamente cairia de joelhos no chão de mármore.

- ...

- Me desculpa, ela saiu correndo quando eu coloquei no chão. Parece tímida mas é muito inquieta.

- É perigoso.

- Ela não costuma pedir colo para estranhos.

- Querido, você encontrou ela? Ah... não só ela, que surpresa. - Uma mulher de baixa estatura, cabelo comprido e lindas covinhas acompanhando um sorriso tão lindo quanto, se aproximou de ambos.

- Sua filha?

- Sim, você encontrou ela? Muito obrigada. - A mulher esticou os braços, mas a menina recusou-se a soltar o blazer de Gun, começando a resmungar: - Oh... parece que o meu marido não é o único fã seu por aqui. - Ela riu, e Gun que antes tentava manter um sorriso gentil deixou com que ele desaparecesse como açúcar derretendo em fervura.

Admiração | OffGunOnde histórias criam vida. Descubra agora