Terça

38 6 38
                                    

O árbitro estava no centro, Off sentia e ouvia a própria respiração pesada. A cada suspiro era um número da contagem, que corria em câmera lenta. Cada batida do coração era como uma trombeta, anunciando o ultimato, seria a penúltima chance de Adulkittiporn mostrar o que podia fazer, e talvez fosse a última vez que ele pisaria em um estádio como um jogador.

Apito, a bola estava no ar. Tudo começou a rolar em câmera lenta, a mente de Jumpol estava embaçada, mas não o suficiente para que ele perdesse a posse de bola, forçando o time adversário a se espalhar na seta favorável.

Gun que estava com o ar preso, soltou-o em alívio, Tay estava ao seu lado e tocou em seu ombro. Foi quando ele percebeu que estava em pé.

— Desculpa.

— Tente não morrer até o final.

— Estou nervoso, o time adversário parece bom. Eles ganharam no badminton feminino e no futebol masculino...

— Eles não tinham o Off. Os meninos treinaram dia e noite, Gun, dê um voto de confiança.

— Eu confio nele, mas Papi está nervoso.

— Está? Por causa do time adversário?

Atthaphan negou com a cabeça:
— O olheiro está aqui, murmúrios dizem que amanhã será o último dia de avaliação dele.

— Porra... okay, eu também estaria nervoso. Mas ele vai passar por isso.

— Certo, ele com certeza vai passar por isso.

Primeiro tempo; Gun queria vomitar por puro nervosismo. O time adversário estava dez pontos à frente, e por mais que Off não estivesse visivelmente tenso, Atthaphan conhecia aquela postura. O cenho franzido, a postura curva e os gestos brutos, Jumpol estava tão nervoso quanto o seu parceiro.

Mesmo assim, o capitão chamou-os para um canto e começou a falar com o resto dos homens. Jumpol parecia concentrado e cobria a boca para evitar leitura labial, todos acenavam a cada sentença sussurrada. Quando se dispersaram para tomar água e alongar o corpo, Oab chamou Off para um canto, e ele obedientemente parou na sua frente.

— Cara você precisa respirar, seu plano é ótimo. Mas se você estiver nervoso toda a equipe também vai ficar, entende isso?

— Estou transparecendo?

— Talvez seja porque eu te conheço desde criança. Mesmo assim, você pode não parecer estar nervoso pra eles, mas não tem esperança nenhuma na sua postura. É só o primeiro tempo, podemos recuperar. Está nervoso por causa do olheiro? E se ele te escolher, hnm? Vai agir assim nos jogos profissionais?

— Não. - Ele negou, penoso.

— Isso, isso mesmo. Você consegue, cara, você é muito mais do que bom. Vamos virar isso, não foi você quem disse para eles que nossa equipe é ótima? Então prove que falou aquilo com sinceridade.

— Okay... obrigado, Oab.

— Não me agradeça, P'Off. - Respondeu, dando tapinhas no ombro do homem e sorrindo para ele antes de sair.

Tay inclinou-se para o lado, afim de sussurrar no ouvido do homem concentrado.

— Sobre o que você acha que eles estão falando?

— O quê?

— Oab e Off, você não viu?

— Ah, sim... sim eu vi. - Atthaphan massageou seus olhos respirando fundo: - Eu não sei, mas espero que Oabnithi não esteja dizendo nada que possa deixar Papi mais tenso do que já está.

Admiração | OffGunOnde histórias criam vida. Descubra agora