Harry acordou com um suspiro.
O som não parou para esperar sua aclimatação, em vez disso rugiu para encontrá-lo no segundo em que ele perdeu a consciência. Vozes irritadas, ou pelo menos uma, sibilando palavrões que Harry não conseguia entender. O que estava acontecendo?
"Isso deveria consertá-lo, Pierce! Por que ele não acordou?!"
Era como nadar na lama. Harry tentou agarrar a compreensão, mantê-la para não submergir mais uma vez no nada. Luzes e sensações giraram em torno de sua mente, um gemido parou em sua garganta e se dissipou.
"Vai levar tempo, Voldemort. Você é muito impaciente."
"Isso não é uma questão de paciência, seu sugador de sangue na minha bunda!"
Harry quase conseguiu sorrir.
Tom estava lá.
A escuridão veio mais uma vez.
"Ah, Harry..."
Harry olhou cansado para os olhos azuis claros, o branco da Ala Hospitalar espalhando um halo de luz ao redor da cabeça de Dumbledore. Ele deixou seus olhos se fecharem.
"Tinha que ser assim, meu querido garoto?"
Suas pálpebras pareciam chumbo e abri-las foi uma produção épica. Sua respiração ficou ofegante quando ele se forçou a ver, encontrando as linhas endurecidas pela idade do rosto de Dumbledore. "O que você está fazendo aqui?"
Dedos ásperos percorreram sua bochecha e Harry se lembrou dos anos em que admirou esse homem. Apreciei-o. Exaltou-o. Por um momento ele sentiu como se tivesse onze anos de novo, deitado na cama se recuperando depois de ter impedido Voldemort de ganhar a Pedra Filosofal. Olhos gentis brilharam para ele, mas as memórias dos anos que se passaram lançaram longas sombras na percepção de Harry.
"Tire suas mãos de mim."
Os lábios de Dumbledore franziram, mas ele retirou a mão, movendo-se para entrelaçá-las à sua frente. "Ah, Harry... você cresceu tanto. Onde foi que eu errei?"
A confusão das poções sedativas que Poppy havia forçado em sua garganta estava desaparecendo e Harry se apoiou nos cotovelos. Um fio de cabelo caiu em sua visão e Harry balançou a cabeça para afastá-lo. "Não era seu trabalho me criar; eu sou eu mesmo. Eu nunca fui seu, nem sua arma, nem seu peão, nem seu maldito neto Merlin. Acreditar que eu era seu para fazer o que quisesse era o seu maior erro."
Dumbledore fez uma careta, as rugas em sua testa se aprofundando. "Talvez... talvez você esteja certo, Harry. Mas esse caminho era realmente o certo?"
"Certo... errado... é subjetivo, você não acha? Foi certo da sua parte fazer as coisas que fez comigo? Foi certo fazer lavagem cerebral em milhares de pessoas?"
Dumbledore estreitou os olhos. "É certo matar, Harry? Conspirar com o maior mal do nosso tempo para dominar o mundo? Meus crimes são insignificantes em comparação."
"Para você."
Harry observou a maneira como a mandíbula do velho bruxo tremia, mas então seus ombros cederam, e um suspiro de derrota o deixou. "Você cresceu tanto, meu garoto. Lamento ter falhado tanto com você."
"Não considero isso um fracasso. Estou muito feliz com a forma como minha vida acabou."
Uma contração na boca enrugada, um brilho nos olhos azuis. "Suponho que você seja mais forte do que eu. Eu nunca poderia ter chegado tão longe quanto você. Eu..." ele franziu a testa agora, olhos azuis claros examinando o rosto de Harry. "Acho estranho sentir orgulho de você? Não tolero suas ações, não gosto de ser derrotado e certamente não gostaria que fosse assim que as coisas tivessem terminado. E ainda assim... estou orgulhoso de você, meu garoto. Por ser forte o suficiente para construir seu próprio caminho, mesmo que ele entre em conflito com o meu."
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Paraselenic - Harry Potter ( Tradução )✓
FantasyHarry acabou sendo o garoto chicoteado da Luz, o menino herói trágico em quem o mundo depositou suas esperanças. Ele se permite ser levado para outro reino, apenas para emergir depois de dez anos no momento em que partiu... com um plano totalmente n...