MINHA VIDA É UM CLICHÊ | MIGUEL M.

Capítulo 21: E se...?

———— S/N GARCIA

ESTAVA SENTADA NA CAMA penteando meu cabelo.

— Amiga, está tudo bem mesmo? — Maddy me olhou.

— Está sim, Maddy. Por que não estaria? — sorri.

— Você está...quieta. Você não é assim, aconteceu alguma coisa né?

— Não, Maddy. Não aconteceu nada. Está tudo bem, ta bom?

— É por causa do Miguel né? — Becca se sentou no chão, deitando a cabeça no joelho de Bella.

— Não fica triste, mulher. Por que você não conversa com ele? — Bella sugeriu.

— É! Assim vocês podem se resolver. — July me olhou.

— Não gente. Eu não quero mais nada com ele.

— Mas... — eu interrompi Maddy.

— Só, não vamos falar mais nisso.

Agora é hora do jantar, eu não posso deixar de dizer que estou morrendo de fome. Já que não tomei café, almocei bem pouco e também não comi a tarde. Mas estou sem ânimo nenhum para comer alguma coisa.

— Vamos jantar? — Bella perguntou se levantando.

— Ah, podem ir. Não quero agora.

— Mas você quase não comeu direito hoje, S/n.

— Eu sei, Becca. Mas estou sem fome.

— Não, você vai comer sim! — Maddy segurou minha mão.

— Vamos fazer assim, vocês vão, me falam o que tem pra comer e se me der fome eu vou. Pode ser?

— Hum, ta bom. — Júlia disse desconfiada.

Elas foram para o refeitório e eu tornei a me deitar.

Mas minhas costas doíam de tanto ficar deitada, então decidi andar por aí.

Me levantei e saí da cabana. Estava andando pelos arredores do local, quando vi uma pequena escada, que dava em uma piscina. Não passava de cinco degraus.

Eu deceria ela normalmente, como qualquer outra, se não tivessem me empurrado. O que fez eu cair escada a baixo e parar na beira da piscina, que estava bem cheia.

Torci meu pé, além de ter ralado algumas partes dos meus braços e pernas e minhas mãos.

— Eu disse que isso não tinha acabado. — susurrou no meu ouvido, antes de segurar meus cabelos e enfiar minha cabeça dentro d'água.

Eu me debatia tentando sair das mãos daquela garota. Eu gritava, mas minha cabeça estava dentro d'água. Eu tentava fazer o máximo pra sair dali, mas era impossível.

Até que ela me puxou de volta para cima, me fazendo tossir e puxar o ar para meus pulmões com força.

— Vê se aprende a nunca mais mexer com o que é meu, sua vadia de quinta. — enfiou minha cabeça mais uma vez na água, segurou por uns sete segundos, mas logo me soltou e saiu andando como se nada tivesse acontecido.

Me sentei no chão respirando ofegante, ainda me sentindo sem ar.

Passei a mão em meu rosto molhado e escorri meus cabelos, ainda mais encharcados que antes.

Essa garota, é muito pior do que eu imaginei.

———— MIGUEL MORA

Sentado a mesa do jantar, com meus amigos, eu brincava com a comida, mas nunca colocava ela na boca.