Capítulo 5 - Jacarandá

114 16 1
                                    

- O que acha da gente sair hoje, Lis? Vamos em algum parque, aproveitando que estamos na primavera e que as ruas vão estar cheia de flores, já que estamos nesse clima ultimamente

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

- O que acha da gente sair hoje, Lis? Vamos em algum parque, aproveitando que estamos na primavera e que as ruas vão estar cheia de flores, já que estamos nesse clima ultimamente.

- Fede, eu tenho a impressão que você está se divertindo com a minha situação - Ele riu.

- É que eu acho engraçado a forma como você reage com isso, eu conheço várias garotas que gostariam de receber uma florzinha. Você recebe uma flor todo santo dia e sempre surta.

- É que eu não sei se você ainda percebeu, mas eu recebo flores de alguém que nunca vi na minha vida.

- Você não sabe, só descartamos o Lucas daquela lista de conhecidos - Revirei os olhos - Só não estou atrás dele, porque disse que não ia te atormentar e olha que eu estou me segurando pra cacete.

- Fede, quais são as chances de ele desistir e me deixar em paz? Eu não estou procurando namorado, eu só quero me concentrar na minha carreira.

- E quem disse que você precisa namorar ele, Lis? - Fiquei em silêncio.

- Esse não é o objetivo dele?

- Não sei - Deu de ombros - Estou falando de você, iria namorar ele?

- Eu não sei, Fede! Eu não o conheço, eu não sei quem ele é - A campainha tocou.

- É o Agus - Fede se levantou indo até a porta.

- Vocês dois estão muito amigos ultimamente.

- Deixa de ser ciumenta - Abriu a porta - E aí, Agustín! Estava a convencendo a sair, vamos ver se você me ajuda nisso.

- Levanta, florzinha - Ele simplesmente me pegou em seus braços - Pronto, vamos.

- Certo, então tá - Fede gargalhou - Muito mais fácil.

- Eu juro que algum dia mato vocês dois, me põe no chão! - Ele fez o que eu pedi já do lado de fora - Qual é o problema de eu querer ficar em casa?

- Qual é o problema em sair um pouco? Vamos só até o Rosedal, ver as flores.

- Eu não quero ver flores - Resmunguei e os escutei rir baixinho, pra que inimigos?

- Agus, ela te contou o que fez? Mandou recadinho pro admirador.

- Recadinho? Eu o ameacei.

- Ameaçou? O que disse a ele?

- Falei pra ele parar de mandar flores e ele simplesmente me respondeu com uma outra flor e ainda debochou de mim - Agustín gargalhou.

- Poxa, Lis.

- Eu só...vocês me entendem quando digo que isso me assusta? Sei que parece exagero, mas isso nunca aconteceu antes e saber que tem alguém gostando de mim me deixa nervosa e não da forma que pensam - Eles se encararam.

- Vamos encarar isso como uma forma que ele encontrou de se aproximar de você, sem querer te assustar - Agustín começou - O que já não funcionou, mas se por um acaso ele fosse direto e chegasse em você pessoalmente, não iria ser pior?

- Sim, eu acredito que correria ou travaria.

- Viu? Talvez ele só esteja te abordando da forma que ele acredita não te deixar tão assustada assim.

- Você é mais reservada, Lis - Fede completou - Ele provavelmente sabe disso.

- Certo, eu confesso que isso de receber flores com algum bilhetinho me deixou mais animada e que talvez eu esteja chegando mais cedo por isso - Fede riu convencido - Mas ainda assim, não consigo parar de pensar nas coisas ruins que podem acontecer.

- Pra que sofrer por algo que ainda nem aconteceu e você não sabe se vai acontecer? - O encarei - Por que só não vive o presente? Esqueça o passado e não pense no futuro, viva o presente e curta o que está acontecendo agora.

- Talvez nem aconteça nada, talvez ele nunca se revele - Agustín deu de ombros - Para de tentar ameaçar ele e só viva o que está acontecendo, até porque ele não está nem aí pra suas ameaças, pelo visto.

- Eu só fiz papel de boba?

- Aquele bilhete provavelmente deve ter arrancado uma risada dele, eu queria ter visto - Fede encarou Agustín rindo - Ele indo colocar a flor e se deparando com uma ameaça nada assustadora.

- Quer que eu te ensine a ameaçar? - Agustín me perguntou - Você pode falar que se ele te mandar mais uma flor, você irá castrá-lo.

- Hm, bem mais assustador.

- Eu só não garanto que ele te leve a sério, me desculpe, Lis - Abriu um sorriso divertido - Mas essa sua carinha não é nada ameaçadora, você é meiguinha demais pra isso.

- Olha só, está cheio de jacarandá aqui - Fede apontou - Eu adoro como elas enfeitam as ruas de Buenos Aires, fica tão lindo.

- Engraçado que fica tudo lilás.

- Eu gosto de lilás - Agustín me encarou - Qual foi a sua flor favorita até agora?

- Nenhuma.

- Sua mentirosa, tem alguma sim - Ri - Para de fazer charme, diz alguma que gostou.

- Camélia.

- A última? É verdade, você ficou toda boba com ela.

- Se sente melhor, Lis? Ou se amanhã aparecer alguma flor, você surta?

- Talvez eu esteja gostando de ganhar flores.

FloresOnde histórias criam vida. Descubra agora