Capítulo 8 - Azaleia

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Estudar arquitetura é uma mistura de sentimentos, que vão de admiração ao ódio em dois míseros segundos

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Estudar arquitetura é uma mistura de sentimentos, que vão de admiração ao ódio em dois míseros segundos. E isso eu posso provar, temos que construir uma maquete que por sinal, nem o projeto dela temos montado. Não bastasse isso, vamos ter tanto trabalho para o professor vir e pisar em cima, para testar se é de fato resistente. Vê se pode uma coisa dessas? O resultado disso, são três estudantes de arquitetura frustrados que não sabem nem por onde começar.

- Eu não sei o que de fato é frustrante, não ter uma ideia do que fazer ou saber que ela será destruída.

- Se ela for resistente, não será destruída...

- E como estão meus estudantes de arquitetura favoritos? - Agustín se aproximou junto a David sorrindo - Onde estão os papelões e papel crepom?

- Vai se foder, desgraçado - Fede resmungou - Odeio engenheiro, raça do caralho.

- Que ódio gratuito - David se sentou ao meu lado após dar um beijo em Laura - Oi, florzinha.

- Oi - Voltei minha atenção à folha A3 na minha frente.

- Vocês não tinham que utilizar a mesa de desenho? Por que estão aqui?

- Só estamos conversando, a Lis que é maluca e tirou a folha A3 da pasta.

- Eu odeio vir com esse trambolho no ônibus - Resmunguei mostrando a pasta a eles - Fico batendo em todo mundo sem querer.

Eles gargalharam.

- Vocês não têm projeto para fazer também não? Ou vão ficar aí, se divertindo a nossas custas?

Um silêncio muito constrangedor tomou conta do lugar, eu que estava concentrada na folha na minha frente, não entendi nada e fiquei mais confusa ainda quando os cochichos começaram ao nosso redor.

- Meu Deus, que porra é essa? - Fede soltou, me deixando mais confusa ainda.

- Lis, talvez fosse melhor você...

- Entrega para Lis Bertinez - Levantei meu rosto surpresa e arregalei meus olhos ao me deparar com um buquê de flores nas mãos do entregador.

- É Benitez. Sou eu - Me levantei depressa e fui até ele, pegando o buquê - Quem foi que mandou entregar?

- Eu não consigo te dar essa informação, sou apenas o entregador - Deu de ombros - Tenham um bom dia.

- Mas que estranho - Analisei o buquê confusa e notei que Fede e Agustín se aproximarem como os dois curiosos que são.

- Leia o bilhete, amiga - Laura incentivou.

- Não tem bilhete, só as flores - Eles se encararam - Será que ele resolveu parar de ser psicopata e me entregar flores como uma pessoa normal?

- A forma como você é carinhosa com ele me encanta - Agustín riu - Que flores são essas?

- Margaridas, deve ser por isso que não tem bilhete - Conclui - Ele já me entregou uma margarida, foi a primeira flor.

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