Quem não sonharia em receber flores e mensagens carinhosas todos os dias? Para Lis Benitez foi uma experiência preocupante, a princípio. Ser surpreendida por flores de um admirador secreto lhe trouxe um grande temor, alguém tinha a chave de seu armá...
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Eu tinha chegado a conclusão que estava ferrado no primeiro dia que a vi. Seu jeito desconfiado comigo, a forma como ela ficava atrás de Fede como se ele pudesse a proteger de tudo, já eram sinais de que eu teria trabalho.
Custou para eu conseguir sua confiança, eu só consegui de fato me aproximar ao começar a implicar e demonstrar que não queria nada de romântico com ela. Quando na verdade era tudo ao contrário, Lis sempre despertou meu interesse e eu me vi perdido em seus olhos cor de mel, completamente perdido.
Foram dois anos tentando fazer ela me dar abertura para algo a mais e nunca consegui, até agora.
O beijo de ontem ainda está preso na minha memória, ela me pediu para beijá-la, ela quis e eu não posso estar mais feliz em saber que mais uma barreira foi quebrada.
Passamos o dia em nosso lugar, o lugar que eu tanto uso para me esquecer dos problemas, agora é nosso e após uma pequena volta pelas ruas de Buenos Aires, viemos para o meu apartamento e eu deixei que ela dormisse no quarto de hóspedes, já foi um grande passo ter conseguido um beijo, não quero abusar.
E também não quero ser derrubado da cama novamente. Soltei uma risada ao me lembrar da feição assustada dela, seus olhos arregalados, a mão tampando a boca e seu rosto queimando pela vergonha de termos dormido na mesma cama, eu não pude deixar de me aproveitar e implicar.
Eu sabia que era ela que estava em meus braços, foi eu que a abracei e deixei que dormisse neles.
Me sinto feliz por finalmente estar conseguindo conquistá-la. Não menti quando afirmei que espero por isso há tanto tempo.
Saindo do meu quarto, eu fui até o seu e abri a porta com cuidado. Observando-a dormir tão calma e serena que eu poderia facilmente confundi-la com um anjo, suas mãos estavam unidas embaixo de sua cabeça e isso fazia com que sua bochecha fosse apertada de uma forma que seus lábios formavam um biquinho irresistível, seus cabelos estavam espalhados pelo travesseiro e ela estava tão encolhida que parecia bem menor do que de fato é.
Sorri e tratei de sair antes que ela acordasse e me achasse um psicopata.
Resolvi sair e ir comprar a flor do dia, com sorte, eu entregaria assim que ela acordasse e me olhasse do seu jeitinho marrento que tentava esconder o que de fato sentia.
Ela jurava que disfarçava bem, o que Lis não sabe é que meu passatempo preferido é observá-la e toda vez que ela tenta esconder algo, ela morde os lábios.
Eu estava conseguindo aos poucos derrubar o muro protetor que ela construiu ao seu redor.
Escrevi um bilhete e deixei na geladeira, para o caso dela acordar antes que eu chegasse.
Resolvi ir caminhando até a floricultura de seu Feliz, aproveitando para colocar em dia todos os acontecimentos dessas últimas semanas.
Meu celular apitou, avisando que uma nova mensagem tinha chegado e me surpreendi ao ver que não era somente uma e sim mais de trinta mensagens de Federico e algumas ligações perdidas.
