O que Agustín me disse, ficou martelando em minha cabeça por várias horas. Eu não gosto de me sentir como se estivesse parada no tempo, olhar em volta e ver que todos estão vivendo sua vida me deixa frustrada porque eu simplesmente não consigo fazer o mesmo pelo medo.
Talvez ele tenha razão e me dói muito pensar nisso, me dói pensar que eu concordei com o Agustín.
Neste momento, me encontro jogada no meu sofá, enquanto observava Fede andar pra lá e pra cá, o folgado fica se arrumando e usando as minhas coisas pra isso e pior, ele nem aqui mora.
- Lis, vou em uma festa hoje com a Stela - O encarei - Você vai ficar bem aí?
- Eu posso ir também? - Ele parou de andar até a cozinha e se virou pra mim com os olhos arregalados - Ou eu vou atrapalhar vocês?
- Lis, você nunca vai atrapalhar - Se aproximou animado - É sério? Você quer ir na festa?
- Quem vai estar lá?
- O pessoal, a festa é do Brian - Assenti - Você vai mesmo?
- Vou, vocês me esperam? - Ele sorriu me abraçando.
- É lógico que sim, vai se arrumar que eu vou avisar a Stela - Assenti correndo até meu quarto.
Comecei a me arrumar sentindo que meu coração iria parar de bater a qualquer momento, não é fácil lidar com seu medo assim de repente e eu fico me perguntando se estou fazendo a coisa certa. Pensar na última festa e o terror que ela me fez, me fizeram recuar por alguns minutos e ficar sentada na minha cama, olhando pro nada.
- Lis? - Fede bateu na porta.
- Eu estou com medo, Fede - Suspirei - Não sei se é certo eu ir pra essa festa.
- Se não quiser ir, tudo bem - Me tranquilizou - Ninguém vai te obrigar ou ficar chateado, quer ficar?
- Mas desse jeito eu nunca vou superar, não é?
- Um trauma não se supera assim do dia pra noite, Lis - Fiquei quieta - Eu posso entrar?
- Pode - Ele abriu a porta e veio em minha direção, me dando um abraço apertado.
- Você está linda, sabia? - Sorri - Stela está vindo pra cá, disse que ia te ajudar a se arrumar.
- Acha que eu devo ir?
- Eu só me preocupo com o seu bem estar, você vai se sentir bem lá? - Fiquei pensativa - Não queira enfiar os pés pelas mãos e achar que indo até lá, vai ser livre do trauma pra sempre.
A campainha tocou.
- Ela chegou - Se afastou - Você vai mesmo?
- Ela me ajuda com a maquiagem? - Ele sorriu.
- Você vai lidar com uma estudante de moda agora, olha os riscos que está correndo - Ri - Vou abrir a porta pra ela.
Observei ele sair do quarto e respirei fundo tentando ao máximo não surtar, em questão de segundos, uma loira apareceu no meu quarto como um furacão.
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Flores
RomanceQuem não sonharia em receber flores e mensagens carinhosas todos os dias? Para Lis Benitez foi uma experiência preocupante, a princípio. Ser surpreendida por flores de um admirador secreto lhe trouxe um grande temor, alguém tinha a chave de seu armá...