Capítulo 14

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Ravi narrando

Fiz algumas ligações e desmarquei os compromissos. Hoje o dia será todo  dela e meu.
Estou tão grato por ter Isabela em minha vida.
Estou sentindo como é ser cuidado por alguém, tem pouco tempo que Isabela está comigo, mas eu já estou tão dependente dela. Agora entendo porque meu pai sofreu tanto com a morte da minha mãe. Não nos vemos mais sem nossa metade.
Ela é a mulher ideal para mim, estou sentindo uma coisa mágica. Não sei o que é, talvez seja amor.

Após algumas ligações, fui até a cozinha preparar um lanche para levar para o passeio.
Paulina estava na cozinha, ela era uma das cozinheiras, sua filha estava lá também. Fabrícia era uma menina de vinte e três anos, ela cresceu frequentando minha casa. Paulina já era cozinheira da família antes de eu nascer, após engravidar morou um tempo conosco. Eu a tenho como uma pessoa da família, daí adotamos sua filha também.

- Olá, bom dia. - Falei com elas e fui até Paulina dar um abraço e um beijo nela.

- Eu também quero um beijo e um abraço. - Fabricia falou.

- Segura aí... - Dei um beijo na mão e joguei para ela.

- Assim não vale. - Ela falou pegando o beijo no ar.

- Vem aqui, sua chata. - A puxei pelo pescoço e a abracei.

- O que houve que você só desceu agora? Dormiu esse tempo todo? - Ela sentou na cadeira perto da ilha e enfiou um morango na boca.

- Sim. Nunca dormi tão bem. Minha esposa me fez dormir, parece que dormi por anos. - Abri a geladeira para pegar algumas coisas.

- O QUÊ ?! ME EXPLICA ISSO DIREITO. - Senti uma mão puxando meu ombro, me fazendo virar. Enquanto isso Paulina ria do outro lado da cozinha.

- Paulina, olha aqui sua filha sem modos. - Coloquei as coisas que estavam em minhas mãos na ilha.

- Sem modos? Você vai me explicar isso direitinho. Tem uma mulher aqui?  Agora? - Ela colocou as mãos na cintura e começou bater o pé no chão.

- Tem, tem duas. Você e sua mãe. - Sorri e voltei atenção para as coisas em que tinha pego na geladeira.

- Olha aqui, eu não estou de brincadeira. Tem alguém lá no seu quarto?

- Não, não tem. - Ela respirou aliviada. - Ela está no quarto dela.

- Ravi! Você está tirando minha paciência. - Ela estava furiosa e se balançava toda.

- Não sei porquê. Explica para ela que a vida é minha e eu não devo satisfação a ela... - Falei com Paulina, que só sabia rir.

- Como você casou e não me falou? Eu nem fui no seu casamento... Eu que ia casar com você, lembra?- Ela fez um beicinho e arriou os ombros.

- Te enxerga menina! - Empurrei a cabeça dela com o dedo indicador. - O casamento vai durar um ano, é um contrato. Não teve festa.

- Ah, então depois desse um ano eu tenho chances ainda de casar com você? - Ela veio em minha direção e me abraçou.

- Deus me livre! Você é muito irritante. Não daria certo. - Eu tentei arrancar seus braços da minha cintura.

- Poxa! Estou magoada. - Ela me largou e fez uma cara triste.

- Depois passa. - Sorri e comecei a ajeitar as coisas para fazer uns sanduíches.

- Quero ver como ela é. Se for feia eu vou zoar você. - Fabricia era como aquelas irmãs mais novas, pentelhas. Muitas vezes ela era irritante. Irritante não, insuportável.

- Você vai ficar frustrada! Nunca vi mulher tão linda quanto Isabela.

- Ah, então já sei o nome. Até que o nome é bonito, vamos ver a dona. E eu sou linda, tá meu bem? - Ela jogou o cabelo.

- Para de ser chata! Quem tem que gostar sou eu, não é você. E quem te enganou que você é bonita? - Ri de forma debochada e coloquei uma das mãos na boca.

- Minha opinião também conta, aliás, sou como uma irmã mais nova. - Ela sentou e ficou esperando Isabela descer. Enquanto eu preparava os lanches. - Vocês vão para onde? Posso ir junto? - Ela conseguia ser irritante sem esforço.

- Não, você não pode. - Falei enquanto fazia as coisas.

- Pra quem sempre teve a agenda mega cheia, até que está com tempo, né?

- Nunca quis ficar em casa porque não tinha motivos, agora tenho. Vou dar a ela todo tempo necessário.

- Meu Deus! - Ela colocou a mão na boa. - O que fizeram com você? Cadê o Ravi que eu conheço? - Ela falou em um tom de zoação. - O que está em jogo nesse contrato?

- Nada de mais, só alguns milhões. Isso é fichinha para mim. Mas eu não gosto de perder, sou muito competitivo.

- Agora entendi tudo! - Ela deu uma gargalhada. - Não vai magoar a menina. - Ela ficou seria de uma hora para a outra. - Você está escutando? - Ela andou em minha direção e me cutucou com o dedo.

- Você é bipolar ou algo do tipo? Credo! Ao mesmo tempo que está rindo, está com a cara de raiva. Não é minha intenção magoa-la, fica calminha aí, tá bom?

- Eu estou falando sério Ravi, a menina não pode ficar enfiada no meio dessa loucura que vocês vivem. - Isso me fez pensa se realmente eu era a melhor opção para Isabela. Eu estava fazendo por ela tudo o que podia, mas sua vida poderia estar correndo risco se ela ficasse comigo.

- Pare de se meter onde não é chamada, sua pirralha. - Falei tentando não demonstrar que meu brilho tinha apagado um pouco.

- É sério Ravi. Se pretende terminar com ela em um ano, não deixe que ela se apegue muito a você. Deixe as coisas claras, não faça a Isabela sofrer.

- Já falei para não se meter na minha vida. Paulina, dá para arrumar alguma coisa para sua filha fazer?

- Com licença. - Isabela estava parada perto da entrada da cozinha. Ao vê -la meu coração disparou. Quando que ela ficou  ainda mais bonita? Eu só a deixei alguns minutos. Ela estava de cabeça baixa, um pouco tímida.

- Vem aqui, entre. - Andei em sua direção e peguei sua mão. - Quero te apresentar Paulina, nossa cozinheira mas é como uma pessoa da família. Está conosco desde sempre. E sua filha, chata, Fabricia. - Fabricia deu língua para mim.

Talvez seja amorOnde histórias criam vida. Descubra agora