Ravi narrando
Fiz algumas ligações e desmarquei os compromissos. Hoje o dia será todo dela e meu.
Estou tão grato por ter Isabela em minha vida.
Estou sentindo como é ser cuidado por alguém, tem pouco tempo que Isabela está comigo, mas eu já estou tão dependente dela. Agora entendo porque meu pai sofreu tanto com a morte da minha mãe. Não nos vemos mais sem nossa metade.
Ela é a mulher ideal para mim, estou sentindo uma coisa mágica. Não sei o que é, talvez seja amor.Após algumas ligações, fui até a cozinha preparar um lanche para levar para o passeio.
Paulina estava na cozinha, ela era uma das cozinheiras, sua filha estava lá também. Fabrícia era uma menina de vinte e três anos, ela cresceu frequentando minha casa. Paulina já era cozinheira da família antes de eu nascer, após engravidar morou um tempo conosco. Eu a tenho como uma pessoa da família, daí adotamos sua filha também.- Olá, bom dia. - Falei com elas e fui até Paulina dar um abraço e um beijo nela.
- Eu também quero um beijo e um abraço. - Fabricia falou.
- Segura aí... - Dei um beijo na mão e joguei para ela.
- Assim não vale. - Ela falou pegando o beijo no ar.
- Vem aqui, sua chata. - A puxei pelo pescoço e a abracei.
- O que houve que você só desceu agora? Dormiu esse tempo todo? - Ela sentou na cadeira perto da ilha e enfiou um morango na boca.
- Sim. Nunca dormi tão bem. Minha esposa me fez dormir, parece que dormi por anos. - Abri a geladeira para pegar algumas coisas.
- O QUÊ ?! ME EXPLICA ISSO DIREITO. - Senti uma mão puxando meu ombro, me fazendo virar. Enquanto isso Paulina ria do outro lado da cozinha.
- Paulina, olha aqui sua filha sem modos. - Coloquei as coisas que estavam em minhas mãos na ilha.
- Sem modos? Você vai me explicar isso direitinho. Tem uma mulher aqui? Agora? - Ela colocou as mãos na cintura e começou bater o pé no chão.
- Tem, tem duas. Você e sua mãe. - Sorri e voltei atenção para as coisas em que tinha pego na geladeira.
- Olha aqui, eu não estou de brincadeira. Tem alguém lá no seu quarto?
- Não, não tem. - Ela respirou aliviada. - Ela está no quarto dela.
- Ravi! Você está tirando minha paciência. - Ela estava furiosa e se balançava toda.
- Não sei porquê. Explica para ela que a vida é minha e eu não devo satisfação a ela... - Falei com Paulina, que só sabia rir.
- Como você casou e não me falou? Eu nem fui no seu casamento... Eu que ia casar com você, lembra?- Ela fez um beicinho e arriou os ombros.
- Te enxerga menina! - Empurrei a cabeça dela com o dedo indicador. - O casamento vai durar um ano, é um contrato. Não teve festa.
- Ah, então depois desse um ano eu tenho chances ainda de casar com você? - Ela veio em minha direção e me abraçou.
- Deus me livre! Você é muito irritante. Não daria certo. - Eu tentei arrancar seus braços da minha cintura.
- Poxa! Estou magoada. - Ela me largou e fez uma cara triste.
- Depois passa. - Sorri e comecei a ajeitar as coisas para fazer uns sanduíches.
- Quero ver como ela é. Se for feia eu vou zoar você. - Fabricia era como aquelas irmãs mais novas, pentelhas. Muitas vezes ela era irritante. Irritante não, insuportável.
- Você vai ficar frustrada! Nunca vi mulher tão linda quanto Isabela.
- Ah, então já sei o nome. Até que o nome é bonito, vamos ver a dona. E eu sou linda, tá meu bem? - Ela jogou o cabelo.
- Para de ser chata! Quem tem que gostar sou eu, não é você. E quem te enganou que você é bonita? - Ri de forma debochada e coloquei uma das mãos na boca.
- Minha opinião também conta, aliás, sou como uma irmã mais nova. - Ela sentou e ficou esperando Isabela descer. Enquanto eu preparava os lanches. - Vocês vão para onde? Posso ir junto? - Ela conseguia ser irritante sem esforço.
- Não, você não pode. - Falei enquanto fazia as coisas.
- Pra quem sempre teve a agenda mega cheia, até que está com tempo, né?
- Nunca quis ficar em casa porque não tinha motivos, agora tenho. Vou dar a ela todo tempo necessário.
- Meu Deus! - Ela colocou a mão na boa. - O que fizeram com você? Cadê o Ravi que eu conheço? - Ela falou em um tom de zoação. - O que está em jogo nesse contrato?
- Nada de mais, só alguns milhões. Isso é fichinha para mim. Mas eu não gosto de perder, sou muito competitivo.
- Agora entendi tudo! - Ela deu uma gargalhada. - Não vai magoar a menina. - Ela ficou seria de uma hora para a outra. - Você está escutando? - Ela andou em minha direção e me cutucou com o dedo.
- Você é bipolar ou algo do tipo? Credo! Ao mesmo tempo que está rindo, está com a cara de raiva. Não é minha intenção magoa-la, fica calminha aí, tá bom?
- Eu estou falando sério Ravi, a menina não pode ficar enfiada no meio dessa loucura que vocês vivem. - Isso me fez pensa se realmente eu era a melhor opção para Isabela. Eu estava fazendo por ela tudo o que podia, mas sua vida poderia estar correndo risco se ela ficasse comigo.
- Pare de se meter onde não é chamada, sua pirralha. - Falei tentando não demonstrar que meu brilho tinha apagado um pouco.
- É sério Ravi. Se pretende terminar com ela em um ano, não deixe que ela se apegue muito a você. Deixe as coisas claras, não faça a Isabela sofrer.
- Já falei para não se meter na minha vida. Paulina, dá para arrumar alguma coisa para sua filha fazer?
- Com licença. - Isabela estava parada perto da entrada da cozinha. Ao vê -la meu coração disparou. Quando que ela ficou ainda mais bonita? Eu só a deixei alguns minutos. Ela estava de cabeça baixa, um pouco tímida.
- Vem aqui, entre. - Andei em sua direção e peguei sua mão. - Quero te apresentar Paulina, nossa cozinheira mas é como uma pessoa da família. Está conosco desde sempre. E sua filha, chata, Fabricia. - Fabricia deu língua para mim.
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Talvez seja amor
RomanceIsabela tem um casamento por contrato com o atual mafioso da cidade. Seu cuidador e seu irmão de consideração a vende para Ravi Lucca, um mafioso perigoso e sem sentimentos. Ela vê todo o sonho que tinha, indo embora junto com sua vontade de viver...