Capítulo 3

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Isabela narrando

Senti minha cabeça girar e comecei fazer ânsia de vômito.

- Eu vou ter um contrato com um mafioso? - Ai meu Deus, o que está acontecendo? - Eu não estou me sentindo bem...

- Fica calma! A senhorita só tem que escolher. Vai assinar ou vai preferir morrer?

- Eu assino, eu assino. - Minha cabeça estava pesada. Passei a mão no rosto tentando buscar ar.

- Então pode assinar aqui nessas linhas. Não vai dar tempo de ler, mas você ficará com uma cópia. - Ele me mostrou onde eu assinaria e me deu uma caneta. O homem de touca ninja fez um sinal com os dedos e os homens começaram a subir. Pegaram algumas coisas minha no meu quarto e colocaram no carro.

- O que está acontecendo? Por que eles estão...?

- Nós vamos agora. Você não mora mais aqui, vamos te levar para a sua nova casa.

- O que está acontecendo? - Minha cabeça rodava. - O homem de touca ninja me pegou pelo braço e foi me puxando para fora. Minhas pernas estavam dormentes, eu sentia um turbilhão de emoções. Eu queria correr, mas o medo era maior. Comecei a sentir um formigamento pelo corpo e ao mesmo tempo uma queimação.

- Você está bem? - Ele perguntou para mim, pude ver seus olhos e parecia que eram conhecidos. Sua voz era seca, mas demonstrava preocupação.

- Eu acho que vou desmaiar. Estou sentindo umas coisas esquisitas. - Senti meu corpo desabando e ele me pegou no colo antes de eu tocar no chão.

- Fica calma!  Respira, droga! - Só escutei isso antes de eu desligar completamente.

Acordei em um quarto que era do tamanho da minha casa. Os móveis eram rústicos, parecia um palácio da idade média. A madeira parecia bem cara. Comecei a olhar tudo em volta e tudo era muito bonito.
O quarto era bem claro, devido as janelas de blindex que iam do teto até o  chão, com cortinas claras.
A cama em que eu estava deitada era enorme, bem confortável. O edredom era bem macio e cheiroso.
Uma porta dentro do quarto abriu e eu levei um susto. Cobri a cabeça com o susto que levei.

- Oi... Você já acordou? - Eu acho que ele deve ter me visto cobrir a cabeça.

- Levei um susto. - Respondi ainda com a coberta na cabeça.

- Entendi. Não precisa ficar com medo não. Eu não mordo, a não ser que você queira. - Escutei ele rindo baixinho. - Eu vou ter que sair para arrumar algumas coisas. - Ouvi passos se aproximando da cama. - Mas eu preciso saber se você está bem, você me deixou preocupado.

- Eu... Eu estou bem sim, obrigada. - Meu corpo estava doendo e eu estava sentindo frio. Acho que era por causa do estresse e medo. Queria ver quem era, mas estava morrendo de medo. Só podia ser o cara do tal contrato.

- O café da manhã está posto, caso você queira comer no quarto, é só apertar o botão vermelho ao lado da cama. Então é isso... Caso se sinta mal me ligue, o celular está na cabeceira, já está com meu número gravado. Descanse o tempo que precisar, parece que você está exausta. O que  precisar e só pedir, tem pessoas para te servir. Não sei que horas eu volto, mas não hesite em me ligar caso precise.

- Muito obrigada. E obrigada por estar sendo tão gentil comigo. Posso perguntar uma coisa, onde eu estou? - Fui destampando os olhos.

- Você está na sua casa. Quando eu voltar nós iremos conversar. Não precisa tentar fugir, sei que sua cabeça deve estar uma bagunça. Mas fique tranquila, eu não sou um monstro e não vou fazer nada com você. - Destampei a cabeça e tomei um susto.

- Ravi! - Falei no susto. Ele estava de lado enquanto falava.

- Como você... Como você sabe meu nome? - Ele franziu  a sobrancelha e me olhou, mas evitava manter contato visual diretamente.

- Sua identidade estava caída no bar. - Meus olhos estavam arregalados.

- Então, prazer Isabela. Eu sou o seu esposo até o fim de nosso contrato. Fique a vontade que eu já volto, se alimente e descanse. - Ele estendeu a mão em minha direção. Tirei a mão debaixo da coberta e apertei sua mão.

- Obrigada! - Ele evitava me olhar nos olhos. Vi seu olhar de preocupação ao tocar em mim.

- Você está com febre? - Ele colocou a mão na minha testa. - Você está queimando de febre. - Ele pegou o celular no bolso e discou um número. Pediu para que chamassem um médico, o nome do médico não consegui entender.

- Está tudo bem, daqui a pouco eu melhoro. Não se preocupe. - Lembrei do homem frio no café e no mercado.

- Agora você tem quem cuide de você. Eu não vou deixar você aqui sozinha nessas condições.

- Eu não quero te atrapalhar pode ir.

- Eu decido aqui! Está bem? - Ele me olhou e sou olhar ficou sombrio.

- Desculpe senhor Ravi. - Meus olhos encheram de lágrimas. - Não era minha intenção te contrariar, só não quero te atrapalhar.

- Não precisa pedir desculpas, nem me chamar de senhor. Eu peço desculpas pelo meu tom grosseiro. Estou nervoso... E olha que eu nunca fico nervoso. - Ele passou a mão no rosto e respirou fundo. - Você não me atrapalha, estou preocupado  com você. Temos um contrato e eu gosto de cumprir minhas obrigações. É minha obrigação cuidar de você. Vou cancelar o que eu tinha que fazer hoje. - Ele pegou o celular novamente.

- Não, espere! É sério, eu vou ficar bem. Pode ir. Já estou me sentindo bem melhor. - Menti.

- Já falei que eu decido. - Ele deu um sorriso fino e discou um número. - Eu não demoro, fica aí quietinha. - Ele saiu do quarto para falar no celular, dava para escutar sua voz vindo do lado de fora.

- Ai meu Deus, onde eu vim parar? E por que estou doente? Será que foi da friagem?  - Comecei a sentir muito mais frio, não conseguia controlar meu corpo. Comecei a me debater na cama. Eu estava morrendo de medo de Ravi ficar e depois eu ser punida por isso, sei lá como funcionava entre os mafiosos. E o contrato, eu nem tinha lido ainda.

- Voltei! - Ele parou na porta e ficou me observando de longe. - Droga! O que está havendo com você? - Ele tinha um remédio na mão e um copo com água na outra. - Consegue  tomar o remédio? - Ele se aproximou de mim e  me apoiou de um jeito que eu ficasse sentada. - Tenta engoli o remédio.

- Eu acho que eu não vou conseguir. - Eu não conseguia controlar minha boca batendo.

- Para de ser fraca e engole! - Ele ao mesmo tempo era gentil e grosseiro. - Abre a boca! - Consegui abrir a boca e ele colocou o remédio. - Agora bebe a água, vai! - Engoli a água e o remédio desceu.

- Pronto! - Falei em meio a tremedeira. Abri a boca mostrando que eu tinha engolido o remédio.

- Isso só pode ser por causa da friagem. - Ele começou a andar de um lado para o outro no quarto. Como ele sabia que eu peguei friagem? Será que ele estava me seguindo? Ou ele estava me observando ? - Por que esse médico está demorando tanto? Vou pegar algo para você comer, você está fraca também.

- Não precisa se preocupar. - Eu me encolhi e senti meu corpo se erigessendo.

- Isabela? Isabela? - Eu escutava ele me chamar, mas não conseguia reagir.
- Ah droga! Droga! Droga! Droga! - Ele tirou o edredom de cima de mim e virou meu corpo de lado. Enquanto ele segurava minha cabeça eu me debatia.

Talvez seja amorOnde histórias criam vida. Descubra agora