Capítulo 48

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Ravi Lucca narrando

As horas se passaram e logo chegou a hora de Isa levantar para tomar banho.
A ajudei fazendo tudo o que as enfermeiras me disseram para fazer.
Isa sentou na cama, após ter tomado banho e ter se vestido. Coloquei sua refeição em seu colo e a ajudei a comer.
Mais tarde o pediatra veio nos falar sobre Lucca, ele está com a saúde perfeita, só teriamos que ficar por quatro dias no hospital.
Isa também está muito bem de saúde, receberá alta junto com ele.

Os quatro dias se passaram e logo fomos para casa.
Fazia muitos meses que Isa não entrava em nossa casa, desde que meu pai a afastou de mim.
Fazia muitos meses que esse ambiente se tornou um lugar de infelicidade. Como sofri e senti dor nesses últimos meses sem Isa aqui.

Vicallio e Heinz, juntamente com Fabrícia e Paulina organizaram as boas vindas de Isa e Lucca.

Estava tudo tão lindo, muitos balões espalhados. Uma decoração nude e verde menta.
Pude sorrir após tantos meses chorando dentro dessa casa.

- Bem-vinda de volta Isabela. - Fabrícia veio abraça -la. Lucca estava em meu colo.

- Meu afilhado é tão lindo. - Vicallio se aproximou de mim para ver nosso pequeno, foi a primeira vez que ele o viu.

- Puxou o pai. - Falei.

- Coitado do menino, não faz isso. Puxou foi a mãe, você é feio a bessa. - Vicallio falou para mim e sorriu. - Parabéns irmão! Estou mega feliz por vocês.

- Parabéns para vocês. - Heinz se aproximou. - Ele é lindo. - Seus olhos  ficaram rasos de lágrimas. Pude ver em seus olhos a dor de um pai que não pôde criar um filho.

- Agradeço por ter ajudado a Isa e por fazer essa ponte entre nós. Soube que você é um sniper e tanto. - Tentei reconforta-lo.

- Não tão bom quanto você. Sua fama percorre. - Ele sorriu para mim.

- Você está sendo modesto. Não sou tão bom assim.

- É melhor do que imagina. Ou só está sendo humilde.  Estou feliz que vocês estão bem. Isabela tem um coração de ouro, dá para ver que vocês se merecem. Você também é um ser humano incrível.

- Obrigado. - Sorri.

Sentada no sofá na sala, Isabela pegou Lucca para amamentar e eu fui atrás de Vicallio. Tinha pedido para ele fazer algo importante, queria ver se ele tinha conseguido.
Entrei no escritório e Vicallio entrou logo atrás.
Tinha pedido para ele procurar a família de Heinz, nesse quase um mês de hospital, ele conseguiu achar.
Isso me deu uma alegria imensa, como é bom fazer o bem para alguém. Ainda tinha uma baita surpresa para Heinz, ainda bem que seu coração é forte.

- Ravi, eles chegam em alguns minutos. Pedi para o motorista busca-los no aeroporto. - Olhei as fotos no papel com o nome deles e sorri.

- Ótimo, vou pedir para fazer um almoço especial. Obrigado irmão. - Abracei Vicallio e voltei para a sala.

Estava próximo da hora do almoço, fui avisado que o carro tinha acabado de entrar no condomínio.
Chamei Heinz e pedi para esperar na sala com Isabela.
Ele ficou de pé ao lado dela, ela estava sentada com Lucca no colo.

- Está acontecendo alguma coisa? - Isabela ficou apreensiva.

- Está tudo bem minha linda. Só aguarde um minuto aqui, certo? Vou atender alguém que chegou.

- Está bem. - Saí com Vicallio ao encontro do carro estacionado no quintal da minha casa. Abri a porta para a senhora descer.

- Bom dia. - Ela nos cumprimentou.

- Bom dia, como a senhora vai?

- Estou bem. É sério que Heinz está aí dentro? - A lágrima escorreu em seu rosto.

- Está sim e ele não tem a mínima ideia de que a senhora está aqui fora.

- Ah meu Deus! Ele vai dar um treco. - Ela sorriu. A mulher era linda, só não mais linda do que Isabela. Dava para sentir o tamanho do amor que ela sentia por Heinz. Imagine a saudade? Dez anos não são dez meses e nem dez dias.

- Vamos logo, vocês já esperaram demais. - Falei. Vicallio observava emocionado.

- Mamãe, vamos conhecer o papai? - Uma das meninas perguntou.

- Vamos sim filha. Vocês estão felizes? - Ana perguntou para as crianças no banco de trás do carro.

- Estamos  sim. - Responderam uníssono.

- Então vamos, se comportem, heim.
- As crianças  eram muito bem educadas, dava para ver. Ele vai ter uma baita surpresa, pensou que a esposa estava grávida de um bebê só... Sorri. Entrei na frente e comigo entraram as crianças. Ana ficou para trás, pedi para eles guardarem segredo e não contarem que Heinz era o pai deles.

- Olha Isa, quem veio nos visitar. - Caminhamos até a sala. Isa olhou meio que sem entender o que estava  acontecendo.

- Quem são essas crianças lindas? - Isa perguntou. A menina que  tinha me perguntado sobre o pai, encarava Heinz. Seus olhos estavam rasos de lágrimas.

- São filhos de um grande amigo meu. - Heinz desviou o olhar para olhar para as crianças. Ao olhar para a menina que o encarava, seu semblante mudou.

- Não conheço esse amigo, ou conheço? - Isa perguntou confusa.

- Você o conhece mais do que eu. - Heinz olhou para mim com os olhos arregalados. - A mãe deles está ali fora. Vou pedir para Ana entrar e nos apresentar os seus quádruplos. Ana veio caminhando e Heinz nem se deu conta.

- Olá. - A voz dela quase não saiu. Heinz olhou em sua direção, como se aquela voz despertasse algo nele.

- Ana? - Ele estava congelado.

- Oi meu amor. - As lágrimas escorreram no rosto dela.

- Ana, eu não estou sonhando, certo? - Parecia que seus pés estavam congelados no chão.

- Vai logo abraça-la. - Falei pra ele. Heinz saiu correndo em direção de Ana e a abraçou, a levantando do chão.

- Ah, que saudades meu amor! Você  sabe o quanto te procurei? - Heinz enfiou o rosto no pescoço de Ana e se permitiu chorar. As crianças correram em sua direção e se agarraram neles.

- Eu também sofri muito. Eu tentei te procurar, mas não pude.

- E essas crianças lindas?

- São nossos filhos, eu engravidei de quádruplos.

- É sério? - Heinz abaixou para abraçar as crianças. As lágrimas escorriam no rosto daquele homem feliz,  parecia ter ganhado na loteria. - Que presente maravilhoso, meu amor, Deus é  muito bom para mim.

- Agora estamos completos. Obrigada por ter nos esperado. - Eles se abraçaram em grupo. Isa, Vicallio e eu estávamos observando, emocionados. As crianças derrubaram Heinz no chão e pularam em cima dele.

Talvez seja amorOnde histórias criam vida. Descubra agora