Capítulo 28

387 26 4
                                    

Isabela narrando

Pedi ao segurança para parar em frente a boate. O segurança saiu e abriu a porta para nós.

- Dez minutos, Fabrícia. - Reforcei. Tirei foto da entrada e mandei para Ravi, junto com a localização. Eu sabia da realidade que estávamos enfrentando, se algo acontecesse ele estaria ciente.

Entrei com Fabricia e o segurança. A boate era linda por fora, mais linda ainda por dentro. Entrei e fiquei no canto observando. Fabrícia fotografava tudo e fazia selfies. Um cara chegou e me puxou pela cintura.

- Olá gatinha, está sozinha aqui? - Ele abaixou um pouco para falar no meu ouvido. - Que tal um beijo?

- Me solta. - Dei um empurrão nele.

- Hum, selvagem. Assim que eu gosto. - Ele limpou a bebida que tinha entornado em sua blusa e voltou em minha direção.

- Com licença. - O segurança entrou na frente do carinha abusado. - Está acontecendo alguma coisa aqui? - Ele o encarou.

- Eu só quero conversar com ela. - Chegou a cabeça para o lado para me olhar.

- Eu acho melhor o senhor deixá-la em paz.

- Quem você pensa que é para me dizer o que fazer? Eu quero falar com ela e eu vou falar. - O carinha fez um sinal com os dedos, como se estivesse chamando alguém.

- Isabela, é melhor a senhora esperar no carro. - O segurança inclinou um pouco a cabeça para o lado,  falando comigo, que estava atrás dele.

- Mas, cadê Fabricia? - Eu olhava em volta, tentando encontra-la. Chegou uns três seguranças e pararam na frente do cara abusado. Corri em direção ao carro. Não percebi, mas o tal cara veio andando atrás de mim.

- Ei, espere! Por que está com tanta pressa? - Ele segurou o meu braço, me fazendo parar.

- O que você quer? Me solte. - Tentei soltar o braço.

- Só quero conversar com você. - Ele sorriu.

- Olha aqui, está vendo? - Mostrei a aliança para ele. - Sou casada. Então trate de me soltar.

- Eu não sou ciumento. - Ele me olhou e mordeu o lábio inferior.

- Dá pra me soltar? Está machucando o meu braço.

- Se eu soltar, promete que não vai fugir? - Ele me encarava. Não respondi nada. Ele me soltou e eu fui me afastando dele, andando de costas. Ele foi andando para frente com um sorriso no rosto. - Eu gosto das difíceis. - Não me dei conta, pois estava andando de costas com os olhos fixos nele, bati as costas em um carro estacionado, aquilo me fez gemer de dor. Pegou bem em cima da cirurgia.

- Olha só, é melhor você deixar eu ir. Meu esposo estará aqui em breve, ele é ciumento. - Tentei amedronta-lo.

- Sério? Então eu tenho que agir logo, não quero que ele veja o que estou prestes a fazer. - Ele me imprensou no carro e envolveu o braço na minha cintura. Enrolou a mão no meu cabelo e puxou para trás, deixando meu pescoço livre. Passou o nariz ali. - Seu cheiro é maravilhoso. Eu estou louco para beijar sua boca, quem mandou ser tão gostosa assim? Eu quero você e eu sempre consigo o que eu quero. - Ele soltou a mão do meu cabelo e começou alisar minha coxa, subiu um pouco mais a mão. Criei coragem e dei uma joelhada no meio de suas pernas. Ele se afastou um pouco, sentindo dor. Eu não tinha perna para correr, estava apavorada. Um carro parou bruscamente e saiu alguém.

- Você está maluco? Está querendo morrer hoje? - Ravi saiu com uma pistola apontada para o filho da mãe acediador. O segurou pelo pescoço com a arma apontada em sua testa. O empurrou até o carro onde eu estava encostada. Parou do meu lado. - Você está bem? - Ele perguntou mas não olhou em minha direção. Seus olhos estavam sombrios.

- Estou. - Comecei a chorar aliviada em ver Ravi. Vicallio veio logo atrás.

- Tudo bem aí? - Perguntou para Ravi.

- Sim. Vai buscar Fabricia e o segurança. - Vicallio entrou na boate.

- Então ela é sua esposa? - O cara riu para Ravi.

- Você está rindo de quê, seu desgraçado? É legal mexer com a mulher dos outros?

- Ninguém mandou arrumar uma mulher tão gostosa assim. Não deveria deixá-la sair sozinha. - Ravi deu uma coronhada nele e o sangue começou a escorrer no rosto do canalha. Que ódio!

- Você está maluco? Sabe com quem está mexendo? - Ele abaixou segurando a cabeça.

- Não sei e nem quero saber. Só te digo uma coisa, não mexe com a minha esposa.

- Você é um cara morto. - Ele levantou e colocou a mão atrás das costas, como se fosse pegar algo. Quando ele puxou a arma eu gelei, já imaginei a cena do navio. Ravi deu chute certeiro, a arma caiu longe, mas ainda assim disparou. Eu me tremia toda, estava encolhida e com medo. Ravi foi para cima do cara e deu vários socos nele, nunca tinha o visto assim. Por fim, o homem já não conseguia ficar de pé. Ravi o agarrou pelo pescoço e deu um mata leão.

- Ravi. Ravi. - Eu gritei para ele. Cai sentada no chão e me debatia.

- Ravi, deixa comigo. Ravi. - Vicallio colocou a mão em seu ombro. Quando ele soltou o cara caiu no chão desmaiado. - Vai ver Isabela. Ela não parece bem.

- Isabela? O que foi? - Ele correu em minha direção. - Fala comigo. Isabela? - Eu só sabia chorar e me tremer, estava em estado de choque. - Fala comigo. Isabela. - Ele me sacudia pelos ombros. Meus olhos estavam arregalados e eu só via a cena do navio.

- É por minha causa. É por minha causa. - Falei enquanto as lágrimas desciam.

- Fica calma, tá bom? Está tudo bem agora. - Ele me puxou para um abraço.

- Você está bem? O tiro pegou em você?

- Eu estou bem. Fica calma, eu estou bem. O tiro não pegou em mim.

- Eu não posso te perder Ravi. - Falei em meio as lágrimas.

- Você não vai. Vem, vou te levar para casa. - Ele me pegou no colo. - Vicallio, preciso ir, ela não está bem.

- Eu resolvo aqui. Pode ir. - Ravi entrou no carro que chegou com Vicallio. Ligou o carro e pisou fundo. Eu estava sentada do lado dele. Ravi dirigia a passava a mão em meu rosto.

- Tenta ficar calma, tá bom? - Eu me tremia toda. Chegamos na chácara, Ravi desceu e me pegou no colo. Entramos e ele me colocou na cama. Tirou minhas sandálias e colocou a arma em cima da mesinha de cabeceira.

- Ravi. - Ele me olhou rapidamente.

- O que foi? Está sentindo alguma coisa? - Ele se aproximou mais de mim.

Talvez seja amorOnde histórias criam vida. Descubra agora