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Park Jimin

Acordo com uma dor de cabeça insuportável.

Levanto da cama e percebo que estou com as mesmas roupas de ontem a noite, mas não consigo me lembrar de como fui parar ali.

Ainda tonto, abro a porta do quarto e vejo Jungkook cozinhando algo.

— O príncipe acordou, finalmente?

— Bom dia... — Esfrego os olhos — Você que me trouxe pra casa?

— O Taehyung te levou pra casa dele porque não tinha a chave da nossa casa, então eu fui lá e te trouxe. Ah, e eu esqueci de te dar a chave, né? — Ele faz sinal para a mesa de centro e vejo uma chave lá.

— Ah... Obrigado.

Ainda é estranho vê-lo dizer “nossa casa”, nunca imaginei estar em uma situação dessas.

Meu eu colegial me mataria.

— Você não deveria beber daquele jeito, o cara ficou em choque quando tu desmaiou — Ele diz.

— Que cara? — Pergunto.

Não lembro de muitos detalhes de ontem.

— Ah, você é do tipo que esquece quando bebe? — Antes de responder, ele continua — Tinha um cara dando em cima de você ontem e quando ele te chamou pra casa dele, você caiu de cara na mesa.

Sinto meu rosto arder de vergonha e sorrio constrangido.

— Puta merda... — Passo a mão na testa.

— Acontece. Tô fazendo sushi, me ajuda depois de tomar banho — Ah, banho...

— Tá — Vejo algumas caixas na entrada da casa — São minhas coisas?

— Aham, chegaram umas duas horas atrás.

Olho para o relógio e é quase meio dia.

Ele não dorme?

Procuro a caixa onde estão minhas roupas e escolho uma casual, uma bermuda cinza e uma blusa azul escuro.

Vou ao banheiro e coloco uma música para tocar enquanto me banho.

Após sair do banho e escovar os dentes, saio do banheiro e Jungkook está terminando de fazer os sushis.

— Grande ajuda a sua, viu? — Ele diz.

— Por nada — Rebato.

Seco meu cabelo e começo a levar as caixas para meu quarto.

Enquanto volto para buscar a terceira caixa, Jungkook está carregando duas delas.

— Não estou fazendo um favor — Ele diz, depois que sorrio de forma orgulhosa.

— Tá bom, então.

Terminamos com as caixas e fomos comer os sushis, no sofá.

Recebo uma notificação da minha agenda me lembrando de começar um projeto que tenho pendente, então adio o aviso por dez minutos.

— Quando você dorme? — Pergunto.

— Dormi por quatro horas, já. Geralmente aproveito pra recuperar o sono nos dias de folga.

— Uau — Como um sushi — Que delícia, pelo menos cozinhar você faz bem.

— Não há nada em que eu não seja bom, Park — Ele sorri, orgulhoso.

— Oh, sim. Tenho certeza disso — O respondo sarcástico, estreitando os olhos.

— Ah, e coube tudo no seu quarto? Eram coisas demais praquele armário.

— É, não coube. Você tem alguma estante, qualquer coisa onde eu possa colocar minhas coisas?

— Por enquanto não, mas tem um espaço vazio no meu armário, podemos guardar lá. Me dá o que não coube que eu coloco — Ele diz.

— Beleza — Respondo, e não consigo conter a curiosidade — Por que tanto mistério sobre o seu quarto, hein? Nem quando tava mostrando a casa me mostrou ele.

Ele suspira.

—  E por que tanta curiosidade sobre ele, hein? — Ele sorri — Apenas estou esperando o momento certo para que você entre nele, Park. Apenas mostrá-lo dessa forma não tem emoção nenhuma — Ele me lança um olhar malicioso.

— Cala a merda da sua boca, Jungkook — Digo, quase gaguejando — Não sei o que está insinuando.

Nojo, simplesmente.

— Eu te deixo nervoso? — Ele continua.

Eu rio, incrédulo.

— Tô brincando, tá?— Ele diz.

— Bom que esteja — Respondo.

O celular dele toca e, antes de atender, ele levanta e vai para seu quarto.

Não que tenha tido muito efeito, porque a porta estava aberta e a sala não é tão longe assim de seu quarto.

— Que foi, Misuk? — A namorada? — Não tô afim hoje — Ele escuta a pessoa falar por um tempo e depois reponde — Pois é, Misuk, nem tudo acontece como você quer. Não sou obrigado a conviver com você o tempo todo e você... — É interrompido e a ouve falar por um tempo — Não tem como eu te trair, Misuk. Nós não temos nada demais — Ah, babaca — Sinceramente, eu já cansei de você agindo assim.

Ele volta para a sala.

— Briga de casal? — Pergunto, mesmo após ouvir que não são nada demais.

— Não — Ele responde e se senta ao meu lado — Nós ficamos algumas vezes, na maior parte das vezes por pressão dela ou porque estava bêbado, então ela me cobra um papel de namorado.

— Ah, isso é uma merda — Digo, entendendo o caso.

— E você? Tem namorado? — Ele pergunta.

— Não, eu... — Penso em confessar que nunca tive um, mas é melhor evitar a pergunta “Como você sabe que é gay, então?” — Não.

Sinceramente, eu sempre soube. Afinal, não me parece muito hétero ficar fantasiando sobre o Justin Bieber o dia todo aos treze anos.

E, além de evitar a pergunta, não tem porquê confessar algo assim. Não somos íntimos, não somos amigos.

— Faz sentido — Ele diz — Ninguém te suportaria tanto ao ponto de namorar com você.

Talvez seja verdade.

Como um sushi e meu celular notifica mais uma vez sobre o projeto que preciso começar.

— Vou ir trabalhar agora. Não me interrompa, a não ser que... Bom, apenas não me interrompa — Digo, vou para meu quarto, fecho a porta e ligo meu notebook.

Notas finais

Oi, gente. Estou achando os capítulos curtos demais, o que vocês pensam sobre?
De qualquer forma, vou tentar prolongá-los mais das próximas vezes.
Espero que tenham gostado, não esqueçam da estrelinha!

Love Key | JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora