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Park Jimin

Antes de abrir os olhos sinto minha cabeça doer de uma forma quase insuportável e meus ombros pesados.

Antes de abrir os olhos também sinto algo grande e quente me envolvendo.

Quando abro os olhos percebo que estou abraçado de frente com Jungkook, que ainda dormia tranquilamente.

Sei que se me mover irei acordá-lo, então decido aproveitar o momento um pouco.

Mesmo com um cheiro forte de álcool, seu aroma ainda não estava ruim ao todo.

Me aconchego mais perto do seu peito e ele me aperta mais, o que me faz sentir seu coração batendo de uma forma acolhedora.

Ouço um grunhido enquanto ele tenta encolher as pernas mas as minhas o impedem.

Ele geme e respira fundo antes de forçar seus olhos ainda fechados.

— Park? — Ele sussurra ao abrir os olhos e deixo um sorriso escapar ao perceber a surpresa mesmo em sua voz baixa.

— Bom dia — Me afasto dele e me viro de barriga para cima enquanto passo a mão na minha testa.

— Desculpa ter dormido aqui — Ele diz e fica na mesma posição que eu — Que dor...

— É, também tô... Você tem algum remédio? — Eu pergunto e ele se senta, se preparando para levantar.

— Acho que sim, vou ver — Ele procura em volta e, ao não notar nenhum relógio, procura seu celular para checar a hora — Já são duas da tarde, vai dormir mais?

— Não, né — Esfrego os olhos e sento na beira da cama — Vou fazer almoço...

— Beleza — Ele diz e levanta, indo em direção à porta.

Antes de sair do quarto também, troco de roupa e coloco uma ainda mais soltinha e confortável para ficar em casa.

Vou para a cozinha e pego um pouco de massa já feita que apenas era preciso esquentar e assim faço, colocando estrato de tomate também, esperando que Jungkook goste.

— Você tá namorando? — Jeon chega por trás de mim e, se encostando na bancada ao meu lado, pergunta.

— Que susto — Olho para o garoto que estava com uma calça moletom cinza e sem camisa.

É proposital?

— Tá ou não? — Ele insiste.

— Não — Ele levanta as sobrancelhas como quem diz “entendi” e vai em direção à geladeira, pegando uma garrafa de água — Eu e o Ludvik só ficamos, por enquanto.

Por enquanto!? Porra, Jimin.

Não namoro e nem pretendo, mas Jeon não precisa saber disso de qualquer forma.

— Boa sorte no relacionamento, então — Ele levanta a garrafa de água como se estivesse fazendo um brinde.

— Você tá com um cara também, né? — Eu pergunto enquanto volto minha atenção à massa que eu colocava em nossos pratos.

— É, ficando — Ele espia o que eu estava fazendo — Quer que eu cozinhe ovos?

— Pode ser, só um pra mim — Eu digo e ele concorda com a cabeça.

Não gosto do termo “ficar”.

É algo a mais que uma amizade e algo a menos que um relacionamento e, se dito assim, parece irrelevante.

E talvez até seja.

Eu não sei se gostaria de Ludvik como um amigo, não depois do que estamos vivendo, mas também não vejo ele como um namorado. Não sei se me vejo chamando alguém de namorado ao todo, na verdade.

Apesar de ser um período importante para quem quer um relacionamento com alguém, é simplesmente irrelevante e descartável para quem pensa e se sente como eu.

Eu tenho pena de Ludvik, acho que ele realmente me quer como algo sério, mas apesar disso sei que ele tá curtindo o que temos por enquanto e não adianta acabar com isso simplesmente porque acho que ele não se sente da mesma forma ignorante que eu.

Talvez Jungkook também se sinta assim com o seu ficante, mais um motivo pra eu manter distância desse garoto.

Ele é irritante mas é apaixonante demais em longo prazo.

Merda, de novo pensando nele quando eu deveria pensar somente em Ludvik.

— Quer assistir um filme enquanto comemos? Tá um clima bom pra filme de terror — Ele levanta as sobrancelhas de uma forma sugestiva e eu concordo com a cabeça, chegando mais perto dele para conferir os ovos.

— Eu gosto da gema mole — O aviso e ele parece indiferente.

— Arruma a sala e procura um filme — Ele diz e assim faço, vou até a sala e em pouco tempo já havia encontrado um filme interessante.

— Tenho um filme bom — Digo e viro em sua direção, percebendo que ele já vinha com nossos pratos — Valeu, empregadinho.

Ele sorri sem mostrar os dentes e senta ao meu lado.

O filme começa e a temperatura do ambiente começa a diminuir, o que faz Jeon levantar e buscar uma coberta.

Como ela não era tão grande fez com que a gente se aproximasse mais do que o normal, mas nada que me incomodasse tanto.

Bom, talvez o fato de eu estar debaixo de uma coberta quase que exageradamente próximo de um cara sem camisa mexa um pouco comigo sim. Mas não me incomoda.

Pensar por esse lado me faz suar frio.

— Você tá arrepiado? — Quê!? Como ele sente algo assim? — O filme nem começou.

— Não é isso... Quer dizer, é isso, mas eu não tô arrepiado — Ele pega seu prato e come um pouco, aproveito para fazer o mesmo.

— Certo... — Ele diz com a boca cheia e franze o cenho.

— Não fala de boca cheia — Eu digo, de boca cheia.

Ele sorri.

Puta merda, é por isso que eu tava e preciso voltar a ignorar ele o mais rápido possível.

Volto meu olhar para a tela e posso sentir os olhos de Jungkook me queimando mas decido ignorar por enquanto.

Sinto um celular vibrando debaixo da coberta e Jungkook o pega, imaginando ser o seu.

— Ah, é pra você — Ele diz e me entrega o celular com uma notificação de Ludvik.

Eu não sei se devo continuar com isso e é o fato de ter dúvidas sobre que me fazer saber que não devo.

A mensagem era apenas um oi e, ao ler, já cansei de interagir com ele. Eu não o mereço.

Ele é alguém cuidadoso e dedicado em relação a quem ama e eu sinto que nunca vou poder retribuir isso, não à ele.

De qualquer forma, isso é coisa que resolvo depois.

— Ele pode esperar — Digo e jogo o celular debaixo da coberta novamente, sem me preocupar muito em onde foi parar e Jeon sorri.

Notas finais

Oi, gente.
Vou voltar com a frequência dos capítulos aos poucos, já tenho alguns prontos mas fico apreensivo em postar todos seguidamente e ficar sem tempo para escrever.
De qualquer forma, lembre do seu voto e comentário :)

Love Key | JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora