Bónus - Ryder

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Ponto de Vista do Ryder

- O que é que se passa? - Seth, um jogador de futebol e um grande amigo, teria-me questionado na escola. Era o fim do treino de sexta-feira, e o treinador estava irritado comigo porque dizia que eu não acertava uma.

Bufei à questão dele, estava frustrado. Queria falar com a Carolina, dizer como realmente me sentia e dizer que não a acho o que ela pensa. Eu precisei de tempo para chegar à conclusão das atitudes dela, mas estava na hora de eu me fazer homem e falar com ela.

- Carolina tem estado a ignorar-me este tempo todo - admiti, mexendo no meu cabelo. Não era usual eu estar tão desesperado, nem um mês tinha passado, mas sentia facilmente a ausência dela. O Noah, tal e qual como a amiga dela loira teriam-me avisado para não falar com ela. Zoe tinha confessado que, segundo a Ashley, ela não estava a passar muito bem.

- Porquê? - questionou, uma sobrancelha arqueada perfeitamente na cara dele.

- Não sei - menti. Uma onda de culpa apoderou-se do meu peito. Não por mentir ao Seth, claro, mas porque insisti à Carolina que me contasse o que se passava. Não foi por má intenção, simplesmente não pensava que fosse algo tão pessoal. Estava farto das atitudes de pessoa fechada dela. Aproximava-se e afastava-se de mim em segundos. Eu não queria que fosse assim, queria a compreender.

- Eu sei porquê. - Virei a cara para ver o Kyle. Rolei os olhos mentalmente, não me faltava mais nada para o dia me correr mal. - Está farta de ti.

- Sim, Kyle, já entendi a tua situação de ciúmes com a minha relação com a Carolina. - Não me conti, falando em tom normal. - Agora podes te ir foder.

Ele riu-se irónico.

- Não é ciúmes, é um facto. Não a paras de chatear.

Conti-me para não o despedaçar. Ele não sabia de nada da minha... situação com a Carolina. Não tinha o direito de conversar para ali e para aqui sobre o tema, não tinha mesmo.

Não respondi. Eu não a chateava. Ou chateava? O pensamento fluiu-me na mente com muita duração. Não estava habituado àquele tipo de questões. Eu não a compreendia anteriormente. Depois da sua revelação, parecia-me que tudo fazia-me sentido. O facto de estar sempre fechada, não falar muito da sua vida em Portugal... Fazia tudo sentido, agora.

Mas eu não compreendia a cem por cento as atitudes novas dela para mim. Não conseguia apontar para uma em concreto: raiva, humilhação,... Conhecendo-a, apostaria que seria uma mistura.

Eu iria falar naquele dia com ela. Sem mais desculpas, sem rapaz simpático: ela iria-me ver como o Ryder furioso que deixou para trás a meio do nada.

* * *

- Sabes que hoje fazem dois anos de namoro, certo?

- Fazemos? - questionei, falso choque, ao abrir a porta.

Tinha chegado ao quarto da universidade da Carolina. Eu detestava o facto de estarmos em universidades diferentes. Eu não a queria ver aqui, sem mim, com um bando de universitários que gostavam de comer tudo o que andava e tinha vagina. Incluíndo a minha namorada.

Eu tinha uma cópia exata da chave do quarto dela. Tinha retirado na recepção no primeiro dia em que soube o número do quarto dela. Não havia maneira de ela estar num lugar onde eu não tivesse a chave.

Ao abrir a porta e ouvir a voz da rapariga que não parece gostar de deixar a minha namorada, sorri para ambas entrando. Mandei um sorriso falso à Scarlett, como se a mandasse ir embora. Sempre ali, entre mim e a Carolina.

European & Charming (Séries 'Foreign' #1)Onde histórias criam vida. Descubra agora