European & Charming (Séries 'Foreign' #1)

Parte Oito - Rufia Namorando Com Vadia (Ou Não) & Risos de Hienas

- É o que te digo! - Scarlett virou-se para mim e Ash, praticamente gritanto na tentativa de nos convencer da sua afirmação. - Eu vi com os meus próprios olhos! - disse num tom de imploro, e eu e Ash olhamos uma para a outra abanando a cabeça, e pelos olhos dela, nenhuma de nós estava a acreditar.

- Espera - pedi, fazendo movimentações com as mãos. - Ryder, o rufia, a namorar com Veronica, a "vadia"...? - Quando disse isto, eu e a Ash partimos-nos a rir só nesse pensamento.

Ninguém acreditaria nisso.

- Sim! - Scarlett gritou de novo, enquanto Ash gesticulava as mãos para baixo, avisando-a do seu tom de voz. - Ouvi Veronica a contar ao Justin! - esta sussurrou gritando. Não pude deixar de rolar os olhos mentalmente, e tenho a certeza que Ash também o fez. Partilha-mos relances até ambas dar-mos um olhar de acordo na direção de Scarlett.

- Isso é mentira - Ash opiniou, cruzando os braços diante do seu peito. - Achas que alguém namoraria com ela? - Apesar do seu tom sério, sorri com o exagero dramático de Ashley. Veronica não era exatamente uma má pessoa, simplesmente apresentava uma personalidade complicada de se gostar. - E, com realismo, ela está sempre mentir - concluiu, encolhendo os ombros. - Além disso, Jason tem um caso com as populares: eles comentam tudo.

Admito que Veronica não fosse das mais simpáticas pessoas que conhecera na minha vida, mas invejava a sua auto-confiança e, como era de esperar, a sua beleza. Veronica não era exatamente uma vadia. Para clarificar: todos na adolescência chegamos a uma idade onde ficamos com as hormonas aos saltos, etc, e temos... relações sexuais. Mas Veronica exibia-se do mesmo, em vez de ficar pela normalidade, gostava de magoar os outros colocando-os num nível inferior mental dela e deixar-se pensar que podia fazer o que ela bem quisesse. Eu simplesmente a mencionava como uma porque parecia-me a melhor forma de a referir, apesar de não ser correto nem exemplo para chamar a alguém.

- Mas é verdade! - Scarlett pareceu cada vez mais furiosa com a discórdia entre nós, e não deixou a sua teimosia de lado ao cruzar os braços ficando no seu lugar, como se estivesse a marcar território ao ver Ash colocar preguiçosamente as mãos nos bolsos.

Eu limitei-me a apertar os livros contra o meu peito, rindo-me baixinho antes de falar.

- O mais certo seria os questionar. Mas o problema é que não é da nossa conta - expliquei o meu ponto de vista, e logo vi os olhos da Scarlett começarem a brilhar.

- É isso! - A fúria e teimosia fugiu dela à velocidade da luz. - Vamos perguntar! - exclamou, saltando contente com um sorriso malicioso, abanando a sua mão com o dedo indicador a apontar para mim, enquanto eu e a Ash olhavamos uma para a outra de novo, concordando que a devíamos pôr no hospício.

- Nem penses! - exclamei, amaldiçoando as minhas palavras que lhe deram a ideia. - Não é da nossa conta! - continuei a exclamar de novo, rindo-me dela.

- Mas foi o que disseste. - Scalett franziu a testa confusa depois de um momento, ao ver a minha cara. - Disseste que deviamos perguntar. - Abanei a cabeça, negando a sua interpretação.

- A sério? - perguntei, retórica, e Scarlett olhou ainda mais confusa para mim. - De tudo aquilo que eu disse, isso foi a única coisa que apanhaste? - Esta encolheu os braços, e andei mais rápido para chegar ao meu cacifo.

- Aposto que não eras capaz de lhe perguntar - Scarlett desafiou-me com um sorriso matreiro, ao ver-me depositando os livros no cacifo.

- Eu sou capaz de perguntar. - Olhei-a de cima a baixo, desafiadora.

- Vai uma aposta? - Scarlett estendeu a mão e depois de fechar o meu cacifo e de trocar os livros, dei a minha mão abanando-a e apertando a dela.