Parte Treze - Anti-FastFood & Anti-Social

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Pergunta para dedicação: Como achas que a Carolina vai render-se ao Ryder? É complicado de pensar que seja possível.

"Hoje vamos almoçar ao McDonald's." O Will, todo autoritário, proclamou.

Autoritário, o meu cú.

"Ó, sim!" Eu falei irónica e alto para ter a certeza que me ouvia bem colocando-me no meio dos dois assentos da frente, entre a minha tia e o Will. "Para encher essa tua pansa, não é?" Eu pús a minha mão na barriga dele movimentando-a para cima e para baixo.

Eu nunca considerei o Will alguém com excesso de peso. Ele era o tipo de homem que trabalhava, arranjava tatuagens e exercitava no ginásio.

Mas, na mesma, eu odeio McDonald's. Aliás, tudo o que tenha fast food.

"Eu?!" Ele disse num tom ofendido, colocando a sua mão no abdomen que podia sentir duro da musculação que fazia.

"Sim!" Eu não gritei, mas falei alto tentando ser o meu sarcástica possível.

A minha tia ria-se baixinho vendo as nossas figuras enquanto punha coisas na mala dela.

Sim, coisas. Porque a mala dela tinha tudo o que podias imaginar.

Ele olhou para a minha tia antes de lhe murmurar algo. "Ela tem tudo haver contigo."

A minha tia, ao contrário dele, riu-se ainda mais alto e acenou com a cabeça concordando. "Eu disse-te."

"Americanos e o amor à comida engordativa." (1) Eu murmurei no mesmo tom que o Will.

Eu sentei-me de novo no carro com força, fazendo-o abanar mais do que necessitava em movimento.

Virei a minha cabeça para o lado vendo o tempo lá fora.

O céu estrava totalmente inundado em nuvens cinzentas, prontas a atirar-te água à cara se fosses sem chapéu.

Estava um dia estranho porque usualmente não é normal chover em Miami.

Eu apertei o meu casaco ouvindo as músicas da rádio enquanto sentia a minha soinha a endireitar-se. As minhas mãos estavam um pouco roxas.

(...)

"Eu ganho sempre, vês?" O Will fez troça de mim enquanto andavamos em direção ao McDonald's. Que nojo.

"Espero que engordes 100 kilos e vás para um programa de obesos." Eu amaldiçoei-o e ele riu-se, tal e qual como a minha tia que me deu uma palmada no rabo com força fazendo-me guinchar.

Estavamos num super-mercado e eu a fazer estas figuras.

E porque raio toda a gente tem um gosto pelo meu rabo? Deve ser por ser português. Eu pensei convencida a brincar.

"Vai para a fila." A minha tia disse-me apontando e eu olhei para ela chocada.

"Desculpa?" Eu arqueei uma sobrancelha direitinha. "Eu, que não quero comer aí, é que vou para a fila." Eu exclamei cruzando os braços recusando-me a ir.

"Isso, ou não comer." O Will disse num tom picante.

Eu endireitei-me enchendo o meu peito. "Sabias que a população americana que é pobre é que costuma ir ao McDonald's engordando?" Eu perguntei retoricamente e rolou-me os olhos, por isso dei outro argumento. "E sabias que a América está num caso tão grave que o governo chegou a contratar o chef inglês Jamie Oliver para fazer um programa de televisão para ajudar a habituar os adolescentes da tua idade a emagrecerem?" Eu disse num tom zangado.

"Achas que eu quero saber?" Foi tudo o que declarou antes de pegar na mão da minha tia.

Eu ia falar de volta para mandar alguma coisa, mas a minha tia interrompeu. "Não é a Ireland?" Ele apontou com a cabeça e o Will passou a atenção dele em mim para uma mulher com o cabelo loiro.

European & Charming (Séries 'Foreign' #1)Onde histórias criam vida. Descubra agora