Em uma das aulas de português, a professora decidiu escolher três alunos para lerem um poema de romance. Era para uma atividade em grupo que eles fariam depois. A professora escolheu Melinda, Sheldon e uma outra garota chamada Clara para lerem o poema.Os três alunos subiram no palco da sala e começaram a ler.
— Bom classe, agora, seus colegas Sheldon, Melinda e Clara irão ler o poema escolhido para vocês. O escritor é o Pablo Neruda e é um trecho do grande e lindo poema dele chamado Vinte poemas de amor e uma canção desesperada.
Enquanto a professora falava, Sheldon e Melinda conversavam um pouco.
— Eu estou muito nervoso — comentou Sheldon.
— Não precisa. É só um poema para a classe.
— Mas não dá, Melinda — ele juntou suas duas mãos — Eu odeio falar em público.
— Olha, faz assim. Na hora em que você for ler a sua parte, você olha pra mim. Não precisa se concentrar na turma.
Ele assentiu com a cabeça, nervoso.
— Podem começar, meus queridos alunos! — a professora anunciou.
— Sim não foi porque teus olhos tem cor de lua, de dia com argila, com trabalho, com fogo, e prisioneira tens a agilidade do ar, sim não foi porque és uma semana de âmbar, sim não foi porque és o momento amarelo... — Clara começou.
— Em que o outono sobe pelas trepadeiras e és algum pão que a lua fragrante elabora passando sua farina pelo céu, oh, bem amada, eu não te amaria! — Melinda continuou.
Sheldon suspirou fundo antes de começar.
— Em teu abraço... — Sheldon olhou para Melinda, fazendo o que ela o aconselhou — eu abraço o que existe, a areia, o tempo a árvore da chuva. E tudo vive para que eu viva... sem ir tão longe posso vê-lo todo: veio em tua vida todo o vivente.
Enquanto ele lia o poema, olhava bem nos olhos de sua amiga, Melinda. Isso parecia estar funcionando bem, Sheldon nem sequer se concentrava na leitura direito.
Ele não se importava mais nas pessoas que estariam olhando para ele na sala, a tática de Melinda estava funcionando. Mas alguma coisa, que certamente um garotinho de dez anos não saberia explicar, estava puxando ele para dentro dos olhos castanhos de sua amiga.
Quando Sheldon terminou o poema, ainda continuava olhando para sua amiga que fez um "legal" para ele com a mão, sinalizando que ele tinha ido bem.
Sheldon acordou de seu transe depois de alguns minutos e permaneceu confuso com o que tinha acabado de acontecer.
— Vamos, Sheldon? O poema já acabou.
* * *
Sheldon passou o dia inteiro se perguntando sobre o que havia acontecido na hora em que ele leu aquele maldito poema na sala de aula. Os olhos brilhantes e encantados, o coração palpitante e tudo no seu corpo parecendo diferente. Ele não sabia explicar nada disso naquela hora, por isso a única coisa que ele pensou em fazer foi ficar deitado na sua cama, repensando e pensando novamente o ocorrido.
Sua mãe achou estranho o garoto estar daquele jeito, parado no quarto e deitado, ele normalmente não costumava parar quieto. Missy estava na cama ao lado brincando normalmente com suas bonecas, então Mary decidiu entrar no quarto e perguntar o que estava acontecendo com Sheldon.
— Shelly, meu bebê, por quê não sai para brincar? — perguntou, se aproximando de sua cama.
— Eu não quero.
Mary olhou para Missy.
— Missy, sabe o que está acontecendo com ele?
— Não. Ele só ficou aí na cama o dia inteiro.
Mary olhou para Sheldon com uma cara de pena.
— Está acontecendo alguma coisa, Sheldon?
Sheldon suspirou e se sentou na cama.
— Mamãe, eu me sinto esquisito.
— O que aconteceu, querido? O que está sentindo?
— Você por acaso sabe o que significa ter esses sintomas?
— Quais?
— Coração acelerado, corpo mais quente, mãos suadas...
— Querido, espera... não estou entendendo aonde você quer chegar com isso. Pode me explicar direito?
— O que isso significa quando você olha para alguém e sente tudo isso?
Dessa vez, até Missy prestou atenção no que ele estava falando. Mary arregalou os olhos.
— Oh, meu Deus, Sheldon! Isso pode significar que você está apaixonado! Você está apaixonado por alguém?
Nessa hora, Sheldon entrou em completo desespero.
— Não! — respondeu rápido — Eu não estou apaixonado por ninguém. Eu não me apaixono. Sou um cientista.
— O Sheldon tá apaixonado! — Missy cantarolou.
— Sheldon, por quem você está sentindo tudo isso?
— Por ninguém! Eu já falei, não estou apaixonado.
— Oh, querido. Se apaixonar ou gostar de alguém é totalmente normal. Isso chega para todos nós. Uma hora isso chegaria para você também.
— Pois é, Sheldon. Eu já me apaixonei por muitos gatinhos.
Mary olhou desentendida para a filha, mas logo depois, se voltou para Sheldon.
— Poderia me dizer quem é?
Sheldon ficou parado por alguns instantes, até que afirmou com a cabeça.
— Mas eu só falo se for no seu ouvido.
— Ei, isso não é justo! Eu também quero saber! — Missy proclamou.
— Não, Missy! Você ia contar pra todo mundo.
Sheldon chegou mais perto do ouvido de sua mãe e sussurrou:
— Melinda Smith.
Mary levou um susto e abriu a boca.
— Oh, Santo Deus! — levou a mão ao coração — Meu neném está apaixonado!
Mas obviamente, Sheldon negou para si mesmo que não sentia nada pela Melinda e não acreditava naquela história de amor. E também, obviamente, a notícia não ficou somente em Mary.
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𝐒𝐌𝐀𝐑𝐓 𝐆𝐈𝐑𝐋, sheldon cooper.
Fanfiction𝐌𝐄𝐋𝐈𝐍𝐃𝐀 Smith era apenas uma garotinha de dez anos de idade. Melinda era considerada uma das garotas mais inteligentes de todas, e morando na casa ao lado do garotinho Sheldon Cooper, isso não seria nada fácil. 𝐒𝐇𝐄𝐋𝐃𝐎𝐍 Cooper também er...