Pior pesadelo

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LIVRO I

JACOB


EDWARD ESTAVA LIVRE. As emoções giraram dentro de mim como destroços em um furacão. Eu não sabia se sentia arrependimento, orgulho, alegria ou raiva. Desejava me livrar do sanguessuga por anos. Agora, de repente, me jogava de um penhasco para mantê-lo vivo.

Olhei para Paul.

— Quanto tempo fiquei apagado?

— Eu não me mexeria se fosse você. — ri, e notei que ele havia de fato se vingado da minha mordida.

Inclino o corpo para frente e sinto dor em minha costela, o simples gesto me causa tontura e enterro novamente a cabeça no travesseiro. Estou deitado no sofá da sala apertada de minha casa, Billy gira as rodas da cadeira e encosta uma garrafa de água em meus lábios que bebo sofregamente.

— Você está melhorando, Jacob, Está muito melhor.

Paul sai sorridente e vai para o meu quarto, já aceito que apesar de não ter Rachel em sua vida ele ainda tentará ficar por aqui. Estava literalmente morando com meu inimigo, e ele era quase um parasita ambulante.

Ouço um trovão e vejo os raios eletrizando o céu através da abertura da janela. Não demora muito e uma chuva forte começa a açoitar o teto de casa, fecho os olhos e tento ficar calmo: meu corpo febril lutava para unir as rachaduras e o processo era doloroso.

— Jacob, precisamos conversar.

Olhei para Billy.

— Não precisa dizer nada, e-eu... — reviro os olhos por odiar minha propria inutilidade momentanea, respiro fundo — Eu sei que estou novamente me arriscando pelos Cullens, mas uma hora tudo voltará ao normal e...

— Jacob, seria melhor que você não se arriscasse mais. Não estou dizendo isso porque acho ruim ajudá-los, estou dizendo isso porque...

Escuto o motor de um carro silencioso de nova geração, e as rodas freando no chão frente a casa. Billy franzi o cenho e sai até a porta com estranhamento, além de Sue, mais ninguém se arriscaria nos visitar com um temporal daqueles.

Estava tremendo.

Tive a sensação de que havia muita coisa que Billy não estava me contanto sobre a profecia do Eclipse Lunar, mas percebi que não adiantaria me preocupar com aquilo naquela hora.

Todos meus pensamentos foram embora e tive única atenção para a porta: a voz de Bella. Um fogo estranho queimou em meu estômago, e não era medo, e sim expectativa. Billy deixou que ela passasse afastando-se com a cadeira de rodas, pouco depois passou pelo sofá e me lançou um olhar meio apavorado: não estava nada feliz com isso. 

O ignoro até que saia de vez e eu possa ficar a sós com ela.

A Bella imortal era uma versão perfeita daquilo que eu tanto admirei. Sentia a falta de escutar seu coração batendo, mas não era difícil adivinhar seus pensamentos ainda: suas expressões sempre foram e seriam reveladoras.

Agora ela parecia se sentir culpada.

— Não é primeira vez que me vê assim. — corto o silêncio, tento me mover mas acabo grunhindo de dor.

— Eu posso ouvir os seus ossos... Tentando se unir. Isso é terrível, Jake. — seus olhos vão depressa para uma cadeira velha e a arrasta até o sofá — O que houve na floresta? — se senta em minha frente.

Dei uma estremecida.

— Ajudei Edward, mas acabei me machucando pra valer.

Bella não piscou por um momento. Foi lamentável, eu gostava quando ela fazia.

Eclipse Lunar - Edward e JacobOnde histórias criam vida. Descubra agora