Eclipse Lunar - Edward e Jacob

Segundo erro

LIVRO II

EDWARD

ERA A MESMA SENSAÇÃO horrível que eu tive antes. Estávamos juntos e meu corpo vibrava desesperadamente por ele. Jacob cravava seu sangue quileute em meu coração. Não conseguia parar e correr. Não podia fazer nada, pois precisava salvá-lo. Simplesmente desabei sobre seu corpo.

O gosto daquele sangue era amargo, lacerações riscavam minhas veias.

Cinco semanas em que percorri aquela floresta e me arrisquei pensando naquele momento com Jacob. Cinco semanas foram o suficiente para me ensinar sobre quem eu havia me tornado. Por razões que questionei todas as horas em sua procura, me faziam parar na única pergunta, e não era "Não posso deixar que ele morra", e sim: "Como iria viver sem ele?.

Desde que Jacob me salvou, e a partir do segundo em que tentei salvá-lo, sua fuga me deixou tão arrasado que não consegui pensar em mais nada.

Eu nunca considerei ou escolhi aquilo.

Fechei os olhos e me deixei escutá-lo. As emoções me dominaram novamente e visualizei minha promessa de que não faria nada outra vez. Uma centelha expandiu em minha língua e notei que finalmente havia encontrado o espesso veneno, subindo veloz pelo meu corpo.

Tudo que restou em Jacob foi a marca das minhas presas em sua pele rasgada, minúsculos fios de sangue desceram pela sua pele e lentamente dissiparam.

Seu corpo não estava febril, e em pouco tempo estaria saudável, forte e ileso.

Permaneci ajoelhado entre uma das suas pernas, e lutei contra meus impulsos muito mais do que havia lutado em minha vida.

Jacob pendeu a cabeça para o lado e se amaldiçoou por mais dez vezes, sentia que seu corpo o traia e tentava culpar qualquer coisa, menos si próprio. Fui chamado de escória, de canalha, mas também fui desejado, e assisti ao mesmo filme que sua mente foi capaz de fazer.

— Sai... — ele arfa — Sai de cima...

Assenti com rigidez. Eu queria ter dito que sim, mas minha voz ainda estava escondida em algum lugar próximo ao meu estômago.

Jacob negar seus sentimentos só me deixava ainda mais atordoado.

— O que foi? — ele sussurra, se arrasta com exaustão para a árvore antes de abraçar as pernas.

Ela parecia já estar se sentindo melhor enquanto meu corpo ainda reverberava seu sangue.

— Se não estiver muito cansado, gostaria de conversar agora. — falo.

— C-Como quiser... 

Me movi com cuidado para ficar frente a ele.

— Eu... Sei que você precisa de tempo para se recuperar e entendo que prefere ficar sozinho. Mas não pode continuar se enganando assim.

Inclinei e coloquei minha mão sobre a sua.

— Por favor, é mais difícil quando não falamos sobre isso.

Jacob retirou a mão.

— Isso não tem nada a ver com sentimentos. Talvez seja algo que aconteça quando vampiros sugam lobos.

— Acredita que seja isso?

Houve dúvida em seu pensamento.

— Tenho cer...certeza. — sua respiração estava fraca.