...Por baixo da pele

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LIVRO I

JACOB


O PRIMEIRO PASSO EM direção a trilha aberta e luminárias disparam meu coração. 

Assim que cheguei tão perto do lar, entendi porque Bella havia escolhido que as coisas acontecessem ali dentro: eu não deveria esquecer a razão de tudo isso. Usei o artificio que ela deixou para focar mais minha atenção no que tinha em minha frente, era uma casa isolada no meio da floresta segura, e paredes que começavam a ser tomadas por trepadeiras Um ambiente cheio de energia boa e do amor da família Cullen.

Ao invés de ser recebido cordialmente por Edward, giro a maçaneta sem bater. Sei que ele já sabia que eu estava ali, mas mesmo assim não o vejo de cara.

Sou guiado pela música do ambiente, e sim, ele havia colocado música. Acho que jurou que seria uma maneira de quebrar o gelo que existia ali dentro. Enfio as mãos no bolso da jaqueta e entro no quarto. Edward usava uma camisa larga, calças jeans e um tênis simples, estava sentada e sem expressão alguma. Juraria que estava diante de uma estátua se não fosse capaz de escutar a batida frenética do seu coração bizarro.

Noto que embora não houvesse fogueira na lareira, o quarto estava quente. Era como se a casa soubesse que vampiros não gostassem de calor e os aquecesse de outra forma.

Os lábios dele se repuxaram para cima.

— Eu não escolhi a música.

Minha mente estava tão perturbada que não havia parado para escutar de fato aquela música. Eu gostava dessa, The Police - Every breath you take. Quando me noto curtindo o som, os nossos olhos se encontram e simplesmente não consigo desviar.

Por bastante tempo.

Sinto o corpo queimar, pois o sanguessuga parecia fazer questão que eu escutasse aquela parte com seus olhos fixados nos meus.

Você não consegue ver?

Você pertence a mim.

Meu pobre coração dói a cada passo que você dá.

A cada movimento que você faz

A cada promessa que você quebrar

A cada sorriso que você fingir

A cada pedido que você fizer, eu estarei te observando "

— É. Pegou mal. — desvio o olhar, finalmente.

Viro de costas e praguejei baixo. Sim, eu sei que ele pode ler minha mente. Quando sou capaz de respirar novamente, volto a ficar de frente para o sanguessuga — uns dois metros de distância segura. Abri a boca, mas tornei a fechá-la.

Edward me inspecionou da cabeça aos pés.

— Me desculpe. — disse com a voz tão baixa que mal consegui entender.

— Não faça isso ser pior do que já é.

— Se quiser ir embora...

— Sabe que não vou. Não vim aqui para dançar, se é que me entende...

Antes que seus olhos chegassem em mim, desviei o olhar.

— É, eu sei. Só pensei que pudesse te convencer a mudar de ideia.

Reviro os olhos.

— Você não é bom nisso. E isso vai acontecer hoje.

Uau. Agora eu parecia mais idiota do que me sentia.

Eclipse Lunar - Edward e JacobOnde histórias criam vida. Descubra agora