LIVRO II
EDWARD
RENESMEE DECIDIU passar a manhã inteira comigo. Portanto, não tenho nenhum outro problema em particular, e nem sequer me lembro que a minha existência estava insuportável nos últimos tempos. Se me quisessem ver bem, ela só precisava sorrir e me contar algo que considerou nos ultimos dias, ou assim que acordou, lembrando que eu tolerava tudo pois aquele rosto ainda era uma razão para acreditar.
Um monstro não é capaz de produzir uma existência tão maravilhosa.
O barulho do motor de uma moto me acorda da fantasia de supetão. Miro imediatamente a sacada, o céu está com faixa de luz, os pássaros já estão tagarelando. Renesmee se levanta na minha frente. O motor desliga em frente a casa. Espero ouvir algo mais: não há, porém, mais nenhum som.
— Quem acha que chegou, pai? — não consigo evitar imaginar que tenha sido Jacob,
— Não sei. Podemos descer para descobrir.
— Não é o tio Jacob que anda de moto? Espera aí, mamãe me disse que andou de moto certa vez e que caiu. Ela pode estar tentando outra vez? — sua voz doce era sugestiva.
— Não dá pra saber.
— Vai ter outro café da manhã?
— O que quer comer?
— Ovos.
— Devem ser cozidos?
— Sei lá.
— Seria bom cozinhá-los. É mais saudável.
— É sério? — consigo ver o entusiasmo em seus olhos — Escute... Você escutou? É sério? — nesse ponto ela é exatamente o oposto de mim, estava feliz com a voz que soava do térreo — Oh, é ele! É o tio Jacob!
Por um momento, tudo parece congelado no tempo. Renesmee sai do quarto e não me espera para encontrar o Black. A ideia me assusta. Confio tanto em meu autocontrole quanto na verdade que acredito. Às vezes, sou obrigado a confiar até mais no autocontrole. Não posso permitir que meu medo apareça.
Faço um movimento em direção a porta, hesitante. Paro novamente. Consigo a essa altura escutar a risada de Jacob misturadas com a de Renesmee eram distorcidas, não entendo muito bem o que diziam, estava tudo confuso. Meu ouvido estava ecoando. Não posso ficar aqui, no quarto. Certamente teria de encarar aquilo que tanto temia, era como uma morte longa e dolorosa. A coisa toda me deixa aterrorizado.
Saio finalmente do quarto, desço as escadas e olho para Jacob. Paro no quarto degrau com o cenho levemente franzido, pois evitava que minha expressão transparecesse por completo. Eu não escutava sua mente, não havia ruido ou som algum.
Os olhos escuros se encontram com os meus, e apesar de ver uma sombra de tristeza, os seus labios formam um sorriso branco.
— Eai, sanguessuga... Ah, Edward. Foi mal. — ele ri exuberante, e em seguida, voltando atenção a Renesmee como se eu não fosse nada.
Houve uma longa pausa.
— Olá, Jacob...
Talvez fosse apenas um disfarce ou cordialidade. Antes que eu pudesse tentar descobrir, Bella aparece acompanhada de Carlisle.
— Renesmee! — exclamou ela, e em um segundo segurava o ombro da pequena a afastando — Fica longe dela! — rosna.
Isso não estava certo.
— Não se preocupe com isso, Bella. Jacob não é risco algum para nós. — fala Carlisle, calmo.
— Agora é. — me encara por um interminável momento, seus olhos dourados faiscavam — Vá embora, Jacob.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Eclipse Lunar - Edward e Jacob
WampiryEm uma noite de eclipse lunar, as antigas lendas quileutes se tornam realidade, e o imprinting desaparece misteriosamente de todos os seres sob a lua. Jacob, que acreditava ter encontrado a paz em sua vida, descobre que sua realidade pacífica estav...