Capítulo 2 - Por Quê?

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POV Tom

Eu estava na merda.

Irritado com o diabo fora de mim, cheguei na empresa dez minutos mais cedo que o habitual, isso me fez ver funcionários correndo por todo lado, rezando para que eu não visse algo errado. Estava louco para ver algo errado. Queria gritar com alguém. Extravasar o ódio contido dentro de mim.

Ouvi alguns desejos de bom dia e quase perguntei para quem e se isso era um deboche. Pela minha expressão facial todos saberiam que estava puto e não queria brincar. Meu secretário, Mike Faist, estava no meu aguardo, junto com minha assistente Nádia assim que pisei no último andar, a área restrita à presidência. Os dois me seguiram e começaram a passar a agenda do dia e os relatórios pendentes.

E tinha uma reunião para começar o dia. Em meia hora.

- Quero meu café. – foi a única coisa que disse, porque estava irritado demais para ser cordial e brincalhão.

35 bilhões e um casamento?

Meu pai não estava com sua sanidade em dia. Eu nunca entendi bem minha não herança paterna totalmente liberada. Agora esse documento maldito surgiu das cinzas para me enlouquecer.

Tudo bem que eu tinha 17 bilhões estacionados na conta. Mas que porra ele congelou minha herança por um casamento?

- Zendaya deseja lhe ver. – Mike disse sério, mas o pequeno sorriso estupido e idiota não fugiu dos meus olhos porque ele lambia o chão que ela passava.

- Mande-a entrar. – disse baixo sem tirar os olhos do meu computador, lendo o e-mail que ela tinha me mandado há cinco minutos atrás.

- Por aqui, Zendaya.

Então, me irritei mais ainda. O café quase derramou do tremor que percorreu meu corpo por uns segundos.

Primeiro, ela sabia o caminho da porra da minha sala. Segundo, eu odiava informalidades no ambiente do trabalho. Melhor, eu odiava Mike babando por Zendaya e sabia que Zendaya odiava isso. 

Da minha cadeira ouvi sua respiração ficar pesada e essa mulher irritada era a porra de uma dor na bunda.

- Senhorita Coleman para você. – rosnei e ele assentiu rapidamente, deixando-a livre e eu me perdi no seu corpo.

Apesar de irritada, a mulher era linda demais. Seu corpo pequeno, magro, com curvas suaves e tudo exatamente no lugar. Suas pernas eram a perdição, principalmente porque mais de uma vez imaginei-as enroladas ao redor do meu corpo enquanto eu metia nela sem dó. Seus lindos olhos piscaram rapidamente e ela sentou, cruzando as pernas e eu observei o decote singelo.

Nunca, por amor às minhas bolas, dei em cima dela. Eu a respeitava demais. 

Zendaya era o tipo de mulher que te fazia tremer com um olhar. E ela era distante. Apesar de me chamar pelo meu primeiro nome, acho que não sou sua pessoa favorita.

- Tom? – chamou impaciente.

- Oi?

Zendaya suspirou e continuou apontando coisas escritas no seu tablet e assim nós nos preparamos para reunião com um grupo romeno. Ela estava cética e particularmente irritada com a proposta de esticar o expediente que o negociador fez e eu queria descobrir quem era para encher de porrada.

Tomei meu café e ela tomou o dela com canela e então minha irmã furacão entrou sem bater, assustando nós dois e abraçou Zendaya bem apertado.

Ela não era dada a demonstrações de afeto. Não gostava de toque e se mantinha distante. Ela trabalha aqui há dois anos e eu nunca sequer a vi confortável com muita gente ao redor.

ALÉM DA ESCURIDÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora