Capítulo 30 - Foi pelo bigo, mamãe?

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POV Tom

- Papai, o que é isso? – Sarah perguntou estranhando a figura no desenho – Por que seu avião é roxo?

- Aviões podem ser da cor que você quiser.

- Posso pintar de rosa? Posso ter um avião rosa? – perguntou animada, com seus lindos olhos arregalados em expectativa.

- Você pode ter o que quiser, princesa. Você é uma Holland. – respondi suavemente e ganhei um chute na canela da minha esposa. – Que foi?

- Sarah, você pode pintar seu desenho de qualquer cor, meu docinho. E quando você crescer, a gente conversa sobre um avião rosa. – Zendaya disse corrigindo-me suavemente.

- Por que ela não pode ter um avião rosa? – sussurrei para Zendaya.

- Porque ela tem três anos, Tom. Ela nunca viu um avião na vida. – sussurrou de volta revirando os olhos.

- Filha, papai vai te levar ao aeroporto! – disse alto e Sarah me olhou desconfiada – Um aeroporto onde fica um monte de aviões. Já sei, vamos ao museu do avião!

- Legal! – gritou animada e ganhei outro chute.

- Um passeio interessante, mas Sarah não terá um avião! – Zendaya sussurrou acariciando minha canela recém-chutada.

- Calma, eu não vou comprar um avião, mas ela precisa conhecer o museu. Quero levar minhas filhas, posso?

- Claro que pode. – sorriu docemente – Emma provavelmente não irá entender nada. Se já tiver nos meus braços, vai dormir o passeio inteiro. – completou acariciando sua barriga.

- As pontadinhas sumiram? – perguntei acompanhando os movimentos de Emma na barriga. Era tão adorável sentir minha filha mexer. Eu estava apaixonado.

- Não... Acho que dessa semana não passa. – respondeu orgulhosa – Logo teremos nossa menina aqui.

Zendaya estava muito ansiosa para a chegada de Emma. Sarah não ajudava perguntando todos os dias quando sua irmãzinha iria chegar. Nossa vida com as meninas estava sendo muito mais turbulenta e ao mesmo tempo, em paz. Era como se nada mais importasse no mundo. Se minhas meninas estavam felizes, eu estava muito mais que feliz. Receber todos os dias mensagens dela dizendo que me ama e contando alguma nova arte de Sarah me fazia pensar: Cara, eu sou um pai de família. Quando que isso aconteceu tão rápido?

Era muito orgulho de mim mesmo. Orgulho da minha garotinha que estava mais saudável, bonita e alegre. Até mais gordinha. Seus dedinhos e bochechas denunciavam sua nova forma física. Os cabelos mais compridos e mais ruivos. Seus olhos brilhavam com muito mais frequência. Eu amava poder dar tudo que ela precisava.

Nós terminamos de desenhar para poder almoçar. Sábado agora eram preguiçosos, repletos de brincadeiras e sonecas. Zendaya amanheceu não se sentindo confortável e não estava dormindo muito ultimamente. E Sarah parecia mais pilhada que o normal, querendo muito brincar com sua irmãzinha. Já tínhamos explicado que ela não ia brincar tão cedo, mas que isso eventualmente iria acontecer. Quando ela visse que era só um bebê parecendo uma boneca poderia compreender melhor.

Sarah acabou dormindo no meu colo depois que comeu sua sobremesa favorita. Era gelatina em cubos com creme de leite. Eu amava observá-la dormir, era tão doce e inocente, que tinha invadido minha vida me fazendo nascer de novo. Como se a nossa casa tivesse uma pureza diferente. Como se o meu coração fosse puro novamente. Depois de um tempo, Zendaya estava cochilando ao meu lado, meu celular vibrou na mesinha. Com muito cuidado me movi sem acordá-las e vi a mensagem de George.

ALÉM DA ESCURIDÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora