Capítulo 23 - Saudades Malditas

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POV Zendaya

Depois de aproveitar mais um pouquinho a queda da greve de sexo, tudo bem que ele tinha intenções muito lindas e emocionantes em não me tocar, queria provar que me amava mesmo quando eu praticamente tornei tudo isso impossível dormindo nua, aparecendo sem calcinha ou simplesmente provocando a vida fora desse homem, mas ele conseguiu. Ele se manteve firme durante todos os dias. Eu estava emocionada e orgulhosa do meu marido. E muito saciada no momento, deitada nua com infinitas joias espalhadas pelo meu corpo. Eu tinha o anel da Vovó Holland brilhante no meu dedo, o colar de pérolas negras enrolado na minha barriga, uma pulseira de esmeralda em um dos meus seios e no outro uma de rubis e ouro branco. Acima do meu estômago vários brincos de conjuntos e ao meu lado uma caixa de joias, herança de família de Tom e agora eram... Minhas.

E eu passaria para meus filhos. Isso soava romântico a moda antiga, mas em parte, eu estava maluca com tanta joia em cima de mim. E meu maior tesouro deitado ao meu lado contando algumas histórias de família. Eu me diverti muito com suas lembranças leves, algumas delas ele mencionou seu pai e ele estava agindo de modo tão natural que nem sequer percebeu. Tom amava seu pai loucamente e seus sentimentos pareciam uma bagunça diante de tudo isso. Amor é uma coisa meio louca, porque eu estava fisicamente cansada pelo dia e pelo esforço sexual que fizemos durante a maior parte da noite. Estava quase amanhecendo e nós dois não queríamos dormir porque em algumas horas ele iria viajar... Seria a nossa primeira separação. Não sabia como as coisas iriam desenrolar, mas meu coração estava apertado de ficar longe dele.

Guardei todas as joias na caixa novamente, tirei as nossas toalhas molhadas do chão, que jogamos depois do banho e fui para o cofre deixando as joias lá dentro com as outras que ele já havia me dado e as tolhas no cesto de roupa suja. Joguei uma camiseta pela cabeça, coloquei uma calcinha e peguei uma cueca para ele antes que o fato de estar nu me desse outras ideias que não tinha garantia se iria aguentar. Provavelmente dormi dois segundos depois que me deitei na cama. Minhas coxas estavam implorando misericórdia, eu precisaria tomar algum energético antes.

Tom levantou pouco mais de duas horas depois para despachar suas malas para o aeroporto e começar a se arrumar. Levantei apenas para segui-lo com os nossos bichos no encalço. Ele riu suavemente, mas não falou nada. O cúmulo foi que eu sentei no vaso sanitário para assisti-lo tomar banho.

- Você vai sentir minha falta? - perguntou pronto para ir. O sorriso sacana estava no rosto.

- Não. Você está fazendo pouco caso de mim. - murmurei fechando os olhos - A gente nunca ficou longe. Eu só não sei como agir...

- Vai ficar tudo bem, confia em mim que prometo voltar em quatro dias, duas horas e vinte e três minutos a partir de agora. - disse sorrindo e me erguendo do chão para me beijar - Eu vou sentir sua falta. Eu te amo, minha rainha.

- Volte inteirinho pra mim, meu amor.

Assistir Tom partir foi meio estranho, porque eu estava louca para ver aquele mesmo carro voltar com ele dentro. Corri para me arrumar e me ocupar com meu trabalho, tinha muitas novas ideias para fazer e alguns contratos para revisar. Dora praticamente me obrigou a comer antes de sair, eu queria brigar, mas não podia negar o quão maternal ela ficava quando insistia em alguma coisa, nunca era por mal, sempre querendo o bem. Também ri de uma nova ajudante que tremeu um pouco na hora de colocar as coisas na mesa da cozinha, eu poderia fazer isso ou comer no balcão, mas como ela estava em treinamento tinha que ser meio tradicional. Só para colocar terror fiz um monte de perguntas sobre o que estava na mesa, a coitada gaguejou e suou, mas não errou nada. Ela era bonita e então, eu pedi para que o uniforme dela fosse até os joelhos e calça bem larguinha.

Se duvidasse, Tom nem ia olhar na cara dela... Mas não iria me custar nada certificar.

O trabalho foi lento... Nunca demorou tanto para chegar a hora do almoço. Uma hora parecia se arrastar como dez horas e eu realmente estranhei meu ramal interno não tocando a dois minutos com um pervertido falando promiscuidades ou meu novo iphone vibrando. Tom parecia não ter nada a fazer além de me tentar com sexo, mesmo quando era ele quem não chegava junto por opção. Pouco antes do almoço eu soube que ele devia estar quase pousando e a distância de Nova Iorque pra cá não podia ser tão grande... Eu queria vê-lo.

ALÉM DA ESCURIDÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora