Capítulo 10 - Tom?

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POV Zendaya

Londres. Cidade absurdamente linda. Já tinha conhecido e visitado algumas vezes a trabalho, mas isso não significava que não admirasse cada detalhe sempre que possível. Estava um pouco frio, então tudo parecia bem bucólico.

Quando trouxe Kazembe a Londres pela primeira vez, nós dois procuramos bibliotecas, livrarias, cafés... Vivemos um sonho literário. Tenho orgulho de mim mesma por poder proporcionar qualquer coisa aos meus pais.

E agora estava aqui, indo pra minha casa, quer dizer, casa de Tom, que era minha porque sou sua esposa. As coisas estavam soando meio confusas na minha cabeça. Mas ele era meu. Nada mais importava.

- Você gosta mesmo daqui. – Tom atraiu minha atenção. Ele estava sorrindo.

- Muito. Kazembe também. – sorri deixando-o entrelaçar nossas mãos – Falta muito?

- Não. Estamos chegando... A casa é um pouco afastada da civilização. – respondeu-me beijando-me na bochecha – Os funcionários daqui tem um costume diferente. Eles são sérios e tradicionais.

- Todos seus funcionários são sérios... Ninguém nunca sabe quando você expõe os dentes para sorrir ou para morder. – murmurei olhando a paisagem passar por nós e ele riu.

- Olha quem fala... Você raramente sorri no trabalho. - provocou cutucando minhas costelas

- Não estou lá para sorrir e sim para trabalhar. – debochei irritada.

- Eu sei disso. Eu sou o chefe, eles precisam ser eficientes e o salário deles estará lá, aguardando. – sorriu torto, todo confiante de si mesmo. Resolvi ficar quieta porque ele também pagava meu salário.

Mais meia hora de carro, chegamos a enorme residência dos Holland. Eu digo enorme, é enorme. Era um sonho de princesa. Uma mansão antiga, de tijolos brancos, colunas enormes e decoradas, jardins, chafariz, estátuas... Era absurdamente lindo.

Todos os empregados estavam enfileirados a nossa espera, com sorrisos cordiais. Não entendi a lógica de manter uma casa assim para ninguém aparecer, porém, a família de Tom poderia usar a casa, como usava a de NY.

Eles mesmos se encarregaram de pegar nossas malas quando fui abordada pela governanta perguntando se eu estava pronta para dar minhas ordens. Tom encolheu os ombros e saiu, me deixando sozinha para reinar.

- Na primeira refeição do dia eu gosto de muitas frutas à mesa, café sempre fresco e forte. Quero canelas e açúcar mascavo. Pães e torradas porque o Sr. Holland gosta de comer com geleia de alguma fruta, mas sempre disponível Damasco. – parei para pensar um pouco enquanto ela anotava – No almoço pode ter variedades de carne vermelha, sem muita gordura. Podem caprichar em saladas. À noite gosto de carne branca, principalmente peixe. Refeições leves e sempre no horário de 19h30.

A governanta, a qual não sabia o nome, assentiu, deixando-me ir em direção ao quarto que só encontrei porque vi alguns empregados deixando nossas malas e Tom falando ao celular no corredor. Ele estava sério até que compreendi ser trabalho.

- Estarei no escritório. – disse me beijando brevemente e sumindo de vista, pisando duro.

Fiquei dividida entre desfazer as malas ou ir ver o que era, mas se fosse algo no meu setor, Mike teria me ligado e não falado diretamente com Tom. Guardei nossas coisas com a ajuda de uma empregada bem jovem e simpática. Meu lado neurótico a achou nova e bonita demais e fiquei observando seu uniforme, graças a seu emprego, era bem-comportado. Quando Tom retornou, pediu licença e nos deixou sozinhos.

ALÉM DA ESCURIDÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora