Capítulo 9 - Londres

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POV Tom

Havia uma linda mulher adormecida ao meu lado. Zendaya era dorminhoca. Adorava se enroscar em algo macio e cochilar, o que era uma coisa a parte do seu comportamento sério e elétrico durante o dia. Nós estávamos no vôo para Nova Iorque, refazendo a última viagem do meu pai.

Nova Iorque, Londres e Berlim. Ele morreu a caminho de Munique. Eu estava nervoso. Para disfarçar nossos passos, marcamos várias reuniões e visitas nesses lugares e deixamos horas vagas porque bem ou mal nós estávamos em lua-de-mel.

Tyler e Liam estavam no fundo do avião rindo de algum filme. Eu disse a eles que poderiam assistir sem fazer muito barulho ou a emburrada ia acordar cuspindo fogo.

Eu ri do seu rosto sonolento, ela se moveu para meu lado, jogando o braço em mim, deitando com o rosto no meu ombro.

- Já chegamos? - murmurou de olhos fechados.

- Não. - respondi com uma risada. - Ainda falta um pouco.

- Hum... - murmurou debilmente e voltou a dormir.

Segundo informações do arquivo da The Brothers Trust, meu pai veio a New York sozinho para fechar uma reforma nas torres gêmeas. Ele foi contatado pessoalmente pelo prefeito da cidade. Sua estadia durou exatos dois dias. No primeiro ele resolveu o início da reforma, no segundo fechou contrato com a construção de um condomínio em Long Island. Condomínio de luxo no qual temos uma casa até hoje.

Tinha muitos anos que não vinha a essa casa. Não com tempo para mexer em todas as coisas do escritório ou biblioteca. Minhas vindas à cidade sempre eram de poucas horas, mas nessa semana teríamos tempo... Tempo para explorar.

Nossa viagem foi tranquila. Como ordenei, um carro nos esperava e mais seguranças estavam ao nosso redor. Zendaya não estava muito consciente de si mesma, apenas me deu um sorriso e me segurou firme para não cair de sono. O fuso horário confuso estava deixando-a atordoada. E a mim também, mas eu não conseguia dormir.

- Acordada agora? – sussurrei no carro observando-a se espreguiçar.

- Um pouco. – sorriu envergonhada – Alguém não me deixou dormir antes de viajar.

- Não lembro de você reclamando. Na verdade, tenho na memória que gozar três vezes te deixou muito feliz. – sorri provocando-a.

- E acabada. – murmurou baixinho e eu gargalhei alto. - Estamos indo para sua casa?

- Sim, vamos descansar um pouco, ok? – respondi afagando sua bochecha – E comer. Você está com fome.

- E você também. – sorriu me dando língua. – Precisamos ligar para nossa família.

- Tudo bem. Não diremos onde estamos. – concordei abraçando-a levemente – O que você quer comer? Eu pedi para os funcionários preparem um jantar, mas se você quiser comer outra coisa é só falar.

Zendaya assentiu minimamente e olhou para a janela do carro. Nós chegamos ao condomínio tarde da noite.

- É bonita. – murmurou baixinho.

- É sua agora. – sorri beijando-a – Coloquem nossas coisas na sala. – ordenei aos funcionários que nos aguardavam.– Vamos, vou te mostrar a casa.

Mostrei todos os cômodos que lembrava e disse que o resto teríamos que descobrir depois. Ela sorriu ternamente e descemos para encontrar a mesa posta com um jantar deliciosamente cheiroso esperando. Eu adorava eficiência.

- Alguém está com fome... – Zendaya provocou colocando um pouco de arroz branco pra mim.

- Na verdade eu estou com fome sim... Alguém não me deixou comer. – sorri piscando.

ALÉM DA ESCURIDÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora