Capítulo 17 - Eu o Amo, mamãe

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POV Zendaya

- O que Robert conversou com você? – perguntei baixo.

Tom tinha chorado e esgotado toda água do seu corpo com isso. Mandei Dora preparar uma salada, algo leve para comer enquanto ele tomava banho e colocava roupa de dormir. Percebi que ele não estava inclinado a sair do quarto. Da cama. Ele continuava em silêncio, fungando, de bico e bastante pensativo. Também não queria me deixar ir. Noon e Tessa estavam deitados no sofá, quietos, como se soubessem que o papai estava triste e precisava de silêncio.

- Ele contou tudo... Tudo que eu definitivamente não queria saber. Ele disse o quão meu pai se tornou obsessivo, intrometido... De todas as coisas que inventou para minha mãe. Ele simplesmente tentou destruir a vida dela no sentido de que se não era feliz com ele, não ia ser com mais ninguém. Robert disse que o odiou muito no início, muito mesmo. Eles chegaram a brigar, sabia? Trocar socos e tapas como se fossem adolescentes. E pior que eu entendo Robert... Só que no lugar dele, eu mataria, Zendaya.

- Imagino que sim... - sussurrei deitando no seu peito. Meu corpo inteiro se arrepiou pela maneira sombria que sua voz saiu - E o que mais?

- Robert disse que depois, passou a sentir pena. Pena de toda vida com dinheiro e poder e ao mesmo tempo, tão miserável. Ele disse que meu pai me usava como chantagem com minha mãe, que ele jogava sujo pra ter atenção... Foi preciso muito esforço para afastá-lo. E eu não entendo muitas coisas nessa confusão. - murmurou sentando-se na cama e puxando meu tablet. Ele começou a puxar um álbum de fotografia cortando umas fotos - Robert é meu pai também, eu o amo como um, mas ele tem motivos suficientes para matar Dom. Eu mataria, por que Robert não? Tudo bem que ele tem um coração maior que o meu, ainda assim é homem. - disse sério arrastando a foto de Robert em um documento - Em compensação, meu pai elegeu Robert como meu tutor financeiro no seu testamento... Tipo, quem faz isso? - perguntou retoricamente me fitando brevemente e virou para a galeria de fotos - Nikki... Minha mãe quase se matou por ele. Ele a usou e manipulou só porque não estava feliz e eliminá-lo seria como uma benção. E tem Sophia, que pode ter descoberto isso tudo e o matado....

Agora ele estava totalmente fora de si. Tirei o tablet da sua mão e repousei de volta na cabeceira da cama. Sentei no seu colo e segurei seu rosto com minhas duas mãos.

- Você definitivamente tem me conquistado cada dia que passa. Você mostrou que é muito mais que um homem arrogante e é um companheiro incrível. Nos casamos por um motivo e hoje nosso casamento é muito mais. – sussurrei obrigando-o a me olhar nos olhos – E agora, te conhecendo como te conheço, posso afirmar que você está sendo emocional, e Robert e Nikki seriam incapazes de matar o seu pai... Mesmo que isso fosse bom para eles, mas não seria bom para você e não há nada no mundo mais importante para aqueles dois do que a felicidade dos filhos deles.

- Mesmo depois de tudo que descobrimos hoje, você seriamente acredita nisso?

- Sim, eu sempre vou preferir confiar, Tom. Você confia em mim?

- Sim... Você, atualmente, é a única pessoa em quem confio. De olhos fechados e a minha vida.

- E você acha mesmo que sua mãe faria isso, Tom? Você apenas está sendo emocional sobre tudo isso. Nós não temos provas para acusar ninguém ainda. E se Sophia soubesse disso, você acha mesmo que ela estaria tão presa à memória do seu pai assim? No lugar dela eu o odiaria muito fortemente.

- Eu acho que não quero pensar sobre isso... Estou com muita dor de cabeça. – disse fechando os olhos.

- Eu vou buscar um remédio e você descanse um pouco. Te acordarei na hora do jantar... Um pouco tardio. – murmurei fitando o relógio. – Preciso cuidar de umas coisas e deito com você, ok?

ALÉM DA ESCURIDÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora