Capítulo 25 - O Tempo Passa.....

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POV Zendaya

O tempo passa... Sempre passa. Algumas feridas não se fecham e então, nós gostamos de esquecer. Depois da desastrosa noite na casa da mãe de Tom nós decidimos dar um tempo para nós mesmos e a família. Precisávamos de paz. Ou apenas de tempo para assimilar tudo. Foram muitas noites de conversas e declarações. Não havia mais segredos com a nossa família por insistência minha e de Nikki... Inclusive Robert mencionou algo sobre o nosso casamento e nós contamos o primeiro motivo. Foi uma surpresa, mas depois que explicamos o quanto estamos perdidamente apaixonados um pelo outro, esse detalhe foi motivo de festa. E de alívio pra mim.

Hunter ficou muito triste e abalada, foi muita conversa, noites em claro, brigas, gritos e então, tudo estava acertado. De alguma maneira estranha, eu tinha me unido às minhas cunhadas. Era uma amizade de amor intenso. Coisa que eu só tinha com Darnell. Meu círculo de amizades se abriu, cada uma me completava de uma forma diferente. Era gostoso sentir que não era mais... Sozinha. Tom tinha me dado tantas coisas boas que ele talvez nem soubesse. Não tive irmãos e confesso que nunca senti falta, mas vendo-os interagir, percebi que teria sido uma infância maravilhosa.

Foi a primeira vez que eu realmente senti pena por Claire não ter tido outro filho. E senti o desejo de ser mãe se confirmando. Eu nunca tinha sentido de verdade, eu apenas concordava com Tom de acordo com os meus pensamentos. E agora, convivendo mais dentro da casa de Nikki, eu sabia que risada e briga nunca faltariam na minha casa.

Eu estava surpresa pela maneira que Nikki era acolhedora, apesar de tagarela. Ela falava tanto quanto Hunter. Se nós não soubéssemos da real existência da Hunter, diria que era filha biológica por serem tão parecidas. A única resposta de tudo era... Amor. Nos meses que se passaram eu me vi mais ligada a família Holland e em paz com meu marido. Nós precisávamos ficar juntos para conversar com todos eles... E estranhamente isso nos uniu de maneira que ficamos como um só. A mesma carne. Se ele sentia dor, eu sentia. Se ele estava em paz, eu também estava.

Apesar de que esse tipo de relação me parecia opressora e um pouco demais para suportar, mas a cada segundo que se passava, eu não conseguia descobrir como mudar. Tom era controlador e ciumento. Eu era maníaca por perfeição, controladora e ciumenta. Nós dois éramos uma bomba nuclear, mas nos amávamos muito, o que eu poderia fazer? Nada.

Natal foi uma festa linda. Reunimos todas as famílias. A minha, a de Tuwaine e Harry. Foi interessante conhecer mais ainda das pessoas que nos rodeavam, mesmo que pouco, no dia a dia. O Natal passado, se não me engano, jantei com meus pais e escapuli para o quentinho da minha cama antes que eles inventassem de visitar nosso tio. Eu não merecia engolir o azedo da minha prima em plena noite de Natal.

Foi muito bonito a troca de presentes. Tom me deu um conjunto de lingerie, mais cara de pau safado que ele não existia.

Já a festa de ano novo... Acordei com Hunter, Storm e Darnell em cima de mim. Literalmente em cima de mim, falando, gritando, gesticulando, antes - eu disse bem antes - das onze horas da manhã. Eu queria matar um. As três me arrastaram para um quarto com uma equipe de beleza me esperando, inclusive, minha mãe e minha sogra estavam lá aproveitando uma massagem. Eu nem pude dar um beijo de bom dia em Tom. A última imagem que tive foi dele assustado, bagunçado, com sono e muito triste, parecendo desolado, de cueca me observando ser arrastada do quarto. Mentira, o idiota estava se dobrando de tanto rir da minha cara de emburrada e ainda ajudou a me expulsar do quarto. Eu fiquei com raiva o dia inteiro. Neguei beijos e não o deixei descobrir se estava sem calcinha por debaixo do roupão. Só fiquei de bem quando me sequestrou para tirar uma soneca e descobrir que estava sem calcinha.

Eu sabia que a festa de Tom era a mais badalada de todo estado, mas estar do outro lado tinha me dado uma visão diferente... Era muito trabalho, nenhum sossego, pessoas querendo te abraçar, tirar fotos e puxar teu saco.

ALÉM DA ESCURIDÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora