Hope in love

Capítulo 1

Hoje era mais um típico dia de trabalho, estava terminando de arrumar as mesas quando ouvi o barulho da porta, indicando que alguém havia entrado na cafeteria, uma figura um tanto estranha sentou-se na mesa mais afastada das janelas, como se estivesse se escondendo de alguém, ele estava de boné e óculos, o que impedia de ver seu rosto.

-Bom dia senhor, aqui está o cardápio, assim que escolher por favor me chame. -Fui amigável apesar de estar um pouco assustada.

-Não vou ficar muito tempo, um café está bom. -Ele não aceitou o cardápio e ficou olhando pela janela como se estivesse verificando algo.

Meu coração acelerou, não queria ser assaltada novamente, não tinha mais dinheiro para repor nada, estava frustrada ainda pelo roubo anterior, não queria perder mais ainda.

-Olha senhor, eu vou pedir para não me roubar, esse café mequetrefe é tudo que tenho, e já me assaltaram semana passada, será que teria como o senhor não me assaltar essa semana também? -Suspirei suplicando.

-Ahn? O que você quer dizer com isso? Estou com cara de assaltante? -Ele se levantou e tirou os óculos, me olhando com raiva.

-É no mínimo estranho um homem com boné e óculos entrar no meu café, se sentar na mesa mais longe das janelas e não querer nem olhar para o cardápio.

-Você realmente não me reconhece? Eu sou... -Ele percebeu alguém olhando pela janela e se escondeu em minha frente, me puxando para perto dele pelo avental.

-Senhor? -Fiquei em choque.

-Shiu, estão suspeitando que estou aqui. -Ele estava com o rosto bem perto da minha barriga, o que me fez ficar vermelha.

-Senhor, pode se afastar um pouco? -Tentei sussurrar, mas estava nervosa.

Pude ouvir o sino da porta, indicando que alguém estava entrando, na mesma hora o homem me virou, puxando minha cintura contra si, ele colocou minhas mãos em seu pescoço e simplesmente me beijou.

-Ele não está aqui, só tem um casal se pegando, e que pouca vergonha. -Uma garota que apenas colocou a cabeça para dentro do café falou para um grupo de garotas que estava fora esperando.

-Olha lá, deve ser ele. -Ouvi alguém gritar, e elas correram.

Assim que percebi que não havia mais ninguém na frente do meu café, empurrei o cara e o olhei furiosa, ele correu para a janela e ficou olhando por um tempinho.

-Olha, quem você pensa que é para vir aqui, ser um escroto e ainda me beijar sem minha autorização? -Coloquei as mãos na cintura, claramente irritada com toda aquela cena.

-Desculpa por isso, mas não foi minha intensão, eu precisava me esconder das armys. -Ele continuou olhando para fora.

-Como se eu tivesse a obrigação de saber o que é isso. -Revirei os olhos.

-Garota, em que mundo você vive? -Ele fez uma careta.

-No mundo onde não tem tarados me impedindo de trabalhar, você poderia fazer o favor de se esconder em outro lugar? -Revirei os olhos.

-Primeiro, não sou tarado, muitas mulheres ficariam felizes em serem beijadas por mim. -Tive que rir. -Segundo, preciso ficar mais um pouco até meus seguranças virem. -Foi a gota da água.

-Além de tarado é um lunático, ótimo, adoro lidar com pessoas como você pela manhã, melhora sempre meu humor. -Fui até o balcão de pedidos e puxei meu taco de baseball.

-Eu já falei que não sou... -Ele percebeu que eu estava voltando com o Taco e levantou as mãos de forma indefesa. -Calma por favor, eu posso explicar, eu sou um idol e estou me escondendo das minhas fãs, são muitas, provavelmente arrancariam um pedaço meu se me vissem, pode pesquisar no Google se preferir, meu nome é Hoseok, ou Jhope. -Ele parecia falar a verdade.

-E por que você não está cercado de seguranças? Como quer que eu acredite nisso? -Ele pareceu se xingar mentalmente.

-Eu pedi para que me dessem espaço, só não achei que daria de cara com um mutirão de fãs. -Jhope me olhou com súplica.

-Hm, ainda não acredito em você. -Ele respirou fundo.

-Pesquisa, essa é a maior prova. -Fiquei analisando sua feição.

Peguei meu celular, sem tirar os olhos dele, ele abaixou as mãos por um tempo, mas as ergueu novamente ao perceber que eu tinha apontado novamente o taco para ele. Após pesquisar bem, tive a confirmação que ele estava dizendo a verdade, seu rosto aparecia em várias páginas no Google, redes sociais e Youtube.

-Ok, acredito em você. -Voltei para guardar o taco. -Peço desculpas pela minha atitude, as coisas não estão fáceis, do nada um doido aparece na minha cafeteria e fica todo estranho, ainda por cima me beija do nada, fiquei assustada. -Ele sorriu de lado, e abaixou as mãos.

-Sinto muito por isso, só te beijei porque normalmente as pessoas ficam constrangidas com demonstração de afeto, tanto que a garota não percebeu que era eu. -Ele voltou para a mesa.

-Entendi. -Falei desconfiada.

-É sério, pode confiar em mim. -Ele ficou olhando para fora.

-Seus seguranças vão demorar para vir? -Perguntei voltando para trás do balcão.

-Não, já estão a caminho. -Ele respondeu rapidamente.

-Tome, como pedido de desculpas, por conta da casa. -Lhe entreguei uma xicara do meu café gourmet especial e uma fatia de bolo de chocolate. -Só não venha me processar por tentar te bater ok? Pensei mesmo que fosse um tarado lunático. -Ele acabou rindo.

-Não se preocupe e obrigada por isso. -Ele olhou para o que eu tinha deixado sobre a mesa e sorriu de um jeito até que fofo.

-Vou deixá-lo à vontade. -Me afastei e fui para trás do balcão.

O tempo começou a passar e nenhum cliente apareceu, as preocupações já estavam rondando minha mente, quando dois homens grandões de terno apareceram, fiquei feliz pensando que se tratava de clientes, mas logo isso desapareceu.

-Moça, aqui está, obrigada mesmo, tudo estava incrível, seu café é delicioso. -Jhope me entregou o pratinho e a xicara.

-Fico feliz que tenha gostado. -Comecei a sorrir, mas logo parei quando vi um corretor deixar uma carta na porta.

Corri para pegar a mesma do chão, Jhope percebeu que havia algo errado, mas não disse nada, apenas me acompanhou com os olhos.

-Bom, já vou indo, obrigada novamente. -Ele colocou os óculos escuros e foi saindo com seus seguranças, mas parou na metade do caminho. -Moça qual o seu nome? -Ele voltou para a porta.

-Moon Jinna. -Respondi um pouco receosa. -Por quê? Não vai me processar ne? -Um medo começou a bater.

-Não. -Ele riu. -Mas vou retribuir a gentileza de ter me deixado ficar após tudo aquilo e ainda pelo bolo com café. -Ele sorriu todo gentil, foi como se um tempo parasse e uma brisa de calor e perfume me atingisse, como em um comercial, confesso que meu coração errou a batida.

-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Espero que gostem. :)

-A