Sacrilégio - Taiju Shiba

Capítulo 1

Ayane Mitsuya sempre foi uma garota gentil e amorosa, porém isso não a impedia de nada de ter um temperamento forte, nem mesmo sua saúde tão frágil a impedia de ter um pulso firme e bater de frente com alguém caso fosse necessário.

Assim como seu irmão mais velho, Takashi Mitsuya, ela teve de amadurecer cedo demais para conseguir ajudá-lo a criar suas duas irmãs mais novas, Luna e Mana, já que sua mãe estava sempre trabalhando, e seu pai havia morrido a muitos anos por conta da doença.

Motivo esse que Takashi cuidava da mesma com mais cuidado do que com as mais novas, afinal Ayane infelizmente chegava a acabar no hospital algumas vezes, mas graças a Deus nunca foi nada muito grave.

— Amém! (Ayane terminou sua oração após agradecer por todas as bênçãos e por sempre cuidar de seu irmão já que o mesmo pertencia a uma gangue, fato esse que sempre a deixava um tanto aflita)

Quando a mesma se levantou do banco para se retirar da igreja, seus olhos deram de cara com o homem que mais odiava no mundo, sabia que não era certo odiar alguém, e que Deus não gostaria que guardasse essa mágoa em seu peito.

Mas era difícil, sendo esse homem Taiju Shiba, o cara que espancava os próprios irmãos quando deveria ser ele a protegê-los, ainda fez a Yuzuha (sua melhor amiga) trabalhar com coisas ilegais.

E só de lembrar da terrível briga que tiveram dentro dessa mesma igreja lhe doía o coração, afinal os próprios irmãos estavam dispostos a se matarem, e era doloroso demais pensar que pessoas da qual tinha tanto carinho estavam dispostas a fazer tal atrocidade.

— Se olhar matasse, acho que esse chão já estava coberto do meu sangue. (Taiju se pronunciou ainda de olhos fechados com as mãos juntas à frente do corpo)

O mesmo podia ainda não tê-la olhado desde que ela terminou sua oração, mas os passos dela se aproximando, e o marcante cheiro de lavanda que o deixava inebriado o fizeram notar na mesma hora que estava sendo observado.

— Não sou eu a assassina aqui! (A voz da jovem de cabelos lilás saiu ríspida demais para alguém que normalmente era bem serena, mas claramente o Shiba mais velho era uma exceção à sua bondade)

— Seu irmãozinho também não é nenhum bom samaritano, e nem por isso você o olha com tanta raiva assim. (Ao final da frase Taiju finalmente abriu os olhos para contemplar a estonteante beleza da jovem Mitsuya que estava parada entre os acentos do qual deveria estar indo em direção a saída)

— Ninguém é um santo, Shiba, apenas o repúdio pelo o que fez a eles. (E de fato, não podia julgá-lo por fazer atrocidades se a pessoa que mais amava nesse mundo também já cometeu certos crimes, seu único problema com ele era por ter batido em uma mulher e ter feito a vida dos próprios irmãos um inferno, e o azulado sabia muito bem que esse era o motivo)

— Com exceção de você, não é mesmo? (A provocou porém seu tom com ela era sempre diferente do que com qualquer outro, mesmo quando era rispido ele acabava não soando agressivo) 

— A única santa aqui é Maria, eu sou apenas uma humana cheia de falhas. (Seu olhar ficou triste fazendo estranhamente o coração do Shiba mais velho se apertar) - Porém jamais falharia ao ponto de fazer mal a quem eu deveria cuidar.

Sem dar tempo dele retrucar ou de iniciarem uma discussão cheia de provocações e insultos como de costume, ela saiu dali imediatamente, não estava com cabeça para nada, Ayane nem mesmo entendia porque ficou parada o olhando.

Já Taiju permaneceu no mesmo lugar, mas diferente dela, o mesmo havia se alterado dando um forte murro no banco de uma madeira extremamente resistente mas que se partiu com o ato, ele não estava com raiva pelo o que a jovem disse, mas sim pela tristeza que causou sendo transmitida em seus olhos.

Já fazia anos desde que não tocava um dedo em seus irmãos e até mesmo já havia se reaproximado deles, mas seu tormento maior era nunca conseguir o perdão da garota que sempre o deixava desestabilizado.

[...]

— Aqui, senhorita Mitsuya, tome todos os remédios direitinho. (O doutor falou após consultar a Ayane pela terceira vez apenas naquele mês)

Ela ainda não tinha nada, apenas uma imunidade muito baixa, mas mesmo assim seu irmão e suas irmãs a faziam sempre ir verificar com medo da mesma doença repentina que afetou seu pai acabar por surgir nela também.

— Obrigada, irei sim, sabe muito bem que eles jamais me deixariam me descuidar assim. (Ayane falou referente aos seus irmãos e o doutor sabia, afinal o tanto que ela ia ao médico já era conhecida por quase todo o hospital)

Assim que saiu do local seu irmão já a esperava no carro juntamente com seu melhor amigo, Hakkai.

— Oi Hakkai-kun! (Ela o cumprimentou após deixar um beijinho na bochecha de seu irmão)

— Iae Aya-chan. (Hakkai já conseguia se comunicar bem melhor com o sexo oposto, mas mesmo a anos atras ela era a unica mulher tirando sua propria irmã, da qual o azulado conseguia conversar normalmente)

— O que deu lá? (Takashi perguntou de forma receosa pois sempre tinha medo de algo surgir)

Nova fic pra vocês!

Quem aqui ama um Taiju cadelinha?