𝐠𝐢𝐫𝐥 𝐨𝐟 𝐦𝐲 𝐝𝐫𝐞𝐚𝐦𝐬 ❘ É a maldição de Klaus sonhar com a mesma garota há mil anos, e é seu fardo amá-la.
Após a morte da mãe, Evangeline, de dezessete anos, se muda para Mystic Falls para viver com seu meio-irmão. Tudo parecia fácil no...
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Eva se sentiu lenta para se mover, mantendo seus passos os mais silenciosos que pode. Ela pisou em folhas secas e pedras soltas. Ela virou à esquerda quando já foi à direita inúmeras vezes. Talvez se ela mudasse de caminho, isso acabasse. Ela se encontraria em seu próprio cemitério e poderia voltar para casa a pé.
Isso, claro, se ela soubesse onde estava.
Em um momento, Eva se viu nos braços de Klaus, conversando sobre algumas técnicas de pintura favoritas, ganhando beijos doces nas bochechas e algumas risadas estúpidas de seu namorado terrivelmente antiquado, no outro, Eva estava em uma floresta.
“Hypnos?” Ela gritou, presumindo que aquele era outro dos truques de sua irmã.
Eva franziu as sobrancelhas e acabou descartando a ideia. Hypnos havia desaparecido desde seu último encontro doloroso, e não havia nenhuma sinal de que esse era um de seus sonhos.
Por mais que se sentisse traída e machucada, Eva não podia deixar de se preocupar com suas irmãs. Reconhecer sua própria ascendência divina como a deusa da Morte abriu os olhos de Eva para uma vida milenar, com memórias tão antigas e perdidas que não passam de trechos e resquícios.
Ela poderia não se lembrar de quem era antes, muito menos porque tomou certas decisões antes de ser Evangeline, mas sentia, como um instinto enraizado em sua carne e ossos, algo que antes estava completamente adormecido.
“Olá?” Eva tentou novamente, procurando por respostas que sabia que não teria tão facilmente. “Tem alguém aí?”
Um arrepio percorreu sua nuca e Eva imediatamente gira os pés, dando de cara com a sombra. Ela parecia igual, assustadora e inquieta como sempre, mas por algum motivo, Eva pensou que alguma coisa estava fora do lugar.
“Huuu” A sombra murmurou, erguendo uma mão esquelética e afiada até os olhos de Eva.
“Um colar?” Ela o olhou confusa, tocando o pingente de lobo com a ponta dos dedos. A sombra apontou para ela, inclinando a cabeça em reconhecimento.
“Meu colar?” Eva piscou, os ombros caindo em confusão. “Eu não...”
Eu não me lembro.
Um pingente de lobo? Por que ela teria um colar com um pingente de lobo?
Eva ergueu o cordão, expondo o pingente de metal redondo talhado no centro. Um pouco diferente do que normalmente um adolescente usaria no dia a dia. Esse colar era realmente dela?
Na verdade, Eva estava sempre desenhando lobos, não é? Era uma coisa que simplesmente não saia de sua mente.
Mas por que?
Por que não consigo me lembrar?
Eu deveria me lembrar, então por que eu não...
A sombra inclinou a cabeça por um momento, a gigantesca diferença de altura que um dia aterrorizou a pequena Eva, agora era apenas um detalhe. Ele a encarou por um curto momento, antes que simplesmente se virasse e partisse.
