Quando olhei pro braço de Han, vi cortes. Me preocupei de imediato, porém, não falei nada.
Quando eu desviei o olhar, vi o celular dele vibrar e quando ele ligou era uma mensagem de seu pai.
"Te dou 5 minutos para se despedir dos seus amigos. Estou aqui na frente te esperando."
Ele desligou o celular e estralou os dedos, vi ele engolindo seco. Logo ele se levantou e deu um tchau geral para o pessoal.
Acompanhei com o olhar ele indo para o carro de seu pai. Quando entrou, vi ele falar alguma coisa e logo em seguida o senhor Han gritando com ele.
Eu estava preocupado.
- Ei, Minho - Felix me cutucou - Você tá bem?
- Oi Lix, to sim.
- Tem certeza?
- Sim. Só estou cansado, acho que eu já vou indo.
- Ok, tudo certo. Manda mensagem quando chegar em casa.
Concordei com a cabeça e logo levantei dando tchau para todos.
Depois de uns cinco minutos de caminhada, cheguei em casa.
Subi para meu quarto, coloquei um pijama e deitei na minha cama olhando para o teto, um hábito que cada vez se tornava mais frequente. Minha mente pensava em mandar mensagem para Han, perguntar se estava tudo bem com ele. Porém, meu orgulho estava sendo maior.
Levantei minha cabeça, peguei a garrafa de água ao lado da minha cama e vi meu celular ligar, uma notificação qualquer.
Comecei a balançar meu pé pela ansiedade, e comecei a roer minhas unhas. Eu já tinha acabado com essa mania, mas aparentemente estava voltando.
Peguei meu celular por impulso e olhei ele.
"Eu devo?"
Larguei o celular em cima de minha barriga e olhei pro teto com a mão direita na testa, pensando no que eu faria.
Foda-se. Vou mandar mensagem.
Desbloqueei o celular e fui direto para o aplicativo. Procurei o contato de Han e mandei.
Oi, tá tudo bem?
Na hora, bateu um arrependimento. Larguei meu celular na mesa de canto e fechei os olhos para descansar, mas acabei pegando no sono.
Acordei pelas 8h da manhã. Sentei na minha cama e raciocinei quem eu era e o que eu estava fazendo ali.
Lembrei do que eu fiz ontem e peguei meu celular para ver se Han havia respondido.
Oi
Porque você tá me mandando mensagem?
Eu tô bem uéEu sabia que ele havia mentido.
Tem certeza?
Vi seu pai gritando com você ontem.Hm? Como assim?
Você vai parar de me espionar?
Eu vi você olhando pro meu braço ontem.
Eu tô bem.
Meu pai apenas teve um dia de trabalho estressante.E por isso ele gritou com você?
Cara, quero te ajudar.Porra Minho, eu tô bem! Você me trata como se eu fosse uma criança que não soubesse fazer nada.
Ele gritou comigo por outro motivo que não te interessa.
Eu tô bem.Então ta.
Desculpa, não quis ser grosso.
Você não foi.
Desculpa.
Para de pedir desculpas, você não fez nada.
Desculpa por isso.
Você não fez nada.
Bom, se você quiser conversar, eu tô aqui, né.Tá. Obrigada.
Desliguei o celular pensando sobre a conversa.
- Milagre você acordado de manhã. - Seeun apareceu na porta do meu quarto com uma xicara de café.
- Você me assusta.
- Obrigada. Agora vai falar o que aconteceu pra estar com essa cara?
- Como você sabe de tudo?
- Me conta logo.
Ela se sentou na minha cama, ao meu lado e escutou tudo que eu disse, tudo mesmo.
- O que você acha? - perguntei olhando pra ela - Quero ajudar ele.
- Eu acho que primeiramente você precisa se ajudar. - ela disse bebericando o café. - Como que você quer ajudar alguém sendo que você não se cuida?
- Eu estou ficando louco? - perguntei deitando na minha cama
- Está. Esta ficando louco, louquinho. - Ela fala levemente enquanto olhava suas unhas.
- Obrigada. - Falei rindo.
Ela deu um carinho no meu cabelo e saiu do quarto.
Me vesti e fui para a cozinha tomar café da manhã. Enquanto descia a escada, eu olhava o celular e ouvia meu pai e minha mãe discutirem alguma coisa na mesa de jantar. Estranhei, eles não eram de discutir muito. Mas quando fui me sentar para comer, minha mãe me colocou no assunto em que ela e meu pai discutiam por um bom tempo, eu diria.
- Minho, o que você quer pra jantar hoje? - Perguntou minha mãe enquanto olhava para um caderno em sua frente.
- Ue, porque? - Normalmente, aos sábados, nós íamos jantar na casa da minha vó.
- Vem visita hoje. - Meu pai interferiu. - a família Han.
Meu corpo se arrepiou.
- Ah - Fingi tranquilidade - Quais são as opções?
- Bulgogui, ou churrasco talvez... - Diz minha mãe enquanto batia a caneta no caderno.
- Acho que churrasco, então.
- Ok. - Minha mãe riscou algumas coisas no caderno. - Obrigada.
- Imagina.
Subi ao meu quarto novamente e pensei o que aconteceria naquela noite. Quero me resolver com Han, quero ser seu amigo. Quero entender tudo que ele passou recentemente. Estou cansado de intrigas.
💭
quem é vivo sempre aparece:))