Capítulo 8. Nascer do Sol

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Depois de um tempo tentando se recompor, Ray e Sand sairam do terraço como o segurança havia mandado.
Estavam envergonhados, não por terem sido pegos dando uns amassos, e sim por terem sido descobertos pelo segurança, um completo desconhecido.
Ambos não queriam que a noite simplesmente acabasse daquela forma, então Sand sugeriu de eles irem até a praia já que era ali perto.

Com a decorrer do passeio, eles já não estavam envergonhados e se sentiam a vontade um com o outro, ao ponto de estarem de mãos dadas e nem se incomodarem com isso. Sentiam que a conexão entre eles era completamente diferente da que tiveram algum dia com outras pessoas. Conversavam sobre de tudo um pouco, desde música á comida favorita.

O céu ainda estava escuro e Sand viu em seu celular que já eram quatro da manhã. Ficou surpreso pois jurava que ainda não passava da meia noite. Talvez tenham se distraído com as conversas que tiveram ou pelo tempo que passaram no show dançando e cantando juntos. Nenhum deles pensava em outras coisas além do que acontecia naquela noite. Tinham certeza que se contassem para seus amigos, iriam achar até que era uma história de filme clichê americano.

Sand e Ray não se importavam com nada, além deles. Se algum pensamento os pairasse, logo era afastado com tanta naturalidade que até os surpreendia.

Chegaram na praia e continuaram caminhando com os pés na areia enquanto conversavam e riam. Sand estendeu a mão para Ray a segurar, quando o mesmo tropeço em um buraco na areia quase indo parar no chão. Eles estavam felizes e isso era óbvio. O sol começava a nascer, o clima estava totalmente a favor dos dois jovens que não aceitavam que a noite estava acabando.

Sentaram em um banco na calçada depois de um tempo andando.

- Tô cansado... - disse Ray enquanto apoiava a cabeça no ombro de Sand, que mantinha o braço em volta de seus ombros.

- Também. - respondeu levando sua mão aos cabelos do outro. - Engraçado pensar que até poucas horas atrás, a gente se odiava.

- Quem disse que eu te odiava? - retrucou Ray olhando para Sand, que o olhava de volta. - Nunca de odiei. Só não gostava quando você era chato e ficava falando que eu tava bêbado.

- Mas em todas as vezes você tava bêbado. Lembra da noite que te vi no banheiro do bar? Você me xingou de tudo quanto é nome, quando eu só tinha perguntado se você queria ajuda.

- Desculpa, naquele dia algumas coisas aconteceram.

- Sem problemas. Só achava que você não gostava de mim por algum motivo que eu não sabia. Mas no final você só tinha uma quedinha por mim, né? Pode falar, eu sei que sou irresistível. - disse Sand com um sorriso orgulhoso no rosto.

- Cara, você é muito convencido! Mas não vou mentir que sempre te achei pelo menos um pouquinho atraente. - respondeu Ray olhando nos olhos de Sand. - E pelo o que parece eu não era o único que tinha uma quedinha. Eu sabia que você era doido pra me pegar.

- Você que é convencido.

Ambos agora estavam em silêncio, apenas olhando para o nascer do sol enquanto se deixavam ser envolvidos pelo momento.

Aquele momento era realmente mágico e diferente de tudo que ambos viveram.
Sand já pensou em fazer esse tipo de coisa romântica com seus exs, mas nunca tinha tempo e Ray já sonhou em fazer as mesmas coisas com Mew, porém nunca foi recíproco. E agora ambos estavam nesse mesmo tipo de situação romântica, com quem menos esperavam.

Apenas desejavam passar novamente por momentos com os daquela noite. Eles precisavam de um tempo para que seus corações fossem totalmente curados, mas não queriam se separar tão cedo. Talvez mais momentos como esse, restaurassem os sentimentos que foram tão negligenciados por corações que foram muito feridos ao longo da vida.

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