Capítulo 18. Café Amargo

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No fundo de uma gaveta, Ray achou uns shorts preto, eram de um tecido um pouco fino mas daria para Sand usar sem problemas. O pegou junto com a camisa vermelha e uma cueca que tinha de reserva, os colocando encima da cama.

Ray não se conteve ao impulso de deitar em sua cama novamente. Estava extremamente cansado. Seus olhos iam ficando pesados rapidamente significando que o sono o chamava, porém ao ouvir a porta do banheiro sendo aberta, olhou na direção vendo Sand sair com uma toalha enrolada na cintura, deixando seu corpo marcado por manchas vermelhas totalmente exposto, e seus cabelos pingavam sobre seus ombros.

- Vai tomar um banho não? - perguntou Sand se aproximando da cama onde estava a peça de roupa.

- Daqui a pouco... - disse Ray olhando o outro pegar a cueca e a colocar junto com os shorts.

- Você tem alguma coisa na geladeira? Tô com fome. - perguntou Sand terminando de colocar as peças de roupa pegando a camisa vermelha a vestindo em seguida.

- Não tenho certeza. Eu não como em casa e geralmente quem compra são as empregadas mas elas foram dispensadas.

- Vou lá embaixo ver o que consigo fazer para gente. - falou Sand secando o cabelo com a toalha em mãos.

- Hum, vou tomar um banho e já desço. - respondeu Ray ainda deitado com os olhos entreabertos.

Sand saiu do quarto e foi em direção as escadas para o andar debaixo.
A casa de Ray era bem grande, uma mansão na verdade. Possuía quadros e estátuas que provavelmente valiam não só o apartamento de Sand, mas sim seu rim e talvez o fígado também.
Tinha também algumas fotos de família em algumas estantes nos cantos discreto da casa. Era uma casa bem clássica e não possuía muitos móveis apesar de seu tamanho, a fazendo parecer ainda mais vazia e solitária. Desceu as escadas e tentou localizar onde seria a cozinha, achando um corredor que dava para o cômodo.
Tentou comparar o tamanho com a cozinha de seu apartamento e chegou a conclusão de que era no mínimo umas dez vezes maior que a de seu apartamento.

Abriu a geladeira que tinha apenas alguns ovos, quatro salsichas e dois croissants.
Não eram dos alimentos mais saudáveis porém teriam que servir.
Pegou os ingredientes e foi em direção ao balcão os colocando no mesmo e procurando por uma frigideira. Colocou os croissants no forno para esquentar enquanto fritava os ovos e as salsichas. Tinha um pouco de café na cafeteira então pegou uma xícara e colocou na mesma.

Enquanto Sand providenciava o café, Ray foi tomar um banho. Havia muitas marcas por seu corpo, a maioria em seu pescoço e torço; tinha algumas até em suas coxas.

- Sand, realmente não deixou barato. - pensou consigo mesmo dando um sorriso bobo.

Terminou seu banho e vestiu uma regata limpa e um shorts confortável. Secou seu cabelo e foi para a cozinha onde Sand estava.

- Cheira bem. - disse entrando na cozinha indo em direção ao outro que fritava alguns ovos.

- Eu ou os ovos?

- Não senti seu cheiro ainda. - disse Ray o abraçando por trás, apoiando sua cabeça no ombro alheio sentindo o cheiro gostoso do seu perfume em sua pele. - Mas posso dizer que os dois cheiram muito bem.

- Não tá cedo demais pra flertar comigo? - falou Sand dando um sorriso bobo. - Meu cérebro não acompanha.

- Não posso perder o costume. Conseguiu achar algo de bom na geladeira?

- Tinha quase nada, só uns ovos, algumas salsichas e dois croissants que estão no forno esquentando. Seria bom se você parasse de comer comida de rua e fosse no mercado.

- Quase não fico em casa, tenho medo de acabar estragando e sinceramente não gosto muito de cozinhar.

- Não gosta ou só não sabe? - perguntou Sand colocando os ovos no prato junto das salsichas.

- Não sei e não gosto também. Geralmente tenho as empregadas pra cozinhar então porquê eu precisaria aprender se não vou usar no futuro?

- Talvez pra cozinhar algo pra quem você gosta.

- Não. Vou deixar essa função pra você.

- Idiota. Eu não vou estar sempre disponível pra cozinhar ainda mais pra você.

- Claro que vai. Além disso, você tem multi-talentos. Um delinquente a noite e um cozinheiro pela manhã.

- Eu moro sozinho, tenho que me virar. Não tenho um Alfred, ao contrário de você.

- Besta, eu não sou o Bruce Wayne. Tenho no máximo as empregadas e as cozinheiras.

- Eita, como ele é rico. - disse Sand se distanciando do abraço de Ray para conseguir abrir o forno e tirar os croissants que já estavam quase queimando.

Ray se afastou do outro se apoiando na bancada que tinha ao seu lado. Sand pegou os croissants os colocando nos pratos e em seguida indo em direção de uma pequena mesa que tinha no canto da cozinha. Colocou os pratos e voltou a bancada para pegar a xícara de café.

- Quer café? Tem um pouco na cafeteira. - ofereceu vendo Ray se sentar na mesa.

- Não gosto de café. E eu acho que esse café já deve tá estragado. Tem uns três dias que ele tá aí.

- Não parece estragado. - disse Sand dando um gole no café que estava super amargo.
- Puta merda! Quem fez esse café?

- Fui eu quando tava de ressaca a uns dias. - respondeu Ray dando uma mordida em uma das salsichas. - Tá estragado não tá?

- Isso tá é muito amargo. Agora tenho certeza de que você não sabe realmente se virar na cozinha. - falou indo em direção a pia da cozinha jogando o café amargo fora.
- Se eu bebesse mais, tenho certeza que ficaria com no mínimo gastrite.

- Eu bebi e nem achei tão ruim.

- Pra quem bebe todo dia uísque, um café amargo é tranquilo. - disse Sand voltando para a mesa se sentando em seguida.

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