48: Quando você faz assim

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Jungkook

Valerie está dormindo no sofá quando chego em casa, a mão direita segura a carta da avó firme contra o peito. Tem sido assim nos últimos dias, ela relê as palavras de vovó Jude várias vezes e depois guarda com todo cuidado no envelope. Eu já decorei parte do conteúdo também graças a isso, é uma declaração bonita da avó para a neta.

A morte de vovó Jude me fez pensar mais em meu pai, o medo de perdê-lo se tornou maior e por isso tenho me esforçado para continuar mandando o que ele precisa. Não vejo a hora de poder visitá-lo, antes de conhecer Valerie eu pensava em passar um tempo na Coreia do Sul após me formar, mas agora já não tenho tanta certeza.

Valerie mudou tudo o que eu planejei e o mais assustador é que não me importo com isso, aprendi a gostar da bagunça que ela fez em minha vida; os planos mirabolantes, fotos a cada momento e segredos trocados com apenas um olhar. Já não consigo me imaginar sem ela, quem diria que a loirinha mentirosa ocuparia um espaço tão grande no meu coração?

Sigo para o nosso quarto, tiro as roupas e jogo no cesto antes de entrar no banho. O trabalho não foi tão infernal hoje apenas o de sempre: coroas carentes e jovens cheias de tesão. A cliente vip não tentou me tocar mais do que é permitido durante a performance e lembrei a mim mesmo que em alguns meses tudo aquilo estaria acabado.

Fico imaginando o que vou fazer quando finalmente me livrar da boate, com certeza um bom tempo de terapia pra diminuir todo o efeito daquela merda da minha cabeça. No começo não era tão horrível, eu subia no palco e dançava mas aí as coisas foram ficando mais reais conforme as semanas iam passando e de repente me encontrei preso num abismo difícil de escapar. Ao olhar para a pilha de dinheiro eu me pegava pensando no que tive que fazer para ganhar tanto e questionando se valia mesmo a pena.

Sou tirado dos meus pensamentos quando Valerie para na porta da suíte, ela dá um sorriso fraco e recosta a cabeça na caixa de porta. Apesar de estar melhor, ainda consigo ver a tristeza escondida em seus olhos e torço para que ela consiga voltar a ser a Valerie feliz de antes. Nos primeiros dias eu quase tinha que implorar para que Valerie comesse algo e quando não estava dormindo ela estava chorando. Partia meu coração vê-la naquele estado e não poder dar um fim a sua tristeza.

No dia seguinte ao funeral, Valerie sentou em meu colo usando apenas calcinha e me pediu para fazê-la sentir algo além daquele sofrimento sem fim. Quando a beijei tudo pareceu no lugar certo, era o meu raio de sol quente e acolhedor.

— Eu te amo — ela sussurrou quando beijei seu pescoço.

Deslizei o nariz pela pele macia inspirando seu cheiro de cerejeira. Caramba, como sentia falta de tocá-la. Valerie parecia ter sido feita especialmente para mim, é surreal o modo como cada parte dela me causa um tesão absurdo. Ela se mexeu em meu colo quando tomei seu seio na boca usando a língua para provocar a área sensível.

Apertei sua cintura trazendo seu corpo ainda mais para perto, mas nenhuma distância era o suficiente, eu precisava estar dentro dela. Tirei Valerie do meu colo e a deitei na cama voltando a beijá-la com paixão, mordiscando o lábio inferior e descendo a mão até tocar o tecido macio da calcinha, Valerie ergueu o tronco para que eu a retirasse. Me livrei da peça e Valerie rapidamente puxou meu short junto com a boxer para baixo, eu me afastei para puxar o tecido e em seguida me estiquei até a mesinha de cabeceira tirando um pacote de camisinha. Passei a guardá-las ali desde que começamos a dividir o quarto, fica mais fácil de pegar.

Valerie manteve os olhos fechados quando fiquei por cima dela e meu coração se apertou.

— Olha para mim, loirinha.

Golden boy 《Jungkook》Onde histórias criam vida. Descubra agora