Capítulo XIII

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Abro os meus olhos com um pouco de medo.

Medo do futuro, medo do amanhã perdido em sombras, um amanhã sem expectativas...

* * *

Após sair do meu banho matinal volto novamente para meu quarto. Estou cansada de ficar sempre deitada nesta cama, cansada de ver toms de branco neste quarto, estou com saudades das minhas calças jeans preta, só uso esta calça de seda branca, uma blusa de mangas compridas branca e estas sapatilhas ridículas branca, com essas roupas me sinto uma louca mesmo!

A porta se abre e o garoto que antes veio me dar remédios e eu tive um tique nervoso e derrubei a bandeja no chão. Ele hesitou mas entrou no quarto trazendo um prato com o café da manhã.

Mas isso não é pra ser chamado de café da manhã

Tem um prato com uma espécie de "papa" com canela, umas gelatinas de morango e suco de laranja! A "papa", até que dava para enganar o estômago, mas a canela eu nunca tinha provado!

- Qual é o seu nome?
Pergunto comendo

Ele ficou calado me olhando atentamente, acho que têm medo de eu ter outro tique nervoso.
- Você tem que me responder, pois só vai sair daqui quando eu terminar de comer, pois é isso que os funcionários fazem!... Mal-educado!

Termino a "papa" e pulo para as gelatinas.

- Rafael!
Fala baixinho; quase engasgo.

- Humm... Resolveu ser educado! Er... Pode me chamar de Vivianne!
Ele concordou com a cabeça.
Termino de tomar o suco e entrego a bandeja ao Rafael.

Ele sai da sala tranquilamente, deito na cama e tento pelo menos dormir para passar o tempo. Sinto uma coceira nas minhas costas que não para, fico me "ralando" no colchão para ver se passa, a coceira finalmente parou de coçar, mas uma dor de cabeça me alcança.

Fecho os olhos massageando a testa com força, começo a ver pontos pretos, a porta se abre vejo a Rose e o Hugo com duas seringas.
Me levanto e vou até a Rose.

- Tem remédio para dor?
Pergunto com a voz rouca o que era muito estranho.
Hugo se aproximou de mim.
- Você está com...
- Pare com isso, você não está sentindo nada!
- Quem é você para dizer se estou com dor ou não?
Pergunto, sinto uma tontura e quase caio mas o Hugo me segura.

- Solte ela! Não ver que é apenas um show?
- Quem vai falar isso são as enfermeiras e não você!
Hugo segura meus ombros me dando apoio.
- Olha aqui! Se você acha que só porque é o filhinho do papai vai manda aqui! Está muito enganado! Eu não tenho medo do seu pai, ele nunca vai me despedir pois sou a melhor enfermeira daqui!
- É bom começar a ter medo do Eduardo mesmo, muito menos você que é apenas uma enfermeira qualquer, mas, eu sou filho dele, quem acha que ele vai ouvir uma baleia assassina igual a você ou sangue do sangue dele?
Rose o olha com raiva.

Oque? Ele é filho do Eduardo?

Abaixo a cabeça e acabo vomitando no sapato da Rose! Um sorriso fraco sai dos meus lábios, olho para cima e vejo a Rose levantando a mão para me bater. Hugo a olha assustado.

- Como se atreve a levantar a mão para ela? Essa foi a gota d'agua! Saia da minha frente, pois se ainda não notou você ocupa muito espaço!

- Se você se atrever a abrir está boca eu conto para seu pai o seu segredinho!

Hugo me carrega em seus braços e sai do quarto deixando a Rose "pegando fogo".
Nos braços do Hugo mesmo, acabo desmaiando...

* * *

Cicatrizes da RedençãoOnde histórias criam vida. Descubra agora