Capítulo XVI

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Três meses depois...

Já se passaram três meses, e eu e a Lucinda estamos bastante preocupadas com o Tyler, desde alguns meses que ele não deu sinal de vida; já aceitei a ideia de que meu meio irmão já se fora para sempre...

Já faz três meses que a tal da Ju ainda está lá em casa, só vive dentro do quarto, ela implantou câmaras por toda a casa, sensores de movimento em todo o quintal, a Ju fica vendo tudo pelos televisores que fica no quarto de hospedes; a tia Lucinda só vive conversando com o Eduardo pelo telefone,- sim, ela contou tudo para ele - ele vive amparando ela...

Bem, ao longo desses três meses que se passaram, muita coisa mudou;

~ A primeira é que já estou no segundo período na faculdade;

~ A segunda é que o Adam está namorando com a Camila, não querendo falar mal dela mas, ela é muito ciumenta com o Adam, pois ele entrou no clube de futebol da faculdade, então ele... tá eu confesso... ele tá muito gostoso; a Camila não falta nenhum jogo, muito menos um treino.

E adivinha? O Hugo também entrou no time de futebol, já imaginam como ele tá né?

~ A terceira novidade é que eu e a Thayanne já fizemos as pazes; - depois do chororô que ela fez na aula de Química... - Ela morre de ciúme da Adely, mas já está tudo bem... desconsiderando os olhares fuzilantes que a Thayanne dá para a Adely o tempo todo...

~ A quarta é que eu e Hugo, estamos muito próximos esses dias, quase todos os dias após a faculdade ele me leva na sorveteria, quase sempre recitando poemas lindos sobre mim; bem o Richard tá se corroendo de ciúmes da minha amizade com o Hugo, ele fica todo vermelho quando Hugo interrompe a nossa conversa; Aí eu fico na dúvida de qual é mais fofo...

Pi Pi Pi

O bendito despertador toca me puxando do me resumo dos três meses.

Sento na cama, coço os olhos sonolentos, olho para o calendário para saber qual data é hoje. Vejo que hoje é sexta-feira, dia 24 Abril.

Uma série de imagens passam por minha mente, como se fosse uma fita velha de lembranças que temia rever.

Tudo que tentava deixar para trás, esquecer , voltou a tona; lembrei de tudo o que aconteceu no terrível acidente a cinco meses atrás.

Hoje faz um ano que o acidente que tirou as pessoas mais preciosas da minha vida de mim...

Não suporto mais... Abro a primeira gaveta do criado mudo e tiro mais uma lâmina, sem pensar duas vezes, arregaço a manga esquerda do meu pijama, olho para a minha pele pálida e macia; passo a lâmina com força no braço em um corte profundo e largo.
O sangue começou a espirrar do grande corte que acabara de fazer; lágrimas escorreram dos meus olhos; sem querer melar o chão, corri logo para o banheiro, tiro as roupas, ligo o chuveiro. As gotículas de água batiam rudemente em meu corte, me fazendo gemer de dor. Olho para o piso branco, sendo manchado pelo meu sangue...

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  A ferida em meu braço esquerdo não para de arder; o corte rala bruscamente sobre o tecido da jaqueta de couro. Me arrependo de não ter feito o curativo, na verdade não tive tempo, pois estou muito atrasada...

Começo a correr pelos corredores vazios do bloco B, quando me esbarro em alguém; acabo que caindo por debaixo de alguém; solto um alto gemido de dor, pois a pessoa acima de mim "esmaga"o meu braço com o corte com seu peso.

- Maldição! Saia de cima de mim! - Falo com raiva.

Vejo que é um garoto, por sinal lindíssimo, de cabelo loiro e olhos castanhos.

Cicatrizes da RedençãoOnde histórias criam vida. Descubra agora