Capitulo 8

3.2K 356 144
                                    

                              Liya.

Ao abrir o pacote cuidadosamente embrulhado pela Floris, meu coração pulsa de expectativa. Ao desvendar as páginas, me deparo com o livro dos meus sonhos, assinado pela minha autora favorita. Uma onda de alegria me envolve, uma mistura de gratidão e emoção. Cada palavra da dedicatória parece um abraço literário, e segurar esse tesouro em minhas mãos é como tocar a magia que permeia as páginas.

Minha mente dança com a ideia de que a Sabrina teve contato com estas mesmas páginas, e a assinatura é como uma conexão íntima entre nós.

Sinto um aperto no coração ao lembrar-me de Floris; ao lembrar da maneira rígida em que a trato. Não me condeno por isso, afinal, eu possuía a chance de conhecer Sabrina, mas ela arruinou - em partes. Mas agora, com o livro em mãos autografado por quem sempre admirei, não sinto nada além de gratidão por ela, que tornou este momento possível, transformando um simples livro em um tesouro precioso que guardarei para sempre.

Corro para a sala, mal conseguindo conter minha empolgação, e encontro meu pai absorto em seu livro.

— Pai, você não vai acreditar no que aconteceu hoje! - exclamo, com os olhos brilhando com uma alegria contagiante. Ele ergue os olhos, curioso, e eu comento sobre o presente incrível que recebi da Floris.

Com entusiasmo, descrevo cada detalhe, desde o papel de embrulho até a assinatura da Sabrina Jenkins. Seu rosto se ilumina com um sorriso orgulhoso ao ver a minha felicidade, e os nossos corações se conectam através da partilha desse momento. A sala ecoa com risos.

— Que legal, amor! - Ele diz, beijando o topo da minha cabeça. — Eu lembro que você ficou bastante triste pelo que aconteceu, mas que bom que tudo se resolveu. - Seu sorriso é tão espontâneo e genuíno quanto o meu. — Depois, me apresenta ela, vou adorar conhecer essa moça tão simpática!

De início reluto a ideia, mas acabo percebendo que não há nada demais em apresentá-los. Floris se desculpou da melhor maneira possível, e o meu pai é a melhor pessoa do mundo.

                              ~*~

Não lembro de nada da noite anterior, apenas de que o meu pai leu para mim antes de dormir. Meu corpo está um pouco dolorido, como se alguém tivesse pisado em mim. Espreguiço-me, erguendo os braços e tentando me desvincular da preguiça. Falhei, miseravelmente.

Não queria ir para a faculdade hoje. Mas cá estou eu, lutando contra o sono enquanto ouço o Caio me contar sobre a Floris.

— Você está apaixonado por ela?

Óbvio que eu acredito na hipótese dele ser gay, mas ele está falando tanto dela que eu acabo me perdendo na minha própria teoria.

Eu? - Ele aponta para si — Cruzes! - A sua careta confirma a minha teoria.

Ele é gay.

— Vai me dizer que você não chuparia uma…

— Pare! - Ele pede, erguendo a mão em protesto. — Não começa.

Irritá-lo é a minha terapia. Conheço Caio há alguns anos, o suficiente para poder falar que ele é gay. Não sei se ele se descobriu ainda, mas é explícito.

— Você teria coragem? - A sua pergunta me assusta.

— De chupar uma…? - pergunto em sussurro.

— É. De chupar uma mulher. - reafirma.

— Não sei, mas acho que não. Nunca fiquei com mulheres. Talvez, sim. Talvez, não. Depende.

— Depende do quê? - Seu cenho está franzido em confusão.

Quase Confidencial - ROMANCE SÁFICO Onde histórias criam vida. Descubra agora