Capítulo 26

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                                Floris.

— Vocês o quê? - Suas mãos estão sobre a boca.

— Vai me dizer que você nunca?

Acho que uma das minhas maiores realizações será quando Caio se assumir. Adoro a ideia dele ser gay. 

— Faz um tempinho, tô na seca há meses - O seu suspiro frustrado constata a sua tristeza — Tá na hora de parar já, Floris.

— Eu sei, mas também não sei como. Já fui longe demais com essa história - Prendo meu cabelo em um coque alto e frouxo — Tenho medo dela achar alguma coisa, sabe?

— Ela já acha, amiga. Sem dúvidas. Se você realmente gosta dela, dê um basta nisso.

Assinto levemente.

— Farei isso - Dou um meio sorriso fraco. — Aliás, a ideia de ser obcecada por alguém é ruim? Porque eu acho que tô.

— Se você não for uma psicopata, não. Eu também sou obcecado, na verdade, eu sou possessivo - A gargalhada que solto atrai a sua também. — Tô falando sério. Tenho dó de quem fica comigo e acha que está com alguém saudável. Pra ter paz comigo só morrendo. - Ele dá de ombros e volta a atenção para o celular.

— Por isso eu gosto de você! - Sorrio para ele, que também sorri.

Estou obcecada, e não sei do que sou capaz de fazer para tê-la só pra mim. Eu sei que, desde o início, dei mancadas, mas também não me condeno por isso. Ela é nova, provavelmente demorará para se entender e se aceitar, e jamais quero usar da sua vulnerabilidade, apenas não quero vê-la com outra mulher, e farei o impossível para ela não me ver com outra. Eu não quero outras, não mais. Os meus olhos estão focados em Liya, não sei pensar em outra coisa senão nela.

A minha mãe chegou minutos após o Caio sair. E eu agradeço tanto por ele não ser ligado com essas coisas. Não me sinto uma mentirosa, não com ele, mas sei que ele me compreenderia caso eu contasse tudo ou escondesse dele, também.

Beijo seu rosto e a abraço logo em seguida.

— Tenho muitas coisas para te contar, mas tenho um compromisso agora - Beijo novamente sua bochecha e a olho. Sei o que ela irá perguntar.

— Espero que desta vez dê certo.

— Dará, mamã. Ela não é o Liam. Mas eu não irei vê-la, não agora.

— Ela? - O seu cenho se franziu, juntando suas sobrancelhas. Seu semblante confuso e os seus olhos estreitos fazem-me rir mentalmente. A minha mãe sempre se faz desentendida.

— Não é novidade nenhuma para a senhora que a sua filha é gay, mãe.

— Eu sei. Você é um dos melhores assuntos dos meus livros. Elas amam.

Deve ser por isso que Liya se atraiu, também. Minha mãe anda me divulgando por aí em forma de poesia.

— Problema delas, agora eu estou apaixonada, portanto ela ama. - Solto um beijo no ar para ela, que estreita os olhos e depois maneia a cabeça levemente para os lados. — Eu te amo! - grito.

                               ~*~

— Ele estava bêbado de novo? - Vê-la triste dói-me a alma. Não consigo vê-la mal e não me sentir mal por isso. Puxo-a para um abraço. — Mas ele não estava namorando?

— Está - A sua voz embriagada pelo choro corta-me em pedaços. Liya me aperta fortemente, as lágrimas molhando minha blusa — Mas eu não entendo.

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