Floris.
Abro os olhos lentamente, a luz da manhã invadindo o quarto. Ao meu lado, Liya ainda está dormindo, serena. O relógio insiste em nos lembrar que temos compromissos. Deslizo suavemente para fora da cama, tentando não acordá-la.
Na cozinha, o aroma do café recém-preparado preenche o ar. Dou uma olhada rápida na geladeira e pego alguns ingredientes para o café da manhã. O som suave de Liya se aproximando me faz sorrir. Ela me abraça por trás, depositando um beijo casto em meu ombro direito. Seus braços envolvem a minha cintura e me apertam levemente.
— Bom dia, meu bem!
Me viro para ela e envolvo-a em meus braços, beijando a sua testa suavemente. Deslizo meus dedos em seus cabelos lisos, soltando-o do coque frouxo que o prende.
— Bom dia, gatinha - Encontro seu olhar sonolento e sorrio diante — Que preguicinha! - sussurro.
— Muita! - Ela esfrega os olhos com os dedos, bocejando logo em seguida. — O que tem para o café?
— Ovos e bacon, e também fiz torradas.
— Ai, eu amo! - Liya diz, com as mãos entrelaçadas — Não queria ir para a aula. - A sua lamentação me faz rir. Eu também não queria. — Mas as provas não me permitem tal luxo.
— Eu não estudei quase nada. Que Deus abençoe o meu cérebro desprovido! - Sento-me à mesa — Quais os planos para hoje, gatinha?
— Pensei em não irmos para a aula e irmos para a cachoeira. Que tal?
— Acho uma ótima ideia. Quantas aulas você teria hoje? - Engulo um pouco de café — Eu tenho duas, somente, mas posso repor com alguma atividade extracurricular.
— Uma. Psicologia do Desenvolvimento.
— Você pode repor? - Estou mastigando uma torrada barulhenta. — Desculpa! - Coloco a mão sobre a boca para evitar rir.
— Boba! - Ela maneou a cabeça levemente — Posso, sim. Tenho horas na grade.
— Ótimo! - Limpo o canto da minha boca — O seu pai não disse nada?
— Sobre o quê? - Agora quem fala de boca cheia é ela. — Sobre eu ter dormido aqui?
Faço que sim com a cabeça.
Tenho medo do pai dela reagir diferente, ou sugerir algo e acabar depositando suas frustrações em Liya.
— Ele não falou nada, não. Pelo contrário, até me perguntou se estávamos precisando de algo. - Ela me mostra as conversas. E eu não consigo evitar sorrir.
— Tenho medo. Meu pai é tranquilo e a minha mãe também, não sei se o seu é.
Liya me olha por alguns segundos, e eu sinto um nó formar-se em minha garganta. Nunca comentei muito sobre os meus pais, principalmente sobre a minha mãe.
— Você nunca me falou nada sobre eles, eu acho. Queria ver alguma foto deles, se você se sentir confortável - Ela realmente está curiosa.
— Não tenho muito o que falar sobre eles. Meu pai é muito ocupado e a minha mãe só fala comigo para perguntar se estou precisando de algo.
Levanto-me e vou até a pia da cozinha. O silêncio entre nós cresce absurdamente. Torço para que ela mude de assunto. Não posso mentir mais do que já estou fazendo, não posso ser cruel assim.
— Eu vi que você alugou um carro por alguns dias. É muito caro?
Solto o ar que prendia, relaxando um pouco os ombros. Enxugo as minhas mãos no pano de prato e a olho. Liya está distraída no celular.
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Quase Confidencial - ROMANCE SÁFICO
RomanceLiya e Floris formam um casal cujo encontro foi intermediado por Sabrina Jenkins, a autora favorita de Liya. Liya é uma entusiasta apaixonada por livros, enquanto Floris nutre uma paixão fervorosa pela música. O que inicialmente floresceu como um re...