Capítulo 25

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                              Floris.

Abro os olhos lentamente, a luz da manhã invadindo o quarto. Ao meu lado, Liya ainda está dormindo, serena. O relógio insiste em nos lembrar que temos compromissos. Deslizo suavemente para fora da cama, tentando não acordá-la.

Na cozinha, o aroma do café recém-preparado preenche o ar. Dou uma olhada rápida na geladeira e pego alguns ingredientes para o café da manhã. O som suave de Liya se aproximando me faz sorrir. Ela me abraça por trás, depositando um beijo casto em meu ombro direito. Seus braços envolvem a minha cintura e me apertam levemente.

— Bom dia, meu bem!

Me viro para ela e envolvo-a em meus braços, beijando a sua testa suavemente. Deslizo meus dedos em seus cabelos lisos, soltando-o do coque frouxo que o prende.

— Bom dia, gatinha - Encontro seu olhar sonolento e sorrio diante — Que preguicinha! - sussurro.

— Muita! - Ela esfrega os olhos com os dedos, bocejando logo em seguida. — O que tem para o café?

— Ovos e bacon, e também fiz torradas.

— Ai, eu amo! - Liya diz, com as mãos entrelaçadas — Não queria ir para a aula. - A sua lamentação me faz rir. Eu também não queria. — Mas as provas não me permitem tal luxo.

— Eu não estudei quase nada. Que Deus abençoe o meu cérebro desprovido! - Sento-me à mesa — Quais os planos para hoje, gatinha?

— Pensei em não irmos para a aula e irmos para a cachoeira. Que tal?

— Acho uma ótima ideia. Quantas aulas você teria hoje? - Engulo um pouco de café — Eu tenho duas, somente, mas posso repor com alguma atividade extracurricular.

— Uma. Psicologia do Desenvolvimento.

— Você pode repor? - Estou mastigando uma torrada barulhenta. — Desculpa! - Coloco a mão sobre a boca para evitar rir.

— Boba! - Ela maneou a cabeça levemente — Posso, sim. Tenho horas na grade.

— Ótimo! - Limpo o canto da minha boca — O seu pai não disse nada?

— Sobre o quê? - Agora quem fala de boca cheia é ela. — Sobre eu ter dormido aqui?

Faço que sim com a cabeça.

Tenho medo do pai dela reagir diferente, ou sugerir algo e acabar depositando suas frustrações em Liya.

— Ele não falou nada, não. Pelo contrário, até me perguntou se estávamos precisando de algo. - Ela me mostra as conversas. E eu não consigo evitar sorrir.

— Tenho medo. Meu pai é tranquilo e a minha mãe também, não sei se o seu é.

Liya me olha por alguns segundos, e eu sinto um nó formar-se em minha garganta. Nunca comentei muito sobre os meus pais, principalmente sobre a minha mãe.

— Você nunca me falou nada sobre eles, eu acho. Queria ver alguma foto deles, se você se sentir confortável - Ela realmente está curiosa.

— Não tenho muito o que falar sobre eles. Meu pai é muito ocupado e a minha mãe só fala comigo para perguntar se estou precisando de algo.

Levanto-me e vou até a pia da cozinha. O silêncio entre nós cresce absurdamente. Torço para que ela mude de assunto. Não posso mentir mais do que já estou fazendo, não posso ser cruel assim.

— Eu vi que você alugou um carro por alguns dias. É muito caro?

Solto o ar que prendia, relaxando um pouco os ombros. Enxugo as minhas mãos no pano de prato e a olho. Liya está distraída no celular.

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