Point of view —
Bárbara HeardEncosto meu quadril na lataria do carro esperando o caipira se despedir de sua irmã. Ariel chora em seu abraço pedindo que ele fique mais um pouco e apesar do maxilar travado ele faz carinho na irmã dizendo que em breve eles irão se encontrar novamente.
Eu sempre achei que Victor vivia com a "macaca", sempre o vi com raiva, sem disposição para brincadeiras e sempre disposto matar qualquer um que o irritasse.
Hoje está diferente de tudo que eu já presenciei, ele está emanando uma aura negra, seus olhos estão dilatados como se ele tivesse bebido ou usado algum tipo de droga, mas não, tudo que ele fez foi conversar com seu pai por alguns minutos e ele agora está o próprio demônio.
Eu não sei o que aconteceu lá dentro, só sei que tem haver com o tal casamento dele com a menina do bar no dia em que ele foi preso. Se ele não descontar sua raiva em mim já vai ser ótimo.
Ele abraça sua mãe e fala algumas coisas com seriedade, a distância não deixe com que eu ouça, e mesmo eu sendo curiosa, sei que não posso me meter pois é um assunto dele com sua família. Victor aponta para dentro de casa com raiva e não para de falar nem um momento, ele não dá chance a sua mãe falar qualquer coisa e Angélica só chora.
— Princesa Bárbara — olho para baixo vendo Ariel me olhar com a cabecinha tombada para trás para poder me enxergar melhor devida a nossa diferença de altura, abaixo-me para que eu fique olho com olho com a pequena loirinha.
— Pode falar minha pequena— acaricio seus cabelos finos e sorrio para ela, esperando ansiosamente pelo o que ela vai falar. Ariel está pensativa, é como se tentasse entender alguma coisa ou tentando saber como vai falar.
Me assusto quando Ariel me abraça e beija minha bochecha, seus braços gorduchos me apertam o máximo que podem, ela é extremamente carinhosa.
— Não ligue para aquele desenho feio que meu Vivi fez, ele faz desenhos lindos.
Sei exatamente sobre que desenho Ariel fala, é a mulher feia que ele fez, o desenho que ele fez realmente achei lindo, os traços são perfeitos, o que doeu foi ele me chamar de desnecessária. Ariel com toda sua inocência assimilou que eu fiquei triste pelo desenho em si.
Mas que tipos de desenhos ele faz que a deixa tão encantada? Lembro-me que assim que eu cheguei em sua casa ele me identificou como a "menina dos desenhos"
— Ariel, que desenhos seu Vivi faz exatamente?— Pergunto realmente interessada, ela abre sua linda boquinha para falar, mas o ogro aparece ao nosso lado interrompendo nossa conversa.
— Vamos embora, bonequinha de plástico. O que vocês tanto conversam?—Levanto rapidamente e Ariel o olha com severidade a deixando ainda mais fofinha do que já é.
— Assuntos de meninas, Vivi. Não seja curioso, mamãe nunca ensinou a você que é feio se meter nas conversas dos outros? Por que a mim ela ensina. Ela fala bem assim: "Não pode se intrometer em conversa de adulto, Ariel.
Não contenho a risada, pois a tentativa de imitar sua mãe foi engraçada, a vontade de ter um filho é grande quando vejo cenas como essa, porém acordo imediatamente ao lembrar-me que só tenho vinte anos, e aquela típica frase me serve como luva neste momento " Deus me livre mas quem me dera".
— Tanto faz, devem estar falando daquelas boneca magrelas novamente. Vamos embora, Bárbara. Eu quero chegar cedo em casa, ainda hoje eu preciso fod...—
Ele para de falar quando percebe que sua irmã ainda está por perto.— Até logo, meu amor.
Victor se abaixa e abraça sua irmã, que me dá uma piscadela, ela leva o dedinho indicador até seus lábios fazendo sinal de silêncio, ela quer que eu guarde segredo sobre nossa conversa e eu apenas faço um jóia mostrando que eu entendi.
Entro no carro e com poucos segundos Victor está no motorista, ele resolveu ir dirigindo até o aeroporto e pelo que entendi o motorista da casa mais tarde buscaria o carro no estacionamento.
Passo o cinto em meu corpo e encosto minha cabeça no vidro, Victor manobra o carro com cuidado e totalmente em silêncio. Nós dois não falamos sobre o beijo que ele forçou, mas se ele não falou nada eu que não vou falar pois não significou nada para mim. Ainda sinto-me culpada por causa do meu namorado, Benjamin não merece isso, e eu estou decidida a contar para ele, mesmo que isso signifique que vamos brigar. Sempre acreditei que relacionamento tem que ser feito a base da confiança, pois eu jamais aceitaria uma traição e mentiras por isso sou verdadeira com Benjamin. É aquele ditado não faça com os outros o que você não quer que te faça.
Outro detalhe sei que vou vou ter que aceitar calada quando ele explodir, afinal...quem entrou nessa confusão foi eu, Benjamim está sendo o rei da paciência desde o dia que amanheci casada com o caipira. Se fosse outro em seu lugar já teria acabado tudo entre nós.
Pego o celular em meu colo e penso em mandar uma mensagem para ele, mas sabe aquele momento que você fica com seus olhos presos a tela do celular, o teclado está apenas esperando que você comece a digitar e nada sai? Pois é exatamente o que está acontecendo comigo, eu não sei o que escrever.
"Vou chegar a tarde, que tal nos encontrarmos à noite?"
Uma mensagem simples é enviada, eu não consigo dizer que estou com saudade ou que o amo, aquela sensação de que allgo está errado é forte dentro de mim e sei que isso é devido a culpa que tenho sentido, tenho certeza que depois que conversarmos tudo irá voltar ao seu curso normal.
— Mandando mensagem para o corno do Rivera, bonequinha de plástico?
Eu não tinha notado que esse ser estava de olho em mim. O deboche em sua voz é notável, ele alterna seu olhar entre mim e a estrada.
— Ele não é corno, você que me beijou, e quer saber? Foi nojento e só serviu para aumentar o ranço que sinto por você. —Seus dedos apertam o volante com força conforme eu vou falando — eu tenho dó daquelas meninas na faculdade, elas acham que você é muita coisa, mas não é não.— aponto meu dedo por todo seu corpo, lembrando quando ele ficou nu em minha frente e sobre o "beijo" é minha vez de ser debochada.
— Eu não vou discutir sobre isto com você, bonequinha de plástico. O cheiro de mulher mal comida é perceptível de longe, sua cara azeda e implicância com minha vida sexual demonstra o quão a sua é horrível. E sobre o beijo de dez segundos, mesmo você ainda não admitindo, foi um dos melhores que você já sentiu e recebeu, acredite não irá acontecer novamente, eu só queria fazer você se calar, sua voz me irrita.
Quero responder entretanto meu celular vibra em minhas mãos, pego o aparelho e leio a mensagem que Benjamin mandou.
Sim, me encontre no bar de sempre, as 10 horas, esta noite quero dormir com você.
Mordo meu lábio ao imaginar a noite que terei com ele e eu preciso conversar com a Lissa antes, quero que dessa vez seja diferente entre nós dois e preciso de alguém que tenha mais experiência do que eu. Mesmo ainda irritada com Lissa por causa da mensagem que ela mandou para o Victor me usando como alvo para se aproximar, ela é minha amiga e é a única que eu confio para falar sobre certos assuntos, eu não teria coragem de conversar sobre isso com o Brandon, mesmo ele sendo meu melhor amigo homem, eu teria que falar sobre o Benjamin e isso me soa errado.
Encosto minha cabeça novamente no vidro, meus pensamentos voam até meu moreno e mesmo desejando estar com ele esta noite, eu não sinto a mesma euforia de sempre. O que é totalmente estranho.
Atenção! Atualização dupla, só arrastar que temos outro capítulo disponível, não esqueça de comentar e vota. ⬇️⬇️⬇️
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180 dias
FanfictionNos dias de hoje, adolescente saem e bebem quase todas as noites, fazem loucuras sem se preocupar com as consequências. Eu achei que comigo seria igual, mas não foi. O meu final de semana, passou de divertido para completamente aterrorizante, afinal...