chapter fifteen

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Point of view —
Bárbara Heard

— Me solta, seu idiota — reclamo irritada por Victor segurar minha mão esquerda com força enquanto me puxa em direção ao seu carro estacionado do outro lado da rua.

Por mais que eu tente soltar-me parece impossível. — O que deu em você? Porque voltar a se portar como um caipira? — Grito em alto em bom som, finalmente conseguindo sua atenção.

Ele leva a mão ao rosto e depois ao cabelo os puxando, algo que percebi que ele faz quando está nervoso e quer buscar um pouco de paciência.

— Porque saiu daquele jeito? — fecho meus olhos e solto o ar pela boca, eu vou me odiar por admitir isso, mas ele precisa saber. — Estávamos nos divertindo, essa é a primeira vez que não discutimos em tanto tempo e você faz isso? Poxa, Victor. Vamos voltar lá dentro, por incrível que pareça eu quero passar mais tempo com você.

Surpreendo tanto a mim quanto a ele com minha revelação, contudo não posso agir como uma vaca mimada, realmente estava sendo uma noite agradável.

— Vamos para outro lugar, então. — sua voz sai mansa, porém confiante. Mais uma surpresa nesta noite, ele umedece os lábios e parece estar surpreso como eu. Nunca conseguimos falar palavras suaves um com o outro e isso é surpreendente.

Eu assinto ainda embaraçada com a intensidade de seu olhar, eu nunca tinha o visto assim: calmo, sabendo ouvir e acima de tudo, me olhar com um certo... carinho? Não sei dizer ao certo.

Não sei se estou sendo paranóica, mas toda vez que eu o pegava me encarando eu percebia deboche, nojo, irritação, curiosidade e algumas vezes com ódio.

E hoje, seus olhos estão doces, a luz do poste os deixam mais dourados. Porque isso agora? Eu namoro e ele sabe disso, e uma noite de tranquilidade entre nós não significa nada, sei que amanhã ou provavelmente em algumas horas vamos estar insultando um ao outro novamente.

Possa ser que ele esteja tentando compensar a maldade de mais cedo, ao me chamar de desnecessária. Isso, é exatamente isso que está acontecendo, ele quer se remediar, entretanto é algo que jamais irei esquecer e a primeira oportunidade que tiver vou me vingar.

— Bárbara — Victor dá um passo para frente e sem que eu perceba dou outro para trás, não sei se o chopp que ele tomou uma hora atrás subiu para o seu cérebro, vai saber o que ele pensa em fazer. Posso ver um sorriso sacana nascer em seu rosto — não precisa ter medo, bonequinha de plástico, eu não vou agarrar você, já te disse mil vezes, que você não me atrai. Vamos.

Sorrio aliviada, não acredito que cheguei a cogitar a possibilidade do caipira tentar algo comigo.

Deus me livre! Eu faria um escândalo no meio da rua.

— Vamos.

Agora por vontade própria ponho-me caminhar ao seu lado, ele sorrir para si discretamente e coloca as mãos no bolso do seu jeans, falta apenas alguns passos para que possamos entrar dentro do seu carro e livrarmos desse frio.

— Porque saiu daquela forma? Digo, aquele tal de Alex ficou surpreso com a notícia que está casado, inclusive a ruiva ao seu lado.

Ele solta um risinho baixo percebendo que fui perspicaz com o que aconteceu lá dentro.

— Nada demais, digamos que os irmãos Patterson e eu temos assuntos pendentes.

Ele fala simples, não esperava que o casal dentro do bar fosse irmãos, será que Victor quebrou o coração da menina ruiva? Mas porque ele apenas me apresentou como sua esposa e saiu sem ao menos dizer nada e me levando junto, deixando os irmãos com cara de tacho?

180 diasOnde histórias criam vida. Descubra agora